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As senhas mais usadas no Brasil em 2025 - e por que jovens e idosos cometem os mesmos erros

Nova pesquisa revela que os chamados 'nativos digitais' não criam senhas melhores que idosos

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 10:43

Vício em computador preocupa
Senhas fracas predominam no país Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As senhas mais usadas pelos brasileiros continuam sendo combinações simples e fáceis de quebrar, como “admin”, “123456” e sequências numéricas previsíveis, enquanto padrões parecidos se repetem em outros países e entre diferentes faixas etárias, inclusive entre jovens considerados “nativos digitais”. Os dados fazem parte da nova edição da pesquisa global “As 200 Senhas Mais Comuns”, conduzida pela NordPass e pela NordStellar.

O levantamento, referente ao período entre setembro de 2024 e setembro de 2025, avaliou combinações expostas em vazamentos recentes e bancos de dados na dark web. O relatório foi produzido com apoio de especialistas independentes em incidentes digitais e não envolveu a compra de informações pessoais.

As senhas mais usadas no Brasil

Apesar dos alertas recorrentes de especialistas sobre a fragilidade de sequências óbvias, os brasileiros continuam apostando em combinações fáceis. No país, o termo “admin” permanece como a senha mais popular. A lista das 20 mais comuns no Brasil é a seguinte:

admin

123456

12345678

102030

123456789

12345

12345678910

123mudar

10203040

gvt12345

password

22446688

142536

mudar123

1234567

escola1234

111111

1234567890

123123

1q2w3e4r

Termos como “mudar123”, “escola1234” e “gvt12345” mostram como a rotina do usuário brasileiro influencia suas escolhas, ainda que isso reduza significativamente a segurança. O uso da palavra “mudar” indica até a noção de que seria preciso atualizar a senha, embora a troca acabe feita por outra combinação igualmente previsível.

Segundo os responsáveis pelo estudo, prevalece uma tendência clara: a praticidade ainda pesa mais do que a proteção dos dados, abrindo margem para ataques simples de dicionário ou força bruta.

Tendências globais

Entre os 44 países avaliados, a sequência “123456” segue no topo da lista mundial, seguida por “admin” e “12345678”. Padrões numéricos simples, como “12345”, “1234567890” e variações de “qwerty”, continuam a dominar o ranking global.

Os pesquisadores perceberam, porém, um avanço no uso de caracteres especiais: 32 senhas da lista mundial deste ano possuem símbolos, contra apenas 6 no levantamento anterior. O caractere “@” é o mais comum, embora as combinações permaneçam pouco criativas, como “P@ssw0rd”, “Admin@123” e “Abcd@1234”.

A palavra “password” segue entre as opções preferidas em diferentes países, seja em inglês ou traduzida para cada idioma, como “salasana” (Finlândia), “motdepasse” (França), “heslo” (Eslováquia) e “contraseña” (Espanha).

De acordo com Karolis Arbaciauskas, chefe de produto da NordPass, a evolução ainda é pequena. “Em geral, apesar de todos os esforços de conscientização digital e em cibersegurança ao longo dos anos, os dados revelam apenas pequenas melhorias nos bons hábitos relacionados a senhas.”

Ele lembra que cerca de 80% das violações acontecem devido ao uso de senhas fracas ou repetidas e afirma que criminosos tendem a explorar ao máximo essas brechas.

“O mundo está lentamente passando a empregar chaves de acesso (...), mas, até que essa novidade seja amplamente adotada, senhas fortes continuarão muito importantes.”

O mito do ‘nativo digital’

Um dos recortes mais curiosos do estudo mostra que a familiaridade com tecnologia não torna as pessoas mais cuidadosas. Jovens e idosos apresentam comportamentos semelhantes ao criar senhas, com destaque para sequências numéricas básicas.

“Em relação às senhas, os jovens de 18 anos têm hábitos similares a pessoas de 80”, afirma Arbaciauskas.

A pesquisa mostra que os usuários da geração Z e da geração Y tendem a evitar nomes próprios ao criar senhas, optando por combinações extensas e simples, como “1234567890”, ou até termos populares do momento, como “skibidi”. Já entre os integrantes da geração X, o uso de nomes começa a se tornar mais frequente e atinge seu ponto máximo entre os Baby Boomers. Nesse recorte, os nomes mais usados como senha variam conforme a faixa etária: “Veronica” aparece como o preferido da geração X, “Maria” domina entre os Boomers e “Susana” é o mais comum entre representantes da geração silenciosa.

Recomendações para criar senhas mais seguras

Arbaciauskas aponta que algumas práticas básicas são suficientes para reduzir riscos:

Criar senhas longas, com ao menos 20 caracteres e mistura aleatória de números, letras e símbolos;

Nunca repetir senhas em diferentes serviços;

Revisar periodicamente as combinações usadas e substituir as fracas ou antigas;

Utilizar um gerenciador de senhas para armazenar e gerar combinações complexas;

Ativar a autenticação multifator (MFA) para adicionar uma camada extra de proteção.