Walmir Lima recebe homenagens no dia do samba

Cantor e compositor baiano, ficou famoso nos anos 70 pelo sucesso na voz de Alcione Ilha de Maré

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 2 de dezembro de 2017 às 06:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Angeluci Figueiredo

A paixão pela música foi hereditária. Uma dessas coisas passadas através do pai, Carlos Lima, maestro da Orquestra Bahia Serenaders, que era um dos grandes animadores de bailes da Bahia. Assim, Walmir Lima foi construindo, pouco a pouco, uma carreira dedicada ao samba e a música popular brasileira. “Nunca imaginei que chegaria onde cheguei porque não houve uma premeditação, fui compondo, cantando e o samba encontrou seu caminho”, conta.  Neste sábado (2), Walmir recebe o carinho de grupos como o Fora da Mídia e o Vem Sambar, na Feira de São Joaquim, ao meio dia,  onde haverá uma grande roda de samba, marcando a tradição das festas do Recôncavo baiano. No domingo, durante a décima segunda edição da Caminhada do Samba, que tem concentração marcada para às 13h, no Campo Grande, o músico, compositor de pérolas como Ilha de Maré, que virou um segundo hino para a Festa do Bonfim, receberá uma homenagem pelos seus 70 anos de carreira.  Aos 86 anos de vida, ele não pensa em parar e, para marcar a data, lançou biografia, cd e dvd. “Até o final do Carnaval de 2018, deveremos participar de alguns eventos que celebrem a data”, comemora o sambista, fazendo questão de afirmar que o samba é sua religião. Nascido e criado na localidade do Tororó, bairro de Nazaré, foi um participante assíduo das atividades carnavalescas de Salvador e das agremiações de samba na capital baiana. “A primeira noite do samba feita em Salvador, inclusive, foi realizada no retorno de Gilberto Gil do exílio e, desde então, sempre mantivemos essa festa viva”, conta o músico, que também é presença confirmada no palco do Dia do Samba, no Terreiro de Jesus. Em 1947, Lima começou a tocar de forma mais profissionalizada, no entanto, foi só em 54 que compôs sua primeira música chamada Sem o seu Amor. Em 1962, Walmir Lima conquistou o primeiro prêmio num concurso de marchinhas com a canção Sonho de Pierrô.  Foi na década de 70 que esse baiano ganhou reconhecimento nacional, quando suas composições passaram a ser gravadas por grandes nomes da música nacional. Em 1971, o Velho Guerreiro Chacrinha foi homenageado com uma de suas composições Samba, Canto Livre de um Povo, que quatro anos mais tarde foi gravada por Ederaldo Gentil. Em 1977, Alcione gravaria Ilha de Maré,  marcando o nome desse compositor na história da música do País. Em 1976, Walmir grava seu primeiro álbum: Está Tudo Bem, pela CBS. Acreditando na força das parcerias, Lima compôs com Batatinha, Edil Pacheco, Roque Ferreira, Panela, Ederaldo Gentil, Riachão, Lupa, Vevé Calazans, Gerônimo e Nélson Rufino, tornou-se referência nacional do samba baiano. Em outubro desse ano, lançou uma biografia escrita pela jornalista Luciana Melo.