BTCA volta a cartaz com Viramundo, em homenagem a Gilberto Gil 

Espetáculo, encenado sexta (28) e sábado (29) no TCA, tem direção de Duda Maia e música original da Orquestra Afrosinfônica

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  • Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2022 às 18:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Uendel Galter/divulgação

Depois de uma temporada de estreia abençoada pelo homenageado e com ingressos esgotados em três datas no início do mês de julho, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) volta a cartaz com o espetáculo Viramundo, que celebra os 80 anos de Gilberto Gil. Inspirado pela riqueza da obra do imortal baiano, a companhia oficial de dança da Bahia se une à Orquestra Afrosinfônica, regida pelo maestro Ubiratan Marques, para colocar no palco uma montagem de beleza em dança e música. As novas apresentações acontecem na sexta (28) e sábado (29), às 20h, na Sala Principal do Teatro Castro Alves.

Todo o elenco do BTCA está em cena, ressoando as danças que Gilberto Gil desperta em seus corpos. Na conexão entre ancestralidade e futuro, raízes e profecias, sertão e litoral, ecologias e tecnologias, despontam a diversidade, a atemporalidade, a generosidade. “Mais do que transformar a obra de Gil em dança, a ideia foi de apropriar a musicalidade de Gil e produzi-la com o corpo. Achar essa dança Gil, esse corpo Brasil, que é futurista, que é ciência, que é sertão, que é Tropicália, que é fala, que é protesto, todos esses elementos que estão muito fortes no caminho que Gil traçou”, revela a coreógrafo Duda Maia.

Para a criação da trilha sonora original, nascida dos embriões que Gil inventa e ecoa, Ubiratan Marques, da Afrosinfônica, se baseou em três movimentos de percepção da obra do homenageado: o 1º movimento, Sertão; o 2º, Tropicália; e o 3º, Expresso 2222. São sonoridades que representam sua leitura e remetem às características próprias de Gilberto Gil, misturadas a trechos de suas canções em novos arranjos. A Orquestra Afrosinfônica ocupa o palco junto com a companhia de dança, movendo e cantando juntos. “A Orquestra Afrosinfônica é exatamente o que Gilberto Gil falou sobre a Oralidade dos Sertões ao lado dos letrados clássicos da Academia Brasileira de Letras. Acredito que é dessa forma que apresentamos ‘Viramundo’ ao lado do BTCA para nosso povo”, atesta o maestro.

Idealizadora do projeto, Ana Paula Bouzas, diretora artística do BTCA, descreve: “Penso que para o BTCA, um corpo público representativo das artes, da dança na Bahia, com uma história de excelência em 41 anos, ter a obra de um artista da magnitude de Gilberto Gil como inspiração é um presente. É poder celebrar em vida um brasileiro da dimensão humana, artística e política de Gil num país que vem demonstrando a cada dia a necessidade pungente de afirmar a verdadeira história de sua construção sociocultural e o que somos a partir disso. O Brasil de Gil é um Brasil de fundamento, horizontal e profundamente gigante, democrático, sertanejo e urbano, ancestral e futurista”.

Serviço - BTCA em Viramundo | sexta (28) e sábado (29), às 20h, no Teatro castro Alves | Ingresso:  R$ 20 / R$ 10, à venda na bilheteria do teatro e no Sympla