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Após briga e morte, clássicos em São Paulo terão torcida única até o fim de 2016

Torcidas organizadas estão proibidas de levar faixas, adereços, instrumentos musicais ou qualquer identificação

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  • Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2016 às 21:07

 - Atualizado há 2 anos

Os próximos clássicos disputados no estado de São Paulo, até o dia 31 de dezembro, serão disputados com torcida única. A compra de ingressos será unicamente online, com o cadastro prévio dos compradores, e as todas as torcidas organizadas estão proibidas de levar faixas, adereços, instrumentos musicais ou qualquer identificação. Essas foram as principais medidas anunciadas nesta segunda-feira pela Secretaria de Segurança Pública após os conflitos de domingo, antes e depois do clássico entre Palmeiras e Corinthians, que deixaram um morto e dezenas de feridos.

“Essa determinação (torcida única) vale até o fim do ano. Depois vamos analisar em conjunto essa questão”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Alexandre Morais. O governo de São Paulo convocou uma reunião nesta segunda-feira para discutir medidas de segurança depois dos conflitos registrados em pontos da cidade: São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. Foram convocados o promotor de justiça Paulo Castilho, juízes do Juizado Especial Criminal, delegados da delegacia que cuida de violência no esporte e representantes da Polícia Militar e da Federação Paulista de Futebol (FPF). (Foto: Reprodução)O secretário também anunciou a identificação e banimento dos torcedores envolvidos nos conflitos. “Devemos terminar amanhã (terça-feira) a identificação de mais de 50 torcedores graças às imagens colhidas no Metrô". Além das medidas penais, os torcedores serão banidos dos estádios. As torcidas uniformizadas envolvidas nas brigas também serão responsabilizadas. Na estação Brás, na Linha Vermelha do Metrô, torcedores dispararam rojões dentro da estação. Vidros foram estilhaçados e os bancos dos vagões, quebrados. “Também mandaremos o material para a Procuradoria Geral para entrarem com ação contra a Mancha Alviverde e a Camisa 12 na depredação da estação de metrô. O objetivo é repararem a estação e penhorarem seus ativos para que acabe com a impunidade”, afirmou o secretário.

O órgão de segurança também vai criar uma central para consolidar ocorrências relacionadas à violência nos estádios, que terá contato direto com o Juizado do Torcedor. Antes e depois do clássico vencido pelo Palmeiras, conflitos em quatro pontos transformaram a cidade em um cenário de guerra. Além dos confrontos na estação Brás, uma morte foi registrada em São Miguel Paulista.

Um idoso, de cerca de 60 anos, que ainda não foi identificado pela polícia, foi atingido por um tiro na praça Padre Aleixo Monteiro Mafra e morreu. Corintianos armados com pedaços de pau, pedra e rojões atacaram palmeirenses, que correram para a estação de trem da CPTM. Em Guarulhos, os confrontos resultaram em 27 prisões. Foram apreendidas 18 barras de ferro, armas brancas, porretes e fogos de artifício.

Após o clássico, na zona oeste de São Paulo, corintianos que estavam no caminhão de transporte de instrumentos e bandeiras espancaram três palmeirenses. Todos os torcedores detidos foram liberados nesta segunda-feira após assinarem um termo circunstanciado.

ExtinçãoO promotor Paulo Castilho, do Juizado Especial Criminal, pediu a extinção judicial da Gaviões da Fiel e da Mancha Alviverde, além de uma endurecimento nas leis para coibir a violência das torcidas. Ele sugere até uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), que possa abordar especificamente o tema, sem prejuízo de outras maneiras de reunião.

“As torcidas organizadas se reúnem para brigar. Será que a sociedade quer o Estado como babá dessas pessoas? Acho que não”, disse o promotor. Ele acredita que a grande maioria das pessoas é favor do fim das organizadas. Uma PEC, porém, precisa ser aprovada pelo Congresso. Castilho voltou a defender o uso de tornozeleiras para controlar torcedores que venham a ser processados e condenados por envolvimento em pancadaria. "Isso será uma maneira de controlá-los". O representante do Ministério Público considera que algumas torcidas já deram exemplos seguidos de que não podem continuar com suas atividades, pois protagonizam rotineiramente atos violentos.

Por esse motivo, que ficou mais uma vez claro nos confrontos de domingo que resultaram na morte de uma pessoa que nada tinha a ver com os organizados, é que ele pediu que seja determinado o fim das atividades da Mancha e dos Gaviões. “Não somos contra a torcida, mas somos contra atos de violência. É preciso que isso acabe”, encerrou.