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Cesar Romero
Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 06:10
- Atualizado há 2 anos
Em cartaz na Galeria da Aliança Francesa ( Av. 7 de Setembro 401, Vitória) a exposição de Charlotte Coutinho Lisboa, nomeada Águas Vivas. São pinturas e gravuras, realizadas em Miami onde reside. A expo permanece em Salvador até 31 de janeiro.>
Segundo a artista, a mostra teve como inspiração um recorte de um de seus escritos: “A exposição resume a expressão da vida que se manifesta em mares calmos e agitados, gestos carinhosos e pinceladas soltas de emoção, assim como o vai e vem das marés e a leveza das espumas do mar”.>
Esta é sua terceira exposição em Salvador mesmo tendo nascido e crescido nesta cidade, logo foi morar nos Estados Unidos onde fez sua formação. Embora o tema central seja as revelações da vida, ela busca revisitar o cotidiano com cenas deste universo que passa pela contemplação, lazer e sensualização. Já expôs em Miami, New York, Itália e Portugal.>
Visitando Paris, depois de estar no Louvre e Musee D’Orsay, teve reacendido seu amor com a arte. Teve aulas de modelos vivos. Depois de cursos livres, matriculou-se no Studio de Romero Hidalgo, quando muito aprendeu. Cursou desenho e pintura na Art Academy Flórida, em Miami.>
Na Bahia estava o assunto que se revela nesta mostra: a vida.>
Nesta exposição, Charlotte Lisboa está ligada ao figurativismo que busca representar a forma humana, os elementos da natureza e objetos criados pelo homem. Mulheres de cabelos anelados bem construídos descem aos ombros em ondulações, num prazer cuja somatória de fatores fisiológicos e emocionais se envolvem. Cenas de beijos entre homem e mulher, apresentam a troca afetiva, amor partilhado, os gestos ritualizados em leveza.>
As marinhas de Charlotte têm em sua maioria perspectivas aéreas; quase não sobram pedaços de areia, as águas se arrebentam umas nas outras em movimentos desordenados, em convulsões. A beleza entre os azuis esverdeados e os brancos das espumas mostra o vigor das águas moventes em suas correntezas mutantes. Mares de vontades pulsáteis, rebeldes, de difícil acomodação, num eterno movimento indeciso, agônico. Mares de euforia e esplendor que um dia se há de abrir em incontáveis gotas.>
Charlotte Lisboa aborda códigos corpóreos, apenas um rosto de mulher com cabelos anelados, em outros momentos dorsos, bocas, torções.>
Algumas cenas guardam os princípios de Eros, o amor apaixonado, com desejo e atração sensual.>
Platão não pleiteiou a atração física como uma parte necessária para o amor, daí o uso do termo "amor platônico" significar “sem atração física”.>
Charlotte fala do amor com imensa compreensão que alí está um fator principal da vida.>