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Paulo Leandro
Publicado em 12 de janeiro de 2022 às 05:03
- Atualizado há um ano
O Campeonato Baiano contará este ano, pela primeira vez, com a presença luxuosa do Barcelona: versão nativa do time azulgrana, favorito ao título, considerando o poder simbólico da comunidade autônoma da Cataluña. Mas atenção: Dani Alves é dúvida para a estreia, domingo, contra o Unirb.
Depois do time baiano-catalão, a segunda força seria o Doce Mel, time das abelhinhas, inseto superior ao homem comum por três motivos: só sabem comunicar-se dançando; são naturalmente unidas em trabalho de equipe entrosado; e, principalmente, o regime político da colmeia é matriarcado de nobreza, com extermínio de machos, “oh abelha rainha, faz de mim um instrumento de teu prazer e de tua gló-ri-a e de tua gló-riá”: toca Betha-Betha-Bethânia.
Simbolicamente, não deixa de ser a competição estadual uma forma de resistência aos ataques contra a educação, com a presença do time de um centro universitário, o Unirb, destacando-se a jornalista Marta Nascimento, anexados os devidos parabéns ao reitor-doutor-cartola pela genialidade de instituir um curso superior de futebol e depois fundar o clube da universidade onde este professor-colunista pendurou o ‘Power Point’ na arte de Paulo Freire.
Há bons representantes de animais não-humanos na luta antiespecista contra o maior mal do planeta, a arrogância do Sapiens, ao subjugar a natureza e prover das ‘res extensa’ (coisas não-pensantes) quanto queira, resultando nas alterações climáticas, pandemia e um jarro de Pandora versão século XXI deixando escapar as atuais mazelas, exceto a esperança.
O Carcará, ave carniceira, voa alto e afia o bico: no xamã seria o animal de poder do campeão Atlético, time de dona Fernanda, vovó do camarada Fiscina, expoente da nova geração de pensadores baianos.
Tem a Juazeirense, com suas vivas cores da mãe Etiópia, transubstanciada no Cancão de Fogo, ave perturbada, tirada a dona do pedaço, a ponto de espantar as outras, pois não quer saber de conviver em paz.
O Bode, a quem injustamente imputam a culpa de não exalar os melhores aromas, encarna na pele alviverde do Primeiro Passo de Vitória da Conquista.
Nosso amado Leão, outrora indiscutível Rei Leão, o maior dos felinos, vem de brio ferido por ter descido à ribanceira da Série C (C de Covid-19), presa fácil para Tarzan, mesmo depois da gripe Influenza H3N2, sem precisar dublê para Jonny Weissmuller.
São dois leões, porque temos o do Sisal, o grená Sport Jacuipense, lembrando na cor o esquecido Leônico, campeão de 66, treinando numa ladeira na Soledade, para evitar o primeiro tri do Vitória.
E tem os Bahias: o de Itinga/Dias d’Ávila, prestes a ‘interar’ uma fieira de 50 títulos, na condição de nosso campeão dos campeões; e o Bahia de Feira, nosso Erasmo, o Tremendão, só não curto grama sintética porque jogar bola em carpete não é de deus não.
O certame da nossa tão bem organizada Federação Bahiana de Futebol, junto com seus fieis parceiros comerciais, está de tal forma equilibrado e imprevisível a ponto de três de seus principais times terem descido de divisão numa mesma temporada, em 2021: o Bahia, da A para a B; o Vitória, da B para a C; o Jacuipense, da C para a D.
Hip-hip-Hurra! Viva, viva o Baianão 2022!
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.