Brasil mostra a sua cara e acaba na polícia

Produção de R$ 16 milhões, Polícia Federal - A Lei É Para Todos conta os bastidores da grande Operação Lato Jato

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 7 de setembro de 2017 às 06:04

- Atualizado há um ano

Em um país em que a realidade atropela e supera a ficção nos últimos anos quando o assunto envolve lavagem de dinheiro, corrupção e política, o longa-metragem Polícia Federal - A Lei É Para Todos chega aos cinemas com 737 cópias e a difícil missão de envolver o espectador ao mostrar a origem e os bastidores da Operação Lava Jato.

Dirigido por Marcelo Antunez e em ritmo de thriller, o filme custou R$ 16 milhões e é baseado no livro homônimo (Record/R$ 37,90/280 páginas), da escritora Ana Maria Santos e do jornalista Carlos Graieb, que narra a investigação sob o ponto de vista dos policiais.Opinião: Reconstituições e cenas de Odebrecht e Lula valem o filme

Programado para ser uma trilogia e com uma narrativa que intercala cenas gravadas na sede da Polícia Federal e da Justiça Federal de Curitiba com vídeos das colaborações premiadas dos delatores da operação e áudios de reportagens sobre a Lava Jato, A Lei É Para Todos acaba com a ida do ex-presidente Lula (Ary Fontoura), por condução coercitiva, para prestar depoimento na PF.

“É verdade que os roteiristas de Brasília estão criativos demais, mas acho que as pessoas, de modo geral, mesmo as que acompanham o noticiário diário, não lembram mais como foi o início da Operação Lava Jato, e também não conhecem direito os detalhes dos bastidores. O filme traz um frescor, nesse sentido”, explica Marcelo Antunez, que fez sucesso no cinema de comédia (Até Que a Sorte nos Separe 3, Qualquer Gato Vira-Lata 2). “Eu queria fazer um thriller e essa história da Lava Jato, por si só, é muito cinematográfica”, diz.

 Os personagens investigados têm os seus nomes reais no filme. Entre eles, o doleiro Alberto Youssef (Roberto Birindelli), o empresário Marcelo Odebrecht (Leonardo Medeiros), o ex-presidente Lula (Ary Fontoura) e o juiz Sérgio Moro (Marcelo Serrado).  Já os investigadores, inspirados em personagens reais ou agrupando características de alguns deles, têm nomes fictícios. O principal ponto de vista é o do delegado Ivan (Antonio Calloni). Ele coordena a força-tarefa junto com o Ministério Público e mostra os detalhes da investigação.

“É cinema, é entretenimento acima de tudo, mas seria bom se o filme pudesse contribuir para o debate sobre o assunto. O Brasil ficou polarizado demais, com as pessoas perdendo a capacidade de debater e transformando quem pensa diferente em inimigo. Somos uma democracia jovem, precisamos aprender a debater”, afirma Calloni.

“É interessante também mostrar um pouco da vida dos policiais da operação, como trabalham, seus dramas pessoais”,  diz o ator Bruce Gomlevsky. Ele brilha no papel de Júlio Cesar, o personagem policial de perfil melhor explorado na trama e que conduz a operação numa das melhores sequências do filme: a prisão de Marcelo Odebrecht em sua mansão. Enquanto o empresário baiano, de pijama e ar arrogante, se mostra surpreso com a ordem de revista policial e pede para trocar de roupa e apanhar seu celular, Júlio diz:  “O senhor não está entendendo. Isso é um mandado de busca e apreensão. A partir de agora, o senhor não vai a lugar algum sozinho”. Ivan (Calloni) e o ex-presidente Lula (Ary Fontoura): boa sequência (Foto/divulgação) Investidores  - O diretor Marcelo Antunez faz questão de ressaltar que Polícia Federal - A Lei É Para Todos  não tem a intenção de politizar, que ele buscou a imparcialidade: “Mesmo sendo um tema que envolve política, isso é cinema de entretenimento. Não usamos o filme para tomar posição. É uma boa história e tem a ver com todos nós”.

Pelo tema que colocou Brasília e metade do país de cabelo em pé nos últimos tempos, e pelo orçamento alto para os padrões do cinema nacional, desde o começo das filmagens surgiram alguns boatos na imprensa sobre quem estaria financiando a produção, quais os reais interessados, etc.

“Os investidores, todos privados, pediram para ter a identidade mantida em sigilo, algo que às vezes acontece quanto o filme aborda temas polêmicos. É um direito deles. O filme não buscou o apoio da Lei do Audiovisual porque achamos que teríamos maior liberdade e porque acreditamos no apelo de bilheteria dele”, diz Antunez.

“Todos os investidores passaram pela cláusula de compliance, que garante a origem legal dos recursos”, completa o veterano Tomislav Blazic (New Cine & TV), produtor e mentor do filme cujo roteiro é assinado por Gustavo Lipsztein e Thomas Stavros. Agora, é com o público, o juiz das bilheterias. 

Cotação: REGULAR

Horários de exibição:

 UCI Orient Shopping da Bahia 3  10h (M) | 12h20 (M) | 14h40 | 17h | 19h20 | 21h40  UCI Orient Shopping da Bahia 4  11h40 (M) | 14h | 16h20 | 18h40 | 21h  UCI Orient Shopping da Bahia 8  13h30 | 15h50 | 18h10 | 20h30  UCI Orient Shopping da Bahia 9  10h40 (M) | 13h | 15h20 | 17h40 | 20h | 22h20  UCI Orient Shopping Barra 3  10h40 (M) | 13h10 | 15h35 | 18h10 | 20h40  UCI Orient Shopping Barra 8 (delux)  11h30 (M) | 14h | 16h30 | 19h | 21h20  UCI Orient Shopping Paralela 1  13h10 | 15h30 | 17h50 | 20h10 | 22h30  UCI Orient Shopping Paralela 4  11h40 (M) | 14h | 16h20 | 18h40 | 21h  Orient Center Lapa 1  13h | 15h15 | 17h30 | 19h45  Cinépolis Bela Vista 7  13h20 | 15h50 | 18h20 | 20h50  Cinépolis Bela Vista 8  16h | 21h10  Cinépolis Bela Vista 9  14h30 | 17h | 19h30 | 22h  Cinépolis Salvador Norte 1  13h40 | 16h10 | 18h40 | 21h10  Cinépolis Salvador Norte 2  19h10 | 21h55  Cinesercla Cajazeiras 2  14h45 | 16h45 | 18h45 | 20h45  Cinemark 6  12h15 | 14h45 | 17h20 | 19h45 | 22h10  Cinemark 8  15h15 | 18h10 | 21h  Espaço Itaú Glauber Rocha 1  13h30 | 16h | 18h30 | 20h50