Veja tudo o que já se sabe sobre o acidente com o helicóptero da Petrobras

Aeronave fazia transporte de funcionários de Salvador para plataforma de Manati

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  • Da Redação

Publicado em 17 de março de 2022 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Um helicóptero que transportava funcionários da Petrobras para a plataforma de gás Manati, localizada na Baía de Camamu, precisou realizar um pouso de emergência no mar, na manhã de quarta-feira (16). O piloto da aeronave chegou a ser socorrido por uma embarcação, mas não resistiu. Outras 12 pessoas ficaram feridas, pelo menos uma delas em estado grave.  

O piloto já foi retirado do mar inconsciente. Durante o resgate, realizado pelos funcionários da embarcação de suporte da plataforma de Manati, tentativas de reanimação foram feitas, mas o óbito do tripulante foi posteriormente constatado pela equipe médica. A causa do ocorrido não foi confirmada, mas segundo o Sindicato de Petroleiros da Bahia (Sindipetro), indícios apontam que o piloto tentou fazer um pouso forçado após um problema no helicóptero. 

Duas aeronaves do Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (Graer), realizaram o transporte dos envolvidos do aeroporto de Valença para a capital baiana, por volta de 8h30. Em um helicóptero foram levados três tripulantes para o hospital Cardio Pulmonar e os outros nove foram viajaram de avião até o aeroporto de Salvador, onde foram distribuídos para outras unidades pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Santa Casa de Valença chegou a preparar o pronto-socorro para receber os feridos, mas devido à gravidade dos ferimentos de alguns deles, a Petrobras preferiu transferi-los para Salvador. O tenente-coronel Carlos Victor Taranto do Graer explica como se deu o resgate das vítimas."Soubemos que aeronave teve um pouso de emergência na água, o pessoal foi resgato a princípio pela estrutura de apoio da plataforma [...] O hospital lá não teria condições de atender todos os pacientes em situação de urgência de vez", diz Taranto.Segundo ele, alguns dos feridos foram levados em macas, enquanto outros conseguiram realizar a viagem sentados. Dos 13 envolvidos, apenas dois eram funcionários contratados da estatal, os outros são de empresas terceirizadas. De acordo com o Sindipetro, os feridos foram encaminhados para os hospitais Cardio Pulmonar, Tereza de Lisieux e Aliança. Sendo que a vítima mais grave estaria internada neste último.  

Dois funcionários da Santa Casa confirmaram que o estado de pelo menos um dos feridos era preocupante. “A informação é de que o estado de um deles estava muito delicado e que alguns iriam precisar de UTI e aqui nós não temos”, explicou o responsável pela emergência. 

O helicóptero que fazia o transporte dos funcionários é de uma empresa contratada pela Petrobras e os voos ocorrem de maneira regular. A plataforma de Manati é classificada como desabitada, porque os funcionários se dirigem até o local para prestar serviços. “Ninguém fica lá 24 horas por dia. Eventualmente, esse helicóptero faz voos para levar equipamentos, suprimentos e trabalhadores especializados, que executam atividades diversas", explica Radiovaldo. 

Procurada, a Petrobras não deu informações sobre a terceirizada responsável pelo helicóptero. Em nota, a empresa lamentou o ocorrido e disse que os órgãos competentes foram comunicados. O coordenador geral da Federação única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, fez críticas à direção da Petrobrás, por caracterizar acidente que levou uma pessoa à óbito como incidente. “Isso mostra a insensibilidade da atual gestão da empresa por tratar um acidente com a família do trabalhador vitimado”, afirma. 

A Força Aérea Brasileira (FAB), informou que integrantes técnicos do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II), foram acionados para realizar ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-LCT. Neste primeiro momento, os investigadores identificam indícios, fotografam, retiram partes do helicóptero para análise e ouvem relatos de testemunhas. A FAB diz que a conclusão das investigações será feita no menor prazo possível.  

Petrobras instala comissão para investigar causa de acidente  

Ainda na quarta-feira (16), durante a tarte, a Petrobras criou uma Comissão de Investigação e Análise do Acidente para tentar descobrir as causas do acidente. Segundo Radiovaldo Costa, diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia, o relatório da comissão deverá ser emitido em 30 dias. “A comissão já começa a trabalhar hoje e vai buscar investigar todo o ocorrido e suas causas. Se foi o mau tempo, problema de equipamento ou algum tipo de falha”, diz.  

O Acordo Coletivo de Trabalho da categoria petroleira garante que o sindicato tenha lugar garantido na comissão e possa acompanhar os desdobramentos da investigação. O representante será um dos diretores do Sindipetro.  

Em nota, o sindicato afirmou que está acompanhando a situação dos feridos que foram encaminhados para hospitais de Salvador, além de estar buscando as famílias das vítimas para fornecer apoio.

*Com a orientação da subeditora Fernanda Varela.