Xenia França em busca de autoafirmação

Cantora lança seu segundo álbum solo e se apresenta no Teatro Castro Alves pela primeira vez, no dia 17 de junho

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  • Ana Pereira

Publicado em 4 de junho de 2022 às 07:00

. Crédito: Fotos: Gleison Paulino/Divulgação

Nascida em Candeias e criada em Camaçari, a cantora Xenia França deixou a Bahia aos 17 anos e não teve a chance de conhecer o Teatro Castro Alves. Pois bem, vai pisar  no espaço em grande estilo, se apresentando para seus conterrâneos no dia 17 de junho, às 21h, com o show de lançamento do álbum Em Nome da Estrela - que chegou nesta sexta (3) às plataformas digitais.

Salvador será uma das primeiras cidades a conferir ao vivo o belo disco de Xenia. “Sei que estarei muito emocionada”, resume a cantora, que estreia o show este fim de semana no Sesc Pompeia, em SP. Xenia está em um ritmo intenso de ensaios para levar ao palco a sonoridade sofisticada do álbum, que passa pelo jazz e pelo spiritual, mas tem uma brasilidade que vem, antes de tudo, da percussão.  

Em Nome da Estrela é o segundo trabalho solo da artista e chega cinco anos depois de Xênia (2017), o trabalho que a projetou nacionalmente e lhe rendeu duas indicações ao Grammy: Melhor Álbum Pop Contemporâneo e Melhor Canção em Língua Portuguesa (com Pra Que Me Chamas?). “Fiquei três anos trabalhando ele intensamente, foram muitas conquistas e viagens, masi aí veio a pandemia”, resume.  

A parada serviu para ela amadurecer o que queria com o trabalho, se afirmar como cantora e compositora, ciente de seu papel de artista preta. “A canção Renascer é um manifesto de autoafirmação”, diz Xenia sobre a canção que abre o registro e fala em curar a alma, em se encontrar no fundo. Na canção seguinte, Interestrelar, ela fala em reverenciar seu elã, seu passado e seu ori - palavra em iorubá para orixá pessoal, de cabeça.

Xênia assina seis das nove faixas do registro. E regravou Magia, de Djavan, e Futurível, de Gilberto Gil,  músicas pouco conhecidas dos dois artistas. Ela também canta uma música de Luiza Lian (Dádiva) e faz um feat com o rapper Rico Dalasam (Já É). 

O nome do álbum tem a ver com essa busca por si mesma. Xenia lembra que estrela é também seu sobrenome (Xenia Érica Estrela França) e diz que queria honrar a ancestralidade familiar. Mas também está pensando na presença humana no universo, no mistério que nos envolve.

A produção é assinada por ela,  Lourenço Rebetez e Pipo Pegoraro - também parceiros no álbum anterior. “Agora eu sou bem mais eu, me apropriei muito mais do que eu queria”, afirma Xenia, destacando, por exemplo, a linguagem da percussão baiana, que remete  aos terreiros de candomblé.   Os responsáveis pela percussão são Kainã do Jêje e Alysson Bruno (ambos da Orkestra Rumpilezz) e Ricardo Braga, que integra sua banda.  "Tive a sorte de conviver com o maestro Letieres Leite, que criou uma metodologia para esta linguagem percussiva", pontua.

A Bahia ainda marca presença no álbum nos três interlúdios, faixas curtas carregadas de memória e simbolismo: uma gravação da ialorixá  Mãe Menininha do Gantois feita nos anos de 1940 pelo linguista negro Lorenzo Turner; um samba de roda do Recôncavo que emocionava sua avó Margarida; e um menino do Pelourinho falando sobre a magia de seu trabalho."Sempre haverá referência do lugar onde nasci em meus trabalhos". 

No show, ela estará acompanhada pelos músicos Fabio Leandro, Pipo Pegoraro, Ricardo Braga, Robinho Tavares, Daniel Pinheiro, Felipe Ribeiro, Estela e Eloísa Paixão. Além do novo álbum, também vai mostrar composições do anterior.

SERVIÇO

Show: Em Nome da Estrela

Quanndo: dia 17 de junho, no Teatro Castro Alves

Ingressos: de  R$ 20  a R$ 60, à venda na bilheteria do TCA e no Sympla 

João Bosco se apresenta no Teatro Castro Alves (Foto: Marcos Hermes/Divulgação)  Música no fim de semana 

João Bosco faz uma apresentação especial neste domingo (5), às 20h, no Teatro Castro Alves: o cantor, compositor e violonista traz o show Abricó-de-Macaco, que celebra seus 50 anos de carreira. A música título, vencedora do Grammy de melhor canção, é uma provocação sobre o fruto tropical de casca dura, ameaçado de extinção, e faz a introdução para um repertório que celebra o melhor do Brasil. E que vai de Senhoras do Amazonas (parceria de João com Belchior) a Forró em Limoeiro (Jackson do Pandeiro), e, claro, inclui os clássico que a gente ama, como Papel Machê, O Bêbado e a Equilibrista e Corsário”.Ingressos: de R$ 50 a R$ 160, à venda na bilheteria do teatro e no Sympla.

Forte do Barbalho -  O power trio Trinca de Paz realiza neste sábado (4), às 18h, no Galpão Wilson Melo, no Forte do Barbalho, a primeira das três apresentações de lançamento de seu álbum homônimo - disponível nas plataformas digitais. O grupo é composto por por Elinas, Lucas Diniz e Saulo Viana e traz em seu som a influência da música negra, da MPB ao rap. Nos Dias 11 e 18 tem novas apresentações. Gratuito. 

Passeio Público - O espaço sedia, este fim de semana, o Festival das Crianças Bahia, em uma edição especial junina. O evento é gratuito e reúne peças infantis, shows, concursos, comidas típicas e atividades para animar toda a família. A programação acontece das 9h às 18h e neste sábado (4) conta com Tio Paulino (15h) e Mundo Bita (17h). Já amanhã (5) tem Canela Fina (15h) e Colher de Pau (17h).  

Curuzu - Neste domingo, a partir das 15h, o Ilê Aiyê realiza o Arr'Aiyê na Senzala do Barro Preto. A festa acontece para celebrar o mês de junho e a proximidade do São João. As atrações são o forrozeiro Cicinho de Assis e sua filha July, as bandas Forró do ABC, Movimento do Beto e a anfitriã Band’Aiyê, com participação do cantor Jau.  Ingressos: R$ 100| R$ 50 e R$ e R$ 180|R$ 90 (camarote).