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Portal Edicase
Publicado em 1 de agosto de 2024 às 14:36
No inverno, o ar mais seco e a redução na transpiração podem mascarar a necessidade de consumir água, mas o organismo ainda precisa de líquidos para funcionar corretamente. Dessa maneira, mesmo que a sensação de sede seja menos frequente, é essencial manter uma hidratação adequada para a saúde do corpo. >
De acordo com a nutricionista Edilceia Domingues do Amaral Ravazzani, mestre em Ensino nas ciências da saúde com especialização em Nutrição Clínica, e, também, professora e coordenadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário UniBrasil, isso acontece devido às perdas de líquido corporal que se mantém elevadas durante os dias frios dessa estação do ano. >
“Porém, esses níveis de desidratação muitas vezes são menos percebidos, assim como os indivíduos tendem a não ingerir água regularmente no inverno, entendendo que não há necessidade de manter o consumo como no verão”, ressalta. >
A educadora explica que o corpo humano é formado por um elevado percentual de água, responsável por importantes funções em nosso organismo, como a hidratação do corpo, a composição das células e do sangue, assim como a lubrificação das articulações e mucosas. >
Segundo ela, a água também é usada em todos os processos digestivos do nosso organismo, sendo responsável pela eliminação de resíduos, entre outras funções. “Logo, para manter a homeostasia, beber água é fundamental”, assegura. >
Edilceia explica que o melhor líquido para se ingerir quando o objetivo é a hidratação se trata da água, uma vez que ela será absorvida facilmente, devido à composição. “Porém, cabe destacar que outros líquidos são importantes e podem trazer benefícios à saúde, tais como sucos de frutas naturais, chás, além de alimentos suculentos, como algumas frutas e vegetais. Desta forma, a água presente em sua composição também será utilizada pelo nosso organismo”, afirma. >
Neste aspecto, a orientação da nutricionista quanto à ingestão de líquidos “é de 35 ml de água para cada quilo de peso corporal para adultos e de 50 ml a 60 ml de água por quilo de peso corporal para crianças”. >
Além disso, ela lembra que bebidas como refrigerantes não são adequadas para hidratação, pois, em sua grande maioria, possuem muito sódio, levando o organismo a requisitar água logo após a ingestão. “Assim, quando se utiliza essas bebidas com a intenção de ‘matar a sede’, ela passa logo após sua ingestão, porém, minutos depois, a sede retorna. Por isso, o ideal é hidratar com água, sempre”, complementa. >
No dia a dia, é possível identificar facilmente os sintomas de desidratação do corpo. “A sensação de boca seca é um dos primeiros sinais da desidratação. Entretanto, é importante ficar atento à diminuição da diurese. Se a eliminação da urina diminuir, se a urina estiver escura e com odor forte, também são sinais de que o organismo está com falta de água, assim como dores de cabeça, tontura e fraqueza. Além disso, quando a desidratação fica severa, os batimentos cardíacos aumentam e a pele perde a elasticidade”, explica a nutricionista. >
A desidratação é algo grave e sintomas como cãibras e fraqueza muscular podem ocorrer com uma perda de percentual do líquido corporal. “Se a desidratação não for tratada, ou seja, se o indivíduo não receber líquidos, o quadro pode agravar. A insuficiência renal, os problemas cardíacos – como infarto e a perda da capacidade do organismo em regular a temperatura corporal – são riscos latentes”, alerta a profissional. >
Apesar de todos os benefícios para a saúde, muitas pessoas têm dificuldades para manter o hábito de beber água ao longo do dia. Além disso, conforme a nutricionista, quando não o desenvolve na infância, é mais difícil mantê-lo na vida adulta. “A maioria das pessoas associa a necessidade de ingestão de água à sede. Porém, a sede quando presente é um sinal de que nosso organismo já está com falta de água”, reforça. >
Por fim, a professora destaca que, embora não haja malefícios ligados ao consumo excessivo de água, uma vez que o organismo elimina o excesso, a ingestão extremamente elevada, sem outros alimentos que forneçam micronutrientes necessários à regulação do uso e distribuição da água corporal, pode levar à baixa quantidade de sódio . Isso, por sua vez, favorece o desenvolvimento de um quadro chamado hiponatremia, quando a concentração de sódio no sangue está excessivamente baixa. >
Por Larissa de Pinho Teixeira Moutinho >