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Flavia Azevedo
Publicado em 16 de junho de 2018 às 14:19
- Atualizado há 2 anos
Eu sei que tem mulher que gosta e não tô aqui pra julgar, mas por mim, a indústria de filmes pornográficos já teria falido. E mesmo antes de ter a consciência de que aquilo ali é máquina de moer mulher, eu já não tinha interesse algum. Nunca senti um segundo de tesão com qualquer desses filmes e ainda tenho preguiça de homens que consomem esse conteúdo. Sem querer ofender, mas é que acabei entendendo (na prática) que esses caras não sabem transar. Questão de referências, exemplos, expectativas e tal.>
(Mas vamos pular essa parte porque hoje tô na paz)>
Só que eu soube, outro dia, que surgiu um novo filão. E quando li "pornô feminista" fui buscar mais informações. Protagonismo feminino nas "tramas", atrizes com corpos fora do padrão e algumas outras "novidades" foram sacadas por alguém que entende de mercado. Bingo! Mas tudo isso já existia no universo BDSM. >
(Xinguei você com essa sigla? Então, vá pesquisar)>
As dommes estão aí desde sempre. Gordas, magras, velhas e jovens, sendo chamadas de "senhora", protagonizando as mais variadas fantasias de dominação. Luxo, poder e sedução. Em Londres, no fim dos anos 90, já era comum ver mulheres vestidas de rainhas, seguidas pelos "escravos", andando nas ruas em plena luz do dia. >
Na época, fui procurar entender e aprendi que eram casais que viviam a fantasia de dominação feminina 24x7, ou seja, o tempo todo e não apenas no âmbito sexual. Muitos nem transam, vai entender. Tem código de ética, contrato assinado. Há clubes específicos pra essas práticas, nas grandes cidades, inclusive do Brasil. E filmes nunca faltaram, muitos com personagens reais, nessa internet de meu deus. >
Só que isso sempre foi gueto, claro. Tipo sexo sujo e proibidão.Porque homem tem vergonha de gostar de ser dominado, mesmo quando isso é exatamente o que lhe dá prazer. O certo, pro "casal tradicional brasileiro" é se excitar ao ver 15 homens ejaculando em uma mulher. Isso, "papaidocéu" deixa ver, pensar e fazer.>
Será que "vai pegar"? "Vai ter mulher dominando sim" nos Iphones da classe média? Vai ter namorado assumindo na roda de amigos "eu gosto é assim"? Finalmente conduzimos a brincadeira também? É só isso? Não é? O foco é no prazer feminino? É possível ser assim?>
O que eu sei é que enquanto discutem se esse "pornô feminista" é bom ou ruim, se é tranquilo associar essas duas palavras numa idústria que explora mulheres nos filões destinados ao grande público, meu pensamento se diverte em outras praias. >
Todas essas discussões são válidas, claro. Mas eu fico aqui pensando em títulos que eu gostaria de assistir. Por mim, tá massa se for de igual pra igual e já que esse tipo de filme (ainda!) é "material didático" pra moçada, dou força ao "Gozando juntos nas estrelas", "O homem que sabe tocar" e "Belos clitóris brasileiros". Quem sabe até "O poderoso linguão"? Porque, também nesse filão, criatividade e cafonice é claro que não podem faltar. >
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