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Pai que agrediu criança de 4 anos em festa de escola é liberado: 'Legislação branda'

Ele vai responder por vias de fato e desacato, crimes considerados de menor potencial ofensivo

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 17 de junho de 2025 às 11:30

Douglas Parisio foi para cima de menino
Douglas Parisio foi para cima de menino Crédito: Reprodução

Douglas Filipe Parisio Lima, de 41 anos, foi liberado após assinar um termo de comparecimento à Justiça, horas depois de agredir uma criança de quatro anos durante uma apresentação escolar em Vicente Pires, no Distrito Federal. O caso, registrado no último domingo (15), provocou indignação entre pais, professores e a comunidade escolar, que assistiram à cena em meio à tradicional festa junina do Colégio Liceu.

A Polícia Militar foi acionada após Parisio invadir o palco onde crianças de três a quatro anos dançavam e agredir o menino, que teria se envolvido em um desentendimento com seu filho minutos antes. As imagens mostram o momento em que o agressor segura o garoto pelo pescoço e o derruba no chão, sendo logo contido por outros adultos.

Levado à 8ª Delegacia de Polícia, onde estava o plantão de domingo, Parisio não ficou preso. A ocorrência foi enquadrada como “vias de fato” e “desacato”, crimes considerados de menor potencial ofensivo, que permitiram sua liberação mediante a assinatura de um termo circunstanciado. Um dos fatores que levaram à tipificação foi o fato de a mãe de outro aluno, que tentou impedir a agressão, ser policial civil, motivo do registro por desacato.

Responsável pela investigação, o delegado Pablo Aguiar, da 38ª DP de Vicente Pires, criticou os limites da legislação vigente. “Infelizmente, nossa legislação é branda em relação a crimes como esse. Certamente, o policial e o delegado que analisaram o caso também são pais e se colocam no lugar dos responsáveis pela criança. No entanto, não há muito o que fazer”, lamentou falando ao G1.

"Reação emocional extrema" 

A defesa de Parisio alegou que ele foi tomado por uma “reação emocional extrema” ao presenciar o que descreve como mais um episódio de agressão ao próprio filho. Os advogados afirmam que o menino já era alvo de bullying dentro da escola e que o pai agiu em desespero. “Errou. Ele não nega a falha na forma como reagiu, tampouco deseja se esquivar de suas responsabilidades”, diz a nota, destacando que o cliente está arrependido e envergonhado.

O Colégio Liceu, por sua vez, repudiou a tentativa de justificar a violência. A escola afirmou que havia apenas um desentendimento entre os alunos, que já estava sendo mediado por uma professora. Para a instituição, a reação do pai foi abrupta e inaceitável. “A maldade não está nas crianças, que agem movidas pela pureza e pela inocência próprias da infância. A maldade esteve nas mãos de um adulto”, diz trecho da nota oficial. A escola também afirmou ter prestado assistência às famílias envolvidas e estar colaborando com as autoridades.

A agressão e seus desdobramentos ainda estão sob investigação. Ao final do inquérito, caberá ao Ministério Público do Distrito Federal decidir se oferece denúncia formal à Justiça e se altera a tipificação penal do caso. Enquanto isso, Douglas Parisio segue em liberdade, com o compromisso de se apresentar à Justiça quando convocado.