Vitória acusa ex-diretor de marketing de ter recebido documentos sigilosos

Clube alega ter feito perícia interna e constatado que Ricardo Nery recebeu, entre outros arquivos, uma planilha de salários do elenco; ex-diretor se defende das acusações e quer processar presidente Ivã de Almeida

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  • Vitor Villar

Publicado em 14 de julho de 2017 às 20:26

- Atualizado há um ano

O Vitória entrou com uma representação na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) pedindo abertura de inquérito contra o ex-diretor de planejamento e marketing do clube, Ricardo Nery. O jurídico rubro-negro acredita ter reunido provas de que o antigo dirigente teria recebido documentos sigilosos, como uma planilha com os salários dos jogadores.Denúncia foi feita na véspera de uma reunião entre opositores (Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória)O pedido de abertura de inquérito foi protocolado na delegacia na manhã da última quinta-feira (13), na véspera de uma reunião nesta sexta entre membros de oposição e ex-presidentes que querem a saída de Ivã de Almeida da presidência do Leão. Ricardo Nery estava na reunião.Na representação, o Vitória alega ter feito uma perícia interna, na qual descobriu que um membro do clube enviou uma série de e-mails para um endereço corporativo, supostamente de Ricardo Nery. A suposta troca de e-mails foi anexada ao processo.Diz o processo: “Nota-se da leitura dos e-mails que aqui seguem em cópia que os 'vazamentos' ilegais ocorreram para o endereço eletrônico de propriedade do sócio do clube Ricardo Nery. Destaca-se então que o senhor supracitado não integra a administração do ECV, não integra o Conselho Deliberativo e muito menos o Conselho Fiscal, não havendo razão para o acesso a tais documentos, sendo ilegal o seu conhecimento e posse de tais informações”.O Vitória não confirmou quem é o funcionário do clube que teria enviado estes e-mails e nem se o demitiu ou o afastou.Nery se defendeProcurado pela reportagem do CORREIO, Ricardo Nery procurou apontar pontos frágeis da denúncia: “Se alguém passou e-mail para mim, o crime é meu? Para que esse e-mail chegasse até mim, eu precisaria invadir o sistema deles? Deviam procurar quem foi que vazou esses documentos”, disse, sem confirmar se recebeu ou não a correspondência.“O que o Vitória fez comigo foi uma leviandade, não respeitaram minha história no clube. Cheguei em 2006 e sempre fui um cara de trabalho. Ocupei as funções de diretor de planejamento, de marketing. Cuidava da área de informática porque minha formação é essa. Deve ser por isso que esses imbecis acham isso. Acham que invadir um sistema é assim, quem é da área invade”, completou.Nery prometeu que vai colocar Ivã de Almeida – e não o clube - na Justiça: “Ele vai ter que provar agora o que está dizendo. Se não provar, eu vou processá-lo. Nem que custe até o meu último centavo, ele vai me pagar”, finalizou.