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Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 11:47
- Atualizado há 2 anos
O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou os ataques à jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, que sofreu ataques misóginos após uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Fake News. Em depoimento, o ex-funcionário da empresa Yacows Hans River do Nascimento disse que a jornalista se insinuou sexualmente em troca de informações para uma matéria que foi publicada em outubro de 2018 sobre envio de mensagens em massa pelo WhatsApp para uso eleitoral.>
Nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer insinuações sobre o trabalho da jornalista. "Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim", disse Bolsonaro aos risos na saída do Palácio da Alvorada.>
A Folha de S. Paulo publicou áudios e imagens para provar que Hans mentiu. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou suas redes sociais para amplificar o ataque.>
“É lamentável que um depoimento em CPI repleto de inverdades seja usado para atacar a honra de uma repórter que fez o seu trabalho de trazer à luz práticas eleitorais questionáveis. A tentativa de intimidar e deslegitimar o jornalismo profissional é uma das práticas típicas de autocracias”.>
O presidente da República agride a repórter Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude. Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência.>
A ANJ protesta contra as lamentáveis declarações do presidente Jair Bolsonaro ao ecoar ofensas contra a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo.>
As insinuações do presidente buscam desqualificar o livre e exercício do jornalismo e confundir a opinião pública. Como infelizmente tem acontecido reiteradas vezes, o presidente se aproveita da presença de uma claque para atacar jornalistas, cujo trabalho é essencial para a sociedade e a preservação da democracia.>
A Folha também divulgou nota sobre os ataques. “A Folha repudia as mentiras e os insultos direcionados à jornalista Patrícia Campos Mello na chamada CPMI das Fake News. O jornal está publicando documentos que mais uma vez comprovam a correção das reportagens sobre o uso ilegal de disparos de redes sociais na campanha de 2018. Causam estupefação, ainda, o Congresso Nacional servir de palco ao baixo nível e as insinuações ultrajantes do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)", afirma.>
Desde a publicação da matéria, a jornalista já sofreu outros episódios de assédios nas redes sociais. Ela faz parte atualmente da diretoria da Abraji e no ano passado foi uma das vencedoras do International PRess Freedom Award do Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ, em inglês).>