Salvador é a capital com maior índice de desemprego

Dieese indica que após seis meses de queda, o número de pessoas sem emprego cresceu

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  • Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2008 às 21:32

- Atualizado há um ano

O índice de desemprego na região metropolitana de Salvador voltou a subir em outubro depois de seis meses em queda. A proporção das pessoas sem emprego na capital baiana passou de 19,7%, em setembro, para 20,4%, no mês seguinte, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cujos dados foram divulgados nesta quarta-feira (26).

Conforme o resultado apontado na pesquisa, o número de pessoas desempregadas na capital baiana em outubro é maior do que nas outras cinco regiões metropolitanas analisadas: Recife (18.9%), Distrito federal (15,8%), São Paulo (12,5%), Porto Alegre (10,6%) e Belo Horizonte (9%). Até setembro a capital pernambucana liderava o ranking do desemprego, porém, em outubro, Salvador voltou a ocupar o primeiro lugar.

A pesquisa do Dieese estima que o número de desempregados na Região Metropolitana de Salvador é de 380 mil pessoas, 15 mil a mais que no mês de setembro. Para o Dieese, o montante é resultado da entrada de 11 mil pessoas para a População Economicamente Ativa (PEA), além da redução de 4 mil vagas de emprego.

A taxa de desemprego aberto, que representa as pessoas que procuraram emprego e não fizeram nenhum trabalho ocasional, passou de 12,2% para os atuais 12,6%. Além disso, o índice de desemprego oculto, relacionado às pessoas que procuraram emprego e fizeram trabalhos ocasionais, passou de 7,5% para 7,8% da PEA.

O setor industrial apresentou desempenho positivo, segundo a pesquisa, com a oferta de mais 4 mil postos de trabalho. Além disso o levantamento mostra a expansão de 6 mil ocupações nos setores de serviços domésticos, construção civil e outras atividades, e uma redução de 5 mil vagas no comércio e 9 mil no setor de serviços.

Segundo a posição na ocupação, o levantamento diz que foram criados 4 mil postos de trabalho assalariado. No setor privado, houve uma diminuição de 2 mil pessoas e no setor público, um aumento de 5 mil.

Comparação com o ano passadoAinda assim, essa é a menor taxa de desemprego total para os meses de outubro desde o início da pesquisa em dezembro de 1996. A taxa de desemprego aberto passou de 12,2% para os atuais 12,6%, enquanto a de desemprego oculto passou de 7,5% para 7,8% da PEA. Na comparação entre outubro de 2008 e de 2007, a taxa de desemprego total diminuiu 5,1%, passando de 21,5% para os atuais 20,4% da PEA.

Este resultado foi reflexo da redução da taxa de desemprego aberto, que representa as pessoas que procuraram emprego e não fizeram nenhum trabalho ocasional, de 13,6% para 12,6%. Houve ainda uma relativa estabilidade na taxa de desemprego oculto, relacionada àquelas pessoas que procuraram emprego e fizeram trabalhos ocasionais, de 7,9% para 7,8%.

A pesquisa registrou um aumento no índice de ocupação de 2,6%, por causa do crescimento registrado no setor de serviços, com 28 mil novas ocupações. Além disso, foram criados 15 mil novos postos de trabalho em 'outros setores', como a construção civil e os serviços domésticos.

Apesar disso, o levantamento constatou a redução de 5 mil ocupações no comércio e de mil postos no setor industrial. Segundo a posição ocupacional, o contingente de trabalhadores assalariados registrou incremento de 31 mil pessoas em relação a outubro de 2007. Houve acréscimo no número de assalariados do setor privado (14 mil) e do setor público (16 mil).

LevantamentoA pesquisa é realizada em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento; pela Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE); pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE); e pela Ufba, através da Faculdade de Ciências Econômicas, órgãos parceiros na pesquisa.

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