Você já visitou o Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira?

Além do acervo permanente, espaço no Centro conta com exibição de filmes e rodas de bate-papo neste sábado (29)

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  • Ana Pereira

Publicado em 29 de fevereiro de 2020 às 06:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr./Arquivo CORREIO

Localizado num belo prédio histórico na Rua do Tesouro, o Museu Nacional da Cultura Afro Brasileria (Muncab) fica meio escondido no burburinho do Centro Histórico. Dirigido pelo poeta e compositor José Carlos Capinan, 79 anos, o espaço reúne acervo sobre a cultura e as experiências da negritude na diáspora e tem feito um “esforço para se manter atuante junto à sociedade, com a importância que tem um museu”, resume Capinan.

Desde novembro, o Muncab é um dos parceiros do projeto Boca de Brasa, da Fundação Gregório de Mattos, que retoma as atividades por lá este fim de semana, com dupla programação neste sábado (29): o cineclube Antônio Pitanga, que vai exibir o documentário Àràrà, No Fogo da Intolerância, às 15h; e o Diálogos Negros, com  uma roda de conversa sobre cabelo, negritude e auto-estima, às 18h30. “Com estes temas temos atraído um público periférico que nos interessa muito” afirma Capinan. Imagem do documentário Àkàrà, no Fogo da Intolerância, que discute polêmica em torno do acarajé  (Foto: Divulgação) Lançado em janeiro, Ákàrà é o longa de estreia da diretora peruana radicada em Salvador, Cláudia Chávez. Através da história de três baianas, o filme reflete sobre a importância cultural e econômica do acarajé, sobre a descaracterização da produção e venda nas ruas da cidade e sobretudo sobre racismo e intolerância religiosa. “A preocupação maior do filme é combater a cultura do ódio que vai se sobrepondo nas relações” destaca produtora executiva Fabíola Aquino. Depois da exibição, a diretora bate um papo sobre o filme com o público.

Na segunda atividade, os convidados são Naira Gomes, da Marcha do Empoderamento Crespo, o cabelereiro Léo Santos e a influencer Rose Hapuque. Uma das responsáveis pela programação do Boca de Bras/Muncab, a produtora Jamile Coelho, 30, conta que as atividades seguem até final do ano e incluem também uma série de oficinas, sempre voltadas para a valorização da cultura afro brasileira e levando sempre em conta “que o museu é um espaço vivo”.    

Quem for conferir a programação pode aproveitar para conhecer o acervo do Muncab,  formado por 300 peças, com curadoria do artista plástico Emanuel Araújo, do Museu Afro Brasil, de São Paulo. São peças assinadas por diferentes artistas e que, sintetiza Capinan, reflete a história da escravidão, da abolição e da luta do homem negro. Reserve um tempinho para o gradil do artista plástico baiano J.Cunha, que fica na entrada. Batizado de Histórias de Ogum, foi inaugurado em 2014 e representa a contribuição negra na história da civilização.

SERVIÇO

Museu Nacional da Cultura Afro (Muncab)

Endereço: Rua do Tesouro, 61, Centro

Funcionamento: terça a sexta, 9h às 16h, e nos fins de semana de acordo com a programação de eventos. Neste sábado(29), das 15h às 20h    

Entrada gratuita