Morte de crianças em ritual satânico no RS custou R$ 25 mil, diz polícia

Corpos foram achados esquartejados; líder de seita foi preso e nega crime

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  • Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 15:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Jornal novo Hamburgo

A polícia do Rio Grande do Sul investiga a ligação da morte de duas crianças, em setembro do ano passado, com uma seita satânica em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A polícia acredita que uma pessoa pagou R$ 25 mil ao líder do templo para fazer o "sacrifício" das duas crianças. Os corpos de um menino e de uma menina, de cerca de 8 e 12 anos respectivamente, foram achados na cidade. Três pessoas foram presas, incluindo o líder da seita. As informações são do G1.

Os corpos das crianças foram achados esquartejados no bairro Lomba Grande - algumas partes estavam faltando e só foram localizadas dias depois. Os membros deles estavam em sacos de plástico em caixas de papelão abandonadas em um ponto deserto do bairro.

Exames de DNA não identificaram as crianças. A região onde os corpos foram achados não tem câmeras de segurança. A investigação caminhou lentamente por conta desses e de outros problemas. A ausência de denúncia e busca por crianças desaparecidas deixou os policiais intrigados. Eles acreditam agora, com base em outros indícios, que as crianças foram trazidas ou compradas na Argentina.

Depois do Natal, uma operação prendeu três suspeitos. O líder do templo, que é gaúcho, nega as acusações. Ele assume que tem práticas satanistas, que inclusive já foram registradas em um documentário exibido em TV fechada. "Ele mesmo diz que viaja pelo mundo, por vários países do mundo fazendo esse trabalho, mas diz que sequer mata animais, diz que só pratica bruxaria", explica o delegado Moacir Fermino.

No templo, a polícia apreendeu vários materiais que estão ligados ao esquartejamento das crianças, segundo o delegado.Os corpos teriam sido esquartejados no local. O templo tem CNPJ e tinha sede antes em Porto Alegre. "A gente via de tudo ali. Ouvia, também. E todo tipo de pessoa frequentava. Pagavam um dinheirão. Um dia, uma mulher me disse que pagaram R$ 10 mil", disse ao Diário Gaúcho um homem que trabalha na região onde ficava a antiga sede, que prefere não se identificar. O líder da seita, conhecido como 'bruxo', se mudou dali há cerca de um ano.

Detalhes do caso ainda não foram divulgados para não atrapalhar a investigação e mais suspeitos são procurados. As autoridades trabalham com a polícia da Argentina para identificar as crianças.