Mais de 60% dos negócios baianos pararam suas atividades por conta da pandemia

Segundo pesquisa do Sebrae, mais de 84% dos empreendedores afirmaram que houve diminuição no faturamento

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  • Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2020 às 17:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulgou hoje (13), quais os principais impactos da pandemia do novo coronavírus nas micro e pequenas empresas baianas. O levantamento nacional ouviu mais de seis mil empresários de todas as Unidades da Federação e do Distrito Federal.

Na Bahia, mais de 60% dos entrevistados afirmaram que interromperam temporariamente o funcionamento das suas empresas com a pandemia e outros 5,34% disseram que encerraram as atividades. Apenas 6,54% não mudaram a forma de funcionar.

Sobre o faturamento, o estudo apontou ainda que mais de 84% dos empreendedores afirmaram que houve diminuição. Somente 3,10% disseram que a receita aumentou com a pandemia. Apenas 2,73% das empresas baianas permaneceram com o faturamento igual ao anterior às medidas de contenção do Coronavírus.

A maioria dos empresários entrevistados na Bahia são do comércio (59,22%), seguidos do serviço (37,31%), indústria (3,04%) e agropecuária (0,43%). No ramo de atuação, a maioria estão no segmento de alimentos e bebidas (21,69%) e mais de 28% deles exercem a atividade de 5 a 10 anos.

A média mensal de faturamento é de até R$ 6 mil para a maioria (41,27%) dos entrevistados pelo levantamento. Na Bahia, a pesquisa contou com a participação de 38,86% dos entrevistados do sexo masculino e 61,14% de mulheres. Como os empreendedores estão lidando com a crise?

Outro dado levantado pela pesquisa foi a forma como os empreendedores baianos estão funcionando neste período. A maioria deles (48,94%) tiveram horário reduzido e outros 43,97% estão atuando apenas com entrega (delivery) ou online. Apenas 10,64 % dos empresários adotaram o teletrabalho (home office).

Dentre os motivos que levaram os empresários da Bahia alterarem ou interromperem o funcionamento das suas empresas, pouco mais de 21% disseram que decidiram por conta própria, mas outros 78,07% só fizeram a alteração por conta da determinação dos governos.

Sobre a situação das finanças das empresas baianas antes da crise causada pelo Coronavírus, a maioria dos entrevistados (48,63%) afirmou que estavam razoáveis. Mais de 29% disseram que as contas da empresa estavam ruins e 21,49% delas atuavam com a situação financeira boa.

Empregos e insumos

A pandemia do novo Coronavírus acendeu o alerta também sobre a precariedade de matéria-prima para abastecer os negócios brasileiros. Na Bahia, mais de 55% dos empresários entrevistados pelo levantamento apontaram que encontrou dificuldades de encontrar insumos ou para sua empresa. Outros 44,51% não relataram dificuldade em abastecer seus estoques ou adquirir material para produção.

Com relação a manutenção dos postos de trabalho, a pesquisa levantou a média de empregos mantidos com a chegada da crise nas empresas baianas. No estado, a média é de 3,1 pessoas empregadas nos negócios, incluindo familiares, empregados fixos e temporários, formais e informais. A média do Brasil é de 4,4 empregados mantidos por empresa neste período. A pesquisa diagnosticou que 30,85% dos empresários da Bahia não demitiram seus funcionários.

A pandemia levou ainda os empreendedores baianos a adotarem medidas para evitar o fechamento das suas empresas. Cerca de 48% dos entrevistados disseram que mantiveram a sua relação como antes, mas 18,78% deram férias coletivas, 24,02% suspenderam o contrato de trabalho e 17,47% reduziram a jornada de trabalho com redução de salários, conforme permitido pelo Governo federal.

Auxílio para os empresários

Quando perguntados sobre quais seriam as medidas governamentais mais impactantes que poderiam compensar os efeitos do Coronavírus no seu negócio, a maioria (55,63%) dos entrevistados apontaram o auxílio temporário para subsistência do empresário e sua família como principal medida. Outra forma de impactar positivamente, de acordo com 1/3 dos entrevistados, seria aumentar as linhas de crédito e reduções de impostos e taxas (29,30%).

Com a crise, 52,65% dos empresários baianos devem pedir empréstimos para manter seus negócios sem gerar demissões. Outros 30,15% afirmaram que não pretendem ou não sabem se precisarão de crédito. Mesmo com a crise 75,53% deles ainda não solicitaram empréstimo e mais de 76% disseram que não conseguiram resposta positiva quando solicitado. Cerca de 15% ainda aguardam a análise de crédito.