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Autor participa da Festa Literária da Praia do Forte neste sábado (6)
Ana Pereira
Publicado em 6 de agosto de 2022 às 07:00
Em 2006, o escritor angolano Ondjaki estreou no Brasil com o romance Bom Dia, Companheiros, um retrato delicado da sociedade de seu país nos anos 80, já livre da guerra civil, mas não de suas marcas. Quem contava a história era um menino de classe média, seu alter-ego.
Dezesseis anos depois, ele volta ao mesmo universo no romance O Livro do Deslembramento (Pallas), um dos temas de sua fala Festa Literária Internacional da Praia do Forte - Flipf. Ele estará na mesa Outras Palavras, neste sábado, às 13h30, no Espaço Baleia Jubarte. O evento termina neste domingo, com atividades também no Castelo Garcia D' Ávila (www.flipf.com.br)
É que o bate-papo, do qual também participam Alex Simões e Maria Dolores Rodriguez, propõe uma reflexão entre os caminhos cruzados da vida e da produção literária. O novo romance, conta, fecha uma tetralogia que se passa em Luanda e fala da fase inicial de sua vida. Os outros dois são o livro de contos Os da Minha Rua (2007) e o romance Avó Dezanove e os Segredos dos Soviético (Prêmio Jabuti 2010).
Todos narram histórias cotidianas, experiências doces como o primeiro dia de aula, a brincadeira com os amigos e a rotina familiar; e outras nem tanto, como a percepção das injustiças sociais, do racismo e a violência da guerra – que marcou fortemente a geração do autor, hoje com 45 anos. “A infância é um labirinto”, resume Ondjaki. Ele conta que vinha escrevendo as histórias há um certo tempo, independentes entre si, mas o isolamento e tudo que aconteceu nos últimos anos criou um novo sentido.
A vinda à Praia do Forte, que Ondjaki não conhecia, marca seu retorno ao Brasil desde o começo da pandemia. “Entrar pela porta da Bahia é um ótimo sinal”, afirma o escritor, que segunda-feira, às 19h, lança o romance na Livraria LDM do Shopping Bela Vista, com bate-papo e sessão de autógrafos.
O Livro do Deslembramento é o 12º de Ondjaki pela Pallas. Só no ano passado foram três: o infantil A Estória do Sol e do Rinoceronte; o livro de poemas Materiais para Confecção de um Espanador de Tristezas; e Verbetes para um Dicionário Afetivo, com Ana Paula Tavares, Manuel Jorge Marmelo e Paulinho Assunção.
“Eram livros atrasados”, brinca o angolano, dizendo que na pandemia o que fez de inédito foi escrever e dirigir o curta-metragem Vou Mudar a Cozinha. Ele também tem movimentado a cena literária do país, com a editora Kassibo e com a livraria Kiela, através das quais pretende lançar, principalmente, autores africanos.
“A cena está até dinâmica, com novos autores e editoras, mas sinto que faltam leitores e que quem quer ler não consegue, mas teremos eleições presidenciais no dia 24 e estamos cheios de expectativas”, diz.
FICHA
Livro: O Livro do Deslembramento
Editora: Pallas
Quanto: R$ 68 (224 págs)
Primeiro Single, Festa de Magia, tem participação de Luedji Luna Raiz Afro Mãe: Môa do Katendê ganha álbum e documentário
Música Antes de ser assassinado por divergências políticas, o cantor, compositor e músico baiano Môa do Katendê (1954-2018) deu início a um registro de seu trabalho, que agora segue em forma de homenagem com o álbum Raiz Afro Mãe (Mandril Áudio) e o longa-metragem Môa - Raiz Afro Mãe (Kana Filmes), que serão lançados este mês.
O primeiro single, que chegou nesta sexta nas plataformas digitais, é a bela e simbólica canção Festa de Magia - feita por Môa para o Afoxé Baduaê - gravada por Luedji Luna. “Estou participando deste projeto com muita honra e com muta surpresa, de como São Paulo me aproximou ainda mais da minha terra, me fez ainda mais baiana. O encontro com Mestre Môa foi determinante”, conta ela.Além de Luedji, o disco tem participações da BaianaSystem, BNegão, Emicida, Criolo, GOG, Chico César e Lazzo Matumbi, em 14 composições do mestre.
Diversão no Fim de Semana Cordel do Fogo Encantado faz show em Salvador (Foto: Divulgação) Mais MPB - O grupo Cordel do Fogo Encantado é o convidado especial da nova edição do projeto, que acontece neste sábado (6), às 19h, no Largo Quincas Berro D'Água, no Pelourinho. Os pernambucanos apresentam o elogiado espetáculo Água do Tempo, que narra sua trajetória criativa. A noite também terá participações do cantor e compositor Pedro Pondé, que mostra o álbum Agora & Sempre - comemorativo de seus 20 anos de carreira - da cantora Laiô, do guitarrista Igor Gnomo e do grupo Taxidermia. Ingressos: R$ 80| R$ 40, à venda no Sympla
Ricardo Fagundes em Das Coisa Desta Vida (Foto: Caio Lírio/divulgação) Monólogo - O ator Ricardo Fagundes volta a cartaz com o monólogo Das Coisa Dessa Vida - que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Braskem 2019. O texto sensível, assinado por ele, fala da vida de Nalde, entre sonhos e dura realidade vivida pelos homossexuais. A montagem, que tem direção de João Miguel, será encenada aos sábados e domingos até o dia 21 de agosto, sempre às 20h. Vindo do Brasil profundo e com sonhos, o personagem sofreu muitas repressões e tentou se enquadrar nas regras sociais até que um dia percebe que não nasceu para agradar os outros. Ingressos: R$ 30 / R$ 15 , à venda no Sympla e na bilheteria do teatro.