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Bahia está entre os 10 estados com maior desabastecimento de vacinas do país

Estado tem o 8º pior índice de falta de vacinas

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 4 de junho de 2025 às 05:30

Vacinação contra sarampo
Vacinação contra sarampo Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostrou que a Bahia figura entre os 10 estados com maior desabastecimento de vacinas do país. Segundo o levantamento, que já está na terceira edição, o estado tem pelo menos 45 municípios com queixas quanto a falta de imunizantes, sobretudo aqueles que combatem catapora, rubéola, caxumba e sarampo. Por conta disso, ocupa a 8ª posição no índice de desabastecimento vacinal.

Em relação a penúltima pesquisa, divulgada em janeiro deste ano, a Bahia apresentou melhora na cobertura vacinal. O desabastecimento, que alcançava 110 municípios, diminuiu para 45, ou seja, menos da metade. Em comparação com a primeira edição do levantamento, realizada em outubro de 2024, a queda foi ainda mais significativa, considerando que, à época, 119 municípios reclamaram de falta de vacinas.

Esse avanço no quadro geral da imunização no estado, no entanto, não foi suficiente para impedir o aparecimento de doenças em locais que registraram a ausência de vacinas. Não à toa, os últimos quatro anos, entre 2020 e 2024, a Bahia contabilizou o aumento de 60% no número de internações por varicela e herpes-zóster, sarampo, rubéola e caxumba, que saltou de 171 para 274.

Só neste ano, entre janeiro e março, houve outros 78 internamentos por essas mesmas doenças, que poderiam ser evitadas se a população baiana estivesse vacinada. Esse número representa, em apenas três meses, quase 30% dos casos registrados em 2024. Os dados são do DataSUS, o banco de dados oficial do Ministério da Saúde.

De acordo com Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, os fatores que favorecem o desabastecimento de vacinas da Bahia são de conhecimento do Ministério da Saúde, a quem cabe adquirir e distribuir todas as vacinas do calendário de vacinação para os estados. Ele afirma que, desde a primeira edição da pesquisa, o órgão federal reconheceu a existência de problemas no abastecimento por meio de uma nota técnica.

"No documento, o Ministério atribui os entraves principalmente a dificuldades relacionadas à fabricação, à logística e ao aumento da demanda. Como medida de contenção, informou estar buscando alternativas para a aquisição de vacinas, inclusive por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)", contou Paulo Ziulkoski.

Após a publicação mais recente, o presidente da CNM disse que voltou a procurar o Ministério da Saúde, pois, apesar da melhora nos índices de cobertura vacinal, o cenário ainda é preocupante. Por meio de ofício, a entidade retirou a urgência de "maior previsibilidade na logística de distribuição, bem como apoio técnico e financeiro efetivo aos Entes locais, para que se garanta o abastecimento regular e tempestivo de vacinas, assegurando a continuidade das ações de imunização em todo o território nacional", frisou.

Ao ser procurado pelo CORREIO, o Ministério da Saúde informou que mantém cronograma de entrega de vacinas a todos os estados, que são os responsáveis pela distribuição nos municípios. Também, disse que o quantitativo de imunizantes é definido juntamente com os gestores municipais.

A pasta acrescentou que o Brasil registra aumento das coberturas vacinais em todo o país. "[Isso é] resultado das ações de incentivo do Ministério da Saúde – como vacinação nas escolas e a volta das grandes mobilizações nacionais, como o Dia D de vacinação contra a gripe – e da garantia de abastecimento", disse o órgão federal.

Ainda em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o cronograma de solicitação dos estados e municípios quanto à vacina varicela, que é a que mais está em falta na Bahia, tem sido atendido conforme disponibilização do fornecedor. "Neste ano, já foram entregues 2 milhões de doses e 1,7 milhão aplicadas. Estão previstas novas remessas de doses das vacinas de dengue, varicela e as demais que compõem o calendário nacional de vacinação no país", completou, sem definir prazos.

A reportagem também procurou os órgãos estaduais. O presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-BA), Marcos Sampaio, disse desconhecer o cenário de desabastecimento de vacinas no estado. Ele afirma que, ao verificar junto a Superintendência de Vigilância Estadual, que tem a responsabilidade de fazer a distribuição dos imunizantes, não foi verificada nenhuma queixa de falta de vacina por parte dos municípios.

"Pelo contrário, houve municípios, inclusive, que em relação a algumas vacinas, como a Influenza e a Covid-19, nem tem vindo retirar as remessas. [...] A notícia que temos é que não existe desabastecimento na Bahia. Pode haver algum tipo de necessidade de vacinas pontuais, mas são vacinas que substituem uma à outra", pontuou.

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) foi procurada para informar quantos e quais municípios baianos sofrem com desabastecimento vacinal, quais vacinas estão em falta na Bahia e quais ações estão sendo adotadas para solucionar esse caso. A pasta disse que não seria possível responder a demanda nesta terça-feira (3), data de fechamento desta matéria.