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Paula Theotonio
Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 09:19
- Atualizado há um ano
Um brinde perfeito para a virada do ano (foto/divulgação) Sidra, espumante, champagne, cava, prosecco, glera e frisante: você sabe diferenciá-los?
Ao sair para comprar aquele velho e bom borbulhante para celebrar a virada do ano, muitos ficam perdidos entre os tipos de bebidas nas gôndolas de mercados. A garrafa é a mesma ou bem parecida, mas os nomes são diversos: Sidra, Espumante, Champagne, Prosecco, Frisante, Cava ou Glera. Entre eles, uma única semelhança: o frescor no paladar, ideal para festividades. As diferenças vão da fruta escolhida, passando pela região geográfica e até o método de produção.
A SIDRA é a mais diferente do grupo e a única que não é feita à base de uvas fermentadas, mas sim de maçã das variedades fuji ou gala. Assim como no vinho, não deve haver água na composição – mas aqui é adicionado açúcar em todas as ocasiões.
Rotulada injustamente de “espumante de baixa qualidade”, a sidra é uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no mundo: seus maiores produtores são Inglaterra, Irlanda e França, além do Brasil. Em solo brasileiro, estima-se um consumo de 12 milhões de litros por ano – segundo dados da Euromonitor de 2012. O teor alcoolico fica numa média de 7% e seu estilo mais clássico, conhecido com draft, custa menos de R$ 10.
Pode ser chamado de ESPUMANTE todo vinho que passa por duas fermentações e mantém o gás carbônico natural de sua composição, conferindo a característica borbulhante que tanto é apreciada. A espuma se forma, inclusive, quando o gás expandido após a abertura da garrafa entra em contato com ar. Uma magia deliciosa! Assim como falei neste vídeo, existem pelo menos três tipos de métodos para produção de espumantes, e que resultam os mais variados sabores. A graduação alcoolica média varia bastante, mas fica entre 8 e 13,5% – dependendo da vinificação e da quantidade de açúcar residual ou adicionado. Podem ser nature (até 3g de açúcar/litro), extra brut, brut, seco, demi-sec e doce (mais de 60g de açúcar/litro).
CHAMPAGNE, CAVA e PROSECCO nada mais são que espumantes elaborados em determinadas regiões produtoras do mundo, com uvas específicas e métodos diferenciados de vinificação.
Só pode ser chamado de CHAMPAGNE o espumante branco produzido na região de Champagne, nordeste da França. Lá, convencionou-se que a bebida deve ser elaborada pelo método tradicional (segunda fermentação em garrafa) e usando apenas as uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay.
A nobreza da bebida tem uma explicação: entre 898 e 1825, os reis de França foram coroados na Catedral Notre Dame de Reims, localizada na região de Champagne. Durante as comemorações, o vinho borbulhante do entorno era servido generosamente. Do século XII em diante, o renome da bebida cresceu bastante e passou a ser sinônimo de grandes celebrações entre os mais poderosos da Europa.
Da mesma maneira, só pode ser chamado de CAVA o borbulhante nascido e criado em 106 cidades e comunidades espanholas, entre elas: Penedés, Catalunha, Navarra, Aragão, Rioja, Extremadura, Valência e Álava. A princípio, foi criado como uma imitação do champagne – com os mesmos métodos de produção e sendo, inclusive, chamado de champán ou xampany. Mas logo seu brilho próprio foi reconhecido, e decidiram batizá-lo de cava.
Ao contrário da bebida-inspiração, este espumante espanhol pode ser produzido com diversas variedades de uvas. Geralmente são utilizadas Macabeo/Viúra, Xarel-lo ou Parellada, que são cepas de origem espanhola. No paladar são muito frescos e cítricos, e podem ser elaborados para resultarem em bebidas jovens ou bastante estruturadas.
Já o nome PROSECCO traz outra especificidade: remete exclusivamente aos espumantes, frisantes ou tranquilos elaborados com a uva branca glera (antes chamada de prosecco) em 9 províncias do Vêneto e de Friuli, na Itália. São elas: Treviso, Veneza, Vicenza, Pádua, Belluno, Gorizia, Pordenone, Trieste e Udine.
Os melhores rótulos têm a sigla DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita), e são elaborados obedecendo a legislações que determinam desde o rendimento por hectare até as técnicas de vinificação. Hoje um Prosecco deve ter, no mínimo, 85% de Glera em sua composição; e diferentemente dos champagnes e dos cavas, os proseccos tem sua segunda fermentação em inox.
Nenhum espumante elaborado com a uva GLERA fora desta região delimitada pode usar o nome Prosecco, com exceção de alguns espumantes brasileiros – que conseguiram manter o direito ao uso por produzirem a bebida há muito tempo. Se você ver por aí uma garrafa ostentando o nome Glera como tipo de espumante e não só como uva, já fique ligado: é a mesma uva dos Proseccos, só não vai ter, necessariamente, a mesma qualidade.
Por fim, temos o FRISANTE, que tem cor e aspecto de espumante – mas é bem diferente em sua elaboração. Aqui, o vinho passa por apenas um processo de fermentação, produzindo bem menos gás carbônico. Caso você se depare com um frisante repleto de borbulhas, é provável que tenham ido parar lá artificialmente. Também não costuma tem espuma e seu teor alcoólico é mais baixo, por volta de 7%. Os frisantes mais conhecidos são os Lambruscos.