Washington admite erro e concorda com demissão da CBF: 'Coerente'

Washington apontou que a decisão de ficar no banco do Caxias e exibir um lance polêmico foi fruto de ingenuidade

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 19:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/CBF

Demitido do cargo de diretor de desenvolvimento da CBF na última quinta-feira, o ex-atacante Washington se pronunciou nesta segunda (10) sobre a sua saída da função. O ex-jogador admitiu que adotou comportamentos errôneos na partida entre Caxias-RS e Botafogo, que terminou empatada por 1x1, no interior do Rio Grande do Sul, pela primeira fase da Copa do Brasil, dando razão para a confederação pela decisão de afastá-lo.

A transmissão da TV mostrou Washington no banco de reservas do Caxias durante a partida. O ex-atacante estava com um telefone celular e exibia lances da partida para um membro da comissão técnica da equipe gaúcha. O time de Caxias do Sul (RS) reclamou de um pênalti não marcado pela arbitragem no primeiro tempo do duelo que classificou o Botafogo à segunda fase do torneio nacional. Na jogada, após cruzamento de Gilmar, a bola bateu no braço do zagueiro Marcelo Benevenuto dentro da grande área.

"Gostaria de me retratar publicamente pelo episódio da última quarta-feira no jogo entre Caxias e Botafogo, pela Copa do Brasil. Não cabe à um Diretor de Desenvolvimento da CBF estar presente no banco de reservas de qualquer clube, seja qual for a partida. Além disso, eu não deveria ter mostrado o vídeo do polêmico lance de arbitragem à comissão técnica do Caxias", escreveu Washington, em texto publicado no seu perfil no Instagram, assegurando ter entendido a decisão do comando da CBF, a classificando como "coerente" e "necessária".

"A Confederação Brasileira de Futebol foi coerente. Nesses novos tempos que a sociedade tenta implantar ética e transparência em todos os setores em que vivemos, meu afastamento foi uma resposta necessária. Dura para mim, mas perfeitamente compreensível", acrescentou.

Washington também apontou que a sua decisão de ficar no banco do Caxias e exibir o lance foi fruto de ingenuidade. "Preciso também compartilhar com todos meu desapontamento não só com a minha atitude. Mas, sobretudo, com minha ingenuidade. Eu estava indo para o camarote do estádio e o caminho para o mesmo é por trás do banco do Caxias. A coincidência temporal dos acontecimentos combinada com minha ligação ao clube, me fez realizar o erro. Inadmissível, eu repito", disse, também avaliando ter decepcionado aqueles que o admiram."Estou muito triste e decepcionado com esta minha falta de tato. Após anos e anos militando no mundo do futebol, pude construir uma imagem sólida de correção e entendo que uma considerável parte das pessoas que vivem no esporte tenham em mim bons exemplos", acrescentou.Washington havia assumido o cargo na CBF em novembro, tendo sido nomeado por Rogério Caboclo, o presidente da confederação, para suceder Juninho Paulista, que assumiu a coordenação das seleções em substituição a Edu Gaspar, hoje dirigente do Arsenal. O ex-centroavante atuou pelo Caxias e, após deixar os gramados, foi vereador em Caxias do Sul.

"Mas eu vou dar a volta por cima. Já passei por problemas mais sérios e tive nas pessoas que confio e amo o meu porto seguro. Encaro esse momento como mais uma oportunidade de continuar evoluindo, pois tenham a certeza que eu aprendi com este erro", escreveu Washington, que também pediu desculpas para a comunidade esportiva, o Botafogo e a CBF pelo seu erro.

Ao fim do jogo, jogadores, membros da comissão técnica e da diretoria do Caxias cercaram o árbitro paulista Lucas Canetto Bellote para reclamar da sua atuação, especialmente do pênalti não marcado. Um deles agrediu o juiz com uma joelhada pelas costas.