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Presidente da CBF pede entrada da Polícia Federal no caso do esquema de apostas

Ednaldo Rodrigues também descarta paralisação do Campeonato Brasileiro

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  • Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2023 às 17:20

 - Atualizado há um ano

. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre na investigação do caso de esquema de apostas revelado após denúncia do Ministério Público de Goiás. O objetivo pretendido pela confederação é que todas as informações a respeito dos casos em investigação sejam centralizadas.

Em nota, Ednaldo também descartou paralisar o Campeonato Brasileiro em meio ao escândalo de manipulação de resultados envolvendo jogadores das duas principais divisões do futebol nacional. O Ministério Público de Goiás já denunciou 16 pessoas à Justiça, entre atletas e empresários, por suspeita de esquema em partidas das Séries A e B do ano passado, além de torneios estaduais de 2023.

"Mais uma vez, a entidade reforça que o campeonato não será suspenso, mas defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente", diz a confederação no comunicado oficial.

"Não temos como suspender a competição. Não é (acusação) de um dirigente, não é de um presidente de clube, não é de um árbitro. Isso está sendo de atletas. A CBF espera que tenha um rigor de quem está fazendo as apurações. A CBF não tem poder de polícia e Justiça", afirmou o Ednaldo Rodrigues, em entrevista ao site UOL.

O dirigente assumiu, porém, que há dano à imagem da competição. Assim, ele disse pensar em um modelo mundial de investigação de manipulação com a Fifa, como uma medida preventiva.

"Venho trabalhando em conjunto com a Fifa, demais entidades internacionais, além de clubes e federações brasileiros, com o intuito de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. Defendo a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados. Quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e  mundial", assinalou Ednaldo.

A ideia do presidente da CBF é convocar os clubes brasileiros para discutir o tema, através de videoconferência. O objetivo é mostrar o que tem sido feito, assim como pensar em medidas para coibir as armações.

"Quero mostrar a documentação com a Fifa. As medidas que a CBF pode fazer, a contribuição para inibir a situação. Já agora na próxima reunião envolvendo clubes das Séries A, B, C. Eles estão em atividade, então podemos fazer por videoconferência. Mostrar o que é feito e todas as providências que estão sendo tomadas", falou.

Até o momento foram 16 pessoas denunciadas, sendo 7 jogadores: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (Sergipe). 

Outros atletas fizeram acordo com o MP. São eles: Kevin Lomónaco, do Bragantino; Moraes, ex-Juventude e hoje Atlético-GO; Nikolas Farias, zagueiro do Novo Hamburgo-RS; e Jarro Pedroso, atacante do Inter de Santa Maria-RS.