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Menino que morreu em hotel já é a quarta criança vítima em piscina neste ano

O ano mal começou e todas essas crianças já morreram afogadas em piscinas no Brasil. Em Salvador, piscina onde menino morreu não tem câmeras

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 07:41

 - Atualizado há 3 anos

João Victor, 5 anos, Kauã Davi, 7, Mariana, 8, e Naisla, 11. O ano mal começou e todas essas crianças já morreram afogadas em piscinas no Brasil. Além das mortes, outros dois casos tiveram finais menos trágicos: o administrador Josias Andrade Saraiva, 43 anos, teve o pé fraturado ao ser sugado por um ralo (o mesmo que matou Kauã), em Caldas Novas; e uma menina que não teve o nome divulgado ficou meia hora com a barriga presa no ralo da piscina do Le Parc, em Salvador, mas conseguiu manter a cabeça fora da água até ser resgatada. “Sempre acompanho os casos e acho que este ano não está sendo normal. Acredito que é porque o Verão está muito quente, então a frequência de pessoas em piscinas aumentou”, tenta explicar Nilson Maierá, diretor técnico da Associação Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas (Anapp). A associação calcula que, por ano, aconteçam 133 mortes em piscinas, e mais de 700 pessoas fiquem com sequelas. Já os dados mais recentes  da ONG Criança Segura apontam que, em 2011, 1.115 crianças morreram afogadas no país, a maior parte em rios. Os afogamentos, segundo a ONG, são a segunda causa de mortes de crianças no Brasil, perdendo para o trânsito. RankingEntre as mortes em piscinas, a maioria acontece por afogamentos simples, como o que aconteceu com João Victor. Em seguida, vêm os afogamentos causados por sucção do ralo, que foi o que matou as outras três crianças. Ainda aparecem no ranking mortes por traumatismo (bater a cabeça na borda, por exemplo) e choques elétricos (que pode acontecer quando a piscina tem iluminação interna). Para evitar os afogamentos, não tem muito segredo: supervisão, grades e telas de proteção e até alarmes. Já para o problema dos ralos, as soluções mais viáveis são os vários tipos de tampas protetoras. E elas podem custar muito barato. Em visita do CORREIO a três lojas de produtos de piscina, foram encontrados produtos a partir de R$ 6. Esse é o valor de uma tampa para ser colocada no ralo, permitindo que por ele passe apenas a água, sem levar junto  o braço, barriga ou cabelos de uma criança. O apetrecho de plástico é muito simples, e foi encontrado pela reportagem na Companhia das Piscinas, que fica em frente à entrada da Magalhães Neto, na Pituba. A loja tem um modelo maior, mais seguro, que custa R$ 20. Mas há outras opções.Na Central das Piscinas, que fica no Free Shop, no Rio Vermelho, você pode encontrar um outro modelo do tampão, em metal, que funciona basicamente do mesmo jeito. A proprietária, Ray Brandão, mostra no catálogo outros itens de segurança, mas conta que não tem em estoque porque não há procura por parte dos clientes. “Às vezes, a gente pede e fica aí um tempão. As pessoas esperam acontecer para tomarem uma providência. E é uma coisa tão simples de evitar”, lamenta. “Se o cliente chegar querendo, a gente encomenda”, diz. CoadorEntre as opções mostradas por Ray, há o ‘skimmer’, que funciona como uma espécie de coador da água da piscina. Seguro, o equipamento custa R$ 178 e é obrigatório nos Estados Unidos. Por aqui, um projeto de lei está parado na comissão de seguridade da Câmara de Deputados há “uns dois anos”, segundo o relator Darcísio Perondi (PMDB-RS).Mas só agora, após a sucessão de tragédias, o deputado promete colocá-lo para andar. “Em fevereiro, voltamos do recesso e vamos ter que eleger as comissões. Mas pode me cobrar no final de fevereiro”, prometeu à reportagem.O projeto foi elaborado por peritos contratados por Odele Souza, mãe de Flávia Souza, que está em coma há 16 anos, desde que teve os cabelos sugados pelo ralo da piscina do prédio em que morava, em São Paulo. Após o acidente, Odele se tornou ativista da causa e fez um blog: flaviavivendoemcoma.blogspot.com.br. CuidadosEnquanto a lei não entra em vigor, alguns cuidados podem ser tomados. Coordenador de vendas da Piscinart, em Amaralina, Lourival Batista lembra que a bomba da piscina não precisa ficar ligada. “Liga só na hora de limpar e depois desliga”. O item de segurança sugerido pelo vendedor é um ralo antiturbilhão, que em vez de sugar a água por cima faz isso pelas laterais, de uma maneira bem distribuída. Distribuir a sucção, aliás, é a medida mais acertada para quem está construindo uma piscina. “Quanto mais ralos você tem, menos força será necessária”.“Usar uma touca para proteger os cabelos, ou ter uma tesoura por perto, para cortá-lo em caso de emergência, são cuidados paliativos”, acrescenta Nilson Maierá.  A coordenadora da ONG Criança Segura, Alessandra Françoia, recomenda ainda que os adultos testem, com a mão, a força da sucção antes de deixar as crianças brincarem. “Geralmente são as crianças que ficam presas, porque têm menos força para puxar”.Piscina em que garoto morreu não tem câmerasGil Santos e Clarissa PachecoO acidente que matou o garoto  João Vitor Santos de Queiroz Souza, 5 anos, na piscina do Hotel Othon, em Ondina, na terça-feira, não foi registrado por câmeras de segurança. Segundo a delegada titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), Jussara Souza, não há equipamento na piscina. “Uma equipe esteve no local hoje (ontem) para fazer a investigação do caso e constatou que não há câmeras de segurança na piscina, segundo o hotel, para manter a privacidade dos hóspedes”, disse.A delegada Acácia Nunes, que realiza as investigações, afirmou que o trabalho ainda está em fase inicial. Ontem, o corpo de João Vitor foi enterrado no cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília. Durante  o velório, os pais de João Vitor,  os pastores Lázaro dos Anjos e Janete Souza, permaneceram ao lado do caixão do filho. Cânticos e orações foram realizados durante a cerimônia. Parentes e amigos se emocionaram. “É um momento muito difícil para todos eles, mas é preciso ter fé em Deus e superar esse momento”, afirmou Maria da Conceição, 57 anos, amiga da família.Os pais e os tios de João Vitor não quiseram comentar o assunto. Uma amiga da família, de prenome Elisângela, questionou a versão do hotel de que um salva-vidas retirou o menino da piscina. “Não vi o acidente, mas, quando cheguei na piscina, a criança estava recebendo o atendimento e tinha muita gente em volta. Não vi salva-vidas, apenas o pai do menino”, afirmou ela, que, assim como os pais da criança, participava do seminário da Igreja Internacional da Graça de Deus que acontecia no hotel. A assessoria do Othon informou no dia do acidente que o garoto fora retirado da piscina por um salva-vidas. Ontem, o gerente-geral  do hotel ficou em reunião durante todo o dia e, até o fechamento desta edição, não se pronunciou. Às 17h50, o corpo de João Vitor foi sepultado, com cânticos e louvores evangélicos. O garoto se afogou numa parte da piscina que tem 2,5 metros de profundidade.  João Vitor recebeu atendimento do Samu no local, teve duas paradas cardíacas e morreu a caminho do hospital. A família não estava hospedada no hotel e há um ano mora em Ribeira do Pombal.Corpo de garoto João Vitor foi enterrado na tarde desta quarta-feira

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