Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Instituto Música Brasilis publica online 254 partituras de 67 compositores baianos

Lançamento acontece hoje (21) com a cravista Rosana Lanzelotte na Sala Neojiba

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 21 de julho de 2025 às 14:00

Rosana Lanzelotte, idealizadora do Instituto Música Brasilis
Rosana Lanzelotte, idealizadora do Instituto Música Brasilis Crédito: Divulgação/Donatas Dabravolskas

“O que os músicos não podem tocar, o público não pode conhecer”, afirma a cravista e doutora em Informática Rosana Lanzelotte. Com uma extensa trajetória na música, Lanzelotte teve, desde cedo em sua carreira, a percepção de que existia uma dificuldade em acessar repertórios brasileiros. “Isso ficou particularmente mais claro para mim no Ano do Brasil na França, em 2005, onde os franceses queriam tocar repertórios brasileiros e me pediram auxílio para encontrar partituras de compositores sinfônicos. Não se conseguiu encontrar, muito menos com disponibilidade na web. Então, eu vi que havia essa lacuna grave afetando um dos maiores legados culturais brasileiros, que é a música”, relembra.

Motivada a mudar esse cenário e unindo suas atuações na música e na pesquisa em informática, em 2010 Lanzelotte criou o Instituto Música Brasilis, um instituto sem fins lucrativos e website que disponibiliza gratuitamente partituras, áudios e vídeos de peças musicais de compositores brasileiros. Em 15 anos, já são mais de 6.600 partituras publicadas e um acesso mensal de 120 mil usuários de todo o mundo. Neste mês, o Música Brasilis celebra mais um feito, desta vez centrado na Bahia, com a inclusão de 254 partituras de 67 compositores baianos no acervo do portal. O lançamento será hoje (21), às 17h30, com a palestra Música Brasilis e os Acervos Musicais Baianos, ministrada por Rosana Lanzelotte na Sala Neojiba – Parque do Queimado.

“Eu fico muito feliz de fazer essa palestra neste mês de julho ainda, que tem essa importância para todos nós, brasileiros, com essa segunda data da independência na Bahia, e também por estar levando essas obras dos compositores baianos que são tão importantes na nossa cultura”, afirma a pesquisadora. As composições baianas que estarão disponíveis abrangem obras do século XVII ao XX, sendo 223 de domínio público e 31 com direitos autorais preservados. Entre os destaques do acervo estão nomes como Gregório de Mattos, Xisto Bahia e Damião Barbosa. A coleção inclui também partituras de compositores contemporâneos, como Paulo Costa Lima e Silvio Deolindo Froes (1916).

Ilustração de edição de partitura realizada pelo projeto
Ilustração de edição de partitura realizada pelo projeto Crédito: Divulgação

Resgate 

A pesquisa e inclusão desse repertório fazem parte do Acervo Digital de Partituras Brasileiras, projeto do Música Brasilis com apoio do Instituto Cultural Vale e do BNDES, que já incluiu no portal compositores de diversos estados brasileiros, em contato com organizações como o Instituto Ricardo Brennand, Arquivo Público do Estado, Orquestra Ribeiro Bastos, Museu Carlos Gomes e Biblioteca Nacional. Um dos focos da iniciativa também é o resgate integral das nove óperas de Carlos Gomes. “Carlos Gomes é o nosso maior compositor de óperas de todos os tempos, dentre elas a conhecidíssima O Guarani. Mas, apesar de sua importância e do fato de ele estar em domínio público, não se tinha fácil acesso às partituras de suas óperas. Estamos concluindo então esse resgate em setembro, que nos dará um total de 35 mil páginas editadas”, partilha Lanzelotte.

Dentre o acervo, a musicista destaca ainda as composições de uma figura histórica um tanto inusitada: Dom Pedro I. “Muitas vezes as pessoas não sabem que Dom Pedro também era compositor. Ele tinha uma missão política, mas também nos deixou uma produção que tem uma qualidade muito apreciável e que ele também utilizou para valorizar o Brasil perante os povos estrangeiros. Ele foi, digamos assim, o primeiro embaixador cultural do Brasil”, explica Lanzelotte, que é autora do livro Já raiou a liberdade – D. Pedro I compositor e a música de seu tempo, publicado pela Editora Capivara e vencedor do VIII Prêmio Profissionais da Música na categoria “Educação - Literatura - Biografias”.

Ao todo, o Acervo Digital de Partituras Brasileiras já contratou 123 pesquisadores e musicólogos por todo o Brasil. Na Bahia, a pesquisa e edição das partituras foram realizadas em parceria com o núcleo de musicologia da Universidade Federal da Bahia e músicos locais, que transformam, em sua maioria, manuscritos em edições práticas, acessíveis e voltadas para a performance: partituras, imagens e vídeos que servem como ferramenta educacional e de fomento à música instrumental nacional.

Mapa de distribuição relativo às partituras publicadas
Mapa de distribuição relativo às partituras publicadas Crédito: Divulgação

“Acredito que estamos fazendo um serviço necessário para a comunidade musical. E tenho visto cada vez mais as orquestras brasileiras também incluírem repertórios brasileiros em suas apresentações. A música que nós temos no Brasil, ainda mais na Bahia, que é um celeiro de música, é de grande qualidade e só não foi mais tocada porque não houve esse acesso facilitado”, finaliza.

SERVIÇO: Palestra/concerto Musica Brasilis e os Acervos Musicais Baianos | Hoje (21), às 17h30, na Sala Neojiba – Parque do Queimado, Liberdade | Gratuito