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Darino Sena
Publicado em 29 de agosto de 2017 às 06:00
- Atualizado há um ano
Dezesseis de julho de 2018. A partir deste dia, ou um pouco antes, a CBF começará a busca por um novo técnico pra Seleção Brasileira. A questão, desde já, é – quem estará apto a substituir Tite?
Na véspera da data citada acontece a final da Copa da Rússia. Se vencê-la, Tite deve partir pra um novo desafio – realizar o já anunciado sonho de dirigir um clube europeu. Com o hexa no currículo, não lhe faltará mercado. Se a taça não vier, o gaúcho deve ser gentilmente convidado pela cartolagem a se retirar do cargo. E aí, quem assumiria o rojão?
Dois dos técnicos mais badalados do momento no nosso futebol têm aproximadamente um ano de profissão apenas – o corintiano Fábio Carille, líder do Campeonato Brasileiro, e Jair Ventura, do surpreendente Botafogo, que já eliminou cinco campeões na atual edição da Libertadores. Daqui a 10 meses, ainda vai faltar experiência, e muita, pra dupla ocupar o lugar que já foi de Parreira, Telê Santana e Zagallo. Desempregado, Roger Machado, ex-Grêmio e Atlético-MG, estaria na mesma categoria de Fábio e Jair – falta de bagagem para Seleção.
Dos mais rodados, a impressão que dá é que a hora deles já passou ou que nunca vai chegar. Tô falando de gente como o tricolor Abel Braga, o santista Levir Culpi, o são-paulino Dorival Júnior, o coxa branca Marcelo Oliveira e o palmeirense Cuca.
Entre esses mais experientes, há os que até já ocuparam o cargo, como Mano Menezes, do Cruzeiro, e Vanderlei Luxemburgo, do Sport. Mas parece bem improvável que um dos dois seja lembrado. Mano, inclusive, já foi demitido pelo atual grupo político que manda na CBF. Ele deu lugar a Felipão pra fatídica Copa de 2014. O técnico celeste não esconde a mágoa por ter sido demitido no melhor momento daquele trabalho.
Sobraria quem? Renato Gaúcho. Renato Gaúcho?! O próprio. Falastrão, mulherengo, avesso aos estudos, polêmico, arrogante e controverso. Ex-craque, experiente, bicampeão da Copa do Brasil e que faz o Grêmio jogar o futebol mais vistoso e elogiado do país na atualidade.
A falta de boas opções pra comandar a Seleção Brasileira num futuro próximo é reflexo dos anos de atraso no processo de renovação de treinadores de ponta no país. A elite de clubes nacionais ficou anos refém de uma mesma panelinha de “professores”. Enquanto eles enriqueceram e se acomodaram, o nosso futebol foi pro fundo do poço em relação a consistência e desempenho tático. O cúmulo desse processo de involução foi o 7x1 sofrido ante a Alemanha.
Felizmente a surra serviu pra alguma coisa. Passamos a nos preocupar mais com o aspecto tático e a qualificação dos treinadores. Mais criterioso, o mercado começou a fechar as portas pra nomes ultrapassados e uma nova safra promissora de técnicos vem surgindo. Mas a Seleção ainda é um passo muito largo pra os bons novatos. E agora?
Uma ótima opção seria trazer um técnico estrangeiro. Mas a xenofobia de cartolas, imprensa, torcida e dos próprios treinadores dificilmente deixaria isso acontecer.
Se seguirmos a tradição recente do Campeonato Brasileiro, o mais provável é que a CBF coloque um interino no cargo a partir do próximo dia 16 de julho de 2018. Vai que ele ganhe dois ou três amistosos, o time embala, se distancia do Z4 e cola no G6?! Pronto. Que venha a Copa do Catar...*Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras