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Entenda por que tanta gente tem deficiência de vitamina D no Brasil

Segundo especialista, comportamento dos brasileiros interfere ne absorção da vitamina

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 16 de agosto de 2025 às 16:00

Calorão em Salvador
Calorão em Salvador Crédito: Marina Silva/ Arquivo CORREIO

O Brasil é conhecido mundialmente pelo clima tropical que permite que boa parte do país viva quase um verão o ano todo. Não à toa, apesar das chuvas dos e períodos frios, o sol raramente deixa de aparecer. Esse fator, por si só, deveria ser suficiente para qualquer um imaginar que os brasileiros são ricos em vitamina D, mas, curiosamente, essa não é a verdade. Isso porque, segundo uma pesquisa da Fiocruz, mais da metade da população adulta saudável apresenta deficiência ou insuficiência da vitamina.

O estudo, feito em Salvador, Curitiba e São Paulo entre dezembro de 2020 e março de 2021, mostrou que o Brasil é um país de risco de deficiência de vitamina D, mesmo durante o verão. Foi verificado que tal deficiência costuma ser pior em São Paulo e Curitiba durante o inverno, já que em Salvador, nesse mesmo período, o nível de vitamina D tende a cair 30%.

Os dados da pesquisa foram adquiridos a partir de amostras de sangue de 1.004 doadores de ambos os sexos, durante o verão. O estudo foi coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Edson Moreira, e é o primeiro representativo que investigou os níveis de vitamina D em uma população saudável no Brasil. O trabalho foi publicado no Journal of the Endocrine Society.

Segundo a Fiocruz, a prevalência de deficiência foi de 15,3% e insuficiência de 50,9% no geral. A cidade que demonstrou ter maior nível de deficiência da vitamina foi São Paulo, com 20,5%; na sequência, Curitiba, com 12,7%; e Salvador, com 12,1%.

Por que há deficiência de vitamina D em um país tão ensolarado?

De acordo com a médica endocrinologista Jacqueline Kalil, o que pode explicar o déficit de vitamina D em um país tão ensolarado quanto o Brasil é o comportamento dos brasileiros, sobretudo no que diz respeito ao uso de produtos que atrapalham essa absorção.

Ela aponta alguns deles, como o “uso diário de protetor solar, muitas vezes presentes inclusive maquiagens; uso de roupas compridas e muitas vezes com proteção UVB; trabalho em ambientes fechados e estilo de vida corrido que atrapalha a regularidade da exposição solar necessária para produção de vitamina D”, elenca.

A Fiocruz explica que a vitamina é responsável por manter as propriedades do cálcio e o funcionamento saudável do organismo por conta de suas ações no intestino, rim, ossos e glândulas. A deficiência acontece quando há baixa exposição ao sol e consumo de alimentos pobres diante da necessidade do corpo para produzir por si só a vitamina.

Jacqueline Kalil afirma que uma pessoa com baixo nível de vitamina D pode ter perda óssea lenta e progressiva, além de outros problemas. “São exemplos a fraqueza muscular, alteração de humor, diminuição da imunidade, maior risco cardiovascular, piora da cognição, queda de cabelo e unhas fracas”, diz.

Para repor a vitamina deficitária, a recomendação é fazer uso de suplementação, que pode ser por via oral diariamente ou semanalmente, ou injetável por via intramuscular, após indicação médica. Também é indicado se expor ao sol, de preferência em horários em que o sol não está tão forte a ponto de queimar a pele.

Segundo a endocrinologista, a melhora é rapidamente perceptível. “A curto prazo, melhoramos imunidade, evitando infecções de repetições ou diminuindo o tempo das mesmas, melhora da força muscular e do humor, diminuição da queda de cabelo, saúde dos dentes e fortalecimento das unhas e melhora do cansaço”, ressalta.

“A longo prazo, ela age na prevenção de osteopenia, osteoporose, prevenção de raquitismo e osteomalacia, diminuição do risco de desenvolvimento de doenças autoimunes, dimensão do risco de doenças cardiovasculares como hipertensão, e diminuição de doenças neurológicas, como o Alzheimer”, finaliza.