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Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2018 às 08:27
- Atualizado há 2 anos
A jurista russa Alyona Popova fez uma denúncia contra os brasileiros que aparecem no vídeo falando palavras obcenas com uma turista estrangeira. A jurista fez uma petição por violência e humilhação pública à honra e à dignidade de outra pessoa.>
De acordo com o Uol, a partir disso, o Ministério de Assuntos Interiores deve começar a investigar o caso, além de analisar os relatos já publicados na imprensa. >
Alyona é ativista feminista e uma das maiores referências em defesa dos direitos da mulher. Segundo ela, as punições para os ofensores podem variar de multa até restrições na Rússia.>
“Na legislação russa, existem várias opções de multa aplicadas às pessoas que humilharam publicamente a honra e a dignidade. Assim, os cidadãos estrangeiros no vídeo podem ser responsabilizados por cometer um delito nos termos da da Parte 1 do art. 5.61 do Código de Ofensas Administrativas (insulto, isto é, honra e dignidade de outra pessoa, expressa na forma indecente - implica a imposição de uma multa administrativa aos cidadãos, no montante de mil a três mil rublos), ou processado sob Parte 1 do art . 20.1 do Código Administrativo (vandalismo), isto é, a violência da ordem pública, expressando desrespeito claro para a sociedade, acompanhados por linguagem ofensiva em locais públicos, abuso sexual ofensivo para os cidadãos", diz o documento.>
Ainda na petição, Alyona afirma que os brasileiros podem responder criminalmente pelo vídeo. “E se comprovar que os estrangeiros cometeram os atos destinados a incitar o ódio ou inimizade, bem como a humilhação de uma pessoa ou grupo de pessoas em razão do sexo, raça, nacionalidade, língua, origem, atitude à religião, bem como pertencentes a um tanto o grupo social, publicamente ou usando a mídia, eles podem ser levados à responsabilidade criminal”, completa a ativista.>
Para a jurista, os brasileiros deveriam pedir desculpas à turista que aparece no vídeo. “Os cidadãos estrangeiros deveriam também pedir desculpas publicamente para a menina e a sociedade russa e admitir o comportamento do sexismo, a falta de respeito às leis da Federação Russa, o desrespeito em relação a um cidadão russo, insultos, humilhação da honra e dignidade de um grupo de pessoas com base no sexo”, conclui.>
Três brasileiros já foram identificados: Diego Jatobá, advogado e ex-secretário de Turismo de Ipojuca, em Pernambuco, e Eduardo Nunes, que é tenente da Polícia Militar de Lages, em Santa Catarina.>
No vídeo, eles fingem cantar um hino de torcida, mas usam palavras de baixo calão para a mulher, que não fala português e repete o que é dito de maneira inocente. A mulher ainda não foi identificada e não se sabe qual sua nacionalidade.>
'Se fosse na favela, era normal' Luciano é ex-membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) e possui uma empresa de engenharia no mesmo estado. "Já pedi desculpas a todas as mulheres. Todos nós somos seres humanos e erramos e além disso não conhecíamos ninguém, bebemos um pouco mais da conta e foi isso. Alguém que não conheço filmou. Mas aqui todos estavam brincando e todos entendem a agitação, mas mulheres realmente tem razão em questionar", declarou o engenheiro ao G1.>
o empresário minimizou a situação e tratou como exagero a repercussão. “Somos pais de família, trabalhadores e vocês estão acabando com a vida da gente... Quem está brincando carnaval exagera um pouquinho na bebida e às vezes passa do ponto. Peço desculpas às mulheres que possam ter se sentido ofendidas, mas estão transformando um copo d’água em uma tempestade”, disse ele.>
Ele também não detalhou o contexto em que o vídeo foi feito e nem a cidade onde aconteceu o fato. “Não foi feita coação, nada ali foi forçado. Tinha mais de 40 meninas ali e os próprios russos que tinham namoradas colocavam elas na brincadeira de livre e espontânea vontade. Só ganhou essa conotação porque aconteceu aqui na Rússia, mas se fosse na favela ou no carnaval, seria considerado normal”.>