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Exercício físico pode revelar doenças silenciosas

Alterações no padrão de desempenho, tolerância ao treino ou recuperação podem ser os primeiros indicadores

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  • Portal Edicase

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 17:03

Os exercícios físicos podem revelar doenças silenciosas, e reconhecer os sinais é essencial para identificá-las ainda no estágio inicial (Imagem: Kues | Shutterstock)
Os exercícios físicos podem revelar doenças silenciosas, e reconhecer os sinais é essencial para identificá-las ainda no estágio inicial (Imagem: Kues | Shutterstock) Crédito:

A prática de exercícios físicos é, sem dúvidas, um dos hábitos mais eficazes para prevenir problemas de saúde — especialmente quando aliada a uma alimentação equilibrada. No entanto, ela também pode ajudar a revelar doenças silenciosas que ainda não aparecem em exames laboratoriais.

“O exercício físico é, em essência, um teste de estresse fisiológico. Ele exige que o sistema cardiovascular , respiratório, endócrino e muscular trabalhem em sincronia. Quando há alguma disfunção oculta, ela tende a se manifestar primeiro durante o esforço”, explica o Dr. Sebastião J. Rodrigues Junior, médico do esporte, professor na Faculdade de Medicina de Assis (Fema), mestre em interações estruturais e funcionais na reabilitação e membro da comissão médica da seleção feminina de futebol sub-17.

Fique atento aos sintomas

Durante um treino, é comum sentir cansaço e esforço. “De fato, a fadiga é uma resposta fisiológica esperada ao exercício. No entanto, quando ela se manifesta de forma desproporcional à intensidade do treino ou vem acompanhada de sintomas sistêmicos, é preciso atenção”, explica o médico. 

No entanto, é importante ficar atento a sintomas que podem indicar algo mais sério. “Tontura, palpitações, falta de ar intensa, dor torácica, suor frio, náuseas ou queda abrupta de desempenho são exemplos de manifestações que extrapolam o limite do esforço saudável. Esses sinais podem estar relacionados a condições cardiovasculares silenciosas, distúrbios hormonais — como hipotireoidismo —, anemia ou até desequilíbrios eletrolíticos”, diz o Dr. Sebastião J. Rodrigues Junior.

Falta de ar e dor no peito

Algumas pessoas relatam falta de ar apenas quando se exercitam. Neste caso, é importante diferenciar uma resposta normal do início de uma doença cardiovascular. “A diferença está na proporcionalidade e na recuperação. A falta de ar esperada surge gradualmente, acompanha a intensidade do esforço e melhora rapidamente quando o ritmo é reduzido. Já a dispneia patológica é súbita, desproporcional e tende a persistir mesmo após o término da atividade”, alerta o Dr. Sebastião J. Rodrigues Junior. 

A dor no peito também pode acontecer durante a atividade física. “O mesmo raciocínio vale para a dor torácica: uma sensação de queimação muscular é comum, mas um aperto ou peso no peito, que irradia para o braço, pescoço ou costas, pode indicar isquemia cardíaca. Nesses casos, o exercício está apenas revelando uma limitação que, em repouso, o organismo consegue compensar”, acrescenta.

A queda de rendimento sem alteração no volume ou na qualidade do treino é um sinal de alerta (Imagem: oatawa | Shutterstock)
A queda de rendimento sem alteração no volume ou na qualidade do treino é um sinal de alerta Crédito: Imagem: oatawa | Shutterstock

Queda no desempenho físico

Quando o desempenho começa a cair sem motivo aparente — a pessoa treina, se alimenta bem, mas “desanda” — isso pode ser um sinal clínico, conforme explica o médico. “A queda de rendimento sem alteração no volume ou na qualidade do treino é um marcador sensível de disfunções metabólicas. A anemia reduz a capacidade de transporte de oxigênio, o hipotireoidismo diminui o metabolismo energético, e doenças inflamatórias ou infecciosas subclínicas interferem na recuperação muscular”, afirma. 

Quando isso acontece, é importante prestar atenção aos sintomas e procurar um médico. “Nesses casos, é comum observar aumento da frequência cardíaca para cargas habituais e maior tempo de recuperação pós-esforço. O diagnóstico deve ser investigado por meio de exames laboratoriais e avaliação médica”, orienta o Dr. Sebastião J. Rodrigues Junior.

Detecção precoce de condições clínicas silenciosas

A prática regular de exercício também funciona como uma forma de identificar precocemente problemas de saúde que, muitas vezes, não aparecem nos exames de rotina. “Assim, alterações no padrão de desempenho, tolerância ao treino ou recuperação podem ser os primeiros indicadores de doenças que ainda não aparecem em exames laboratoriais convencionais. Por isso, a prática supervisionada — aliando o olhar do educador físico ao acompanhamento médico — é uma das formas mais eficazes de detecção precoce de condições clínicas silenciosas”, ressalta o médico.

Durante a atividade física, o corpo revela sinais importantes. “O organismo tem mecanismos de autorregulação muito precisos. Quando algo foge do padrão habitual — seja no desempenho, na recuperação ou na resposta fisiológica ao exercício —, o corpo está emitindo um alerta. Saber reconhecer esses sinais é fundamental não apenas para prevenir lesões, mas também para identificar doenças em estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz”, finaliza o Dr. Sebastião J. Rodrigues Junior.

Por Adriano Ferreira e Redação EdiCase