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Bruno Queiroz
Publicado em 30 de março de 2018 às 05:53
- Atualizado há 2 anos
Na sua terceira temporada pelo Bahia, Edigar Junio alcançou a marca de 100 partidas no triunfo de 2x0 sobre o Botafogo-PB, na quinta-feira (29). No atual elenco, só Lucas Fonseca jogou mais que ele. Não importa se na ponta ou como centroavante, o brasiliense de 26 anos gosta mesmo é de estar em campo. Na entrevista a seguir, ele relembra momentos importantes e fala, claro, sobre o Ba-Vi.>
Qual foi seu momento inesquecível no Bahia?>
A final da Copa do Nordeste, onde eu pude fazer aquele gol histórico [na final de 2017, contra o Sport] não só para mim, mas para o clube. Depois de um tempo sem vencer a Copa do Nordeste, eu fui o autor do gol do título.>
E o momento mais triste?>
Acho que as lesões. Eu tive algumas aqui no clube, não tem como dizer qual foi a pior, mas é sempre muito ruim não poder participar, estar querendo e por conta de lesão não poder ajudar.>
Domingo tem final. Qual o clássico mais gostoso de marcar: Bahia x Sport ou Ba-Vi? Ah, Ba-Vi. Ba-Vi é mais gostoso de fazer gol. De todos os clássicos que eu disputei, eu joguei no Atlético-PR, Joinville e aqui, esse é o mais forte. Que mexe com toda a cidade, com o emocional de todo mundo. O Ba-Vi para mim é o melhor e espero que consiga ter esse gostinho de novo.>
No último Ba-Vi na Fonte Nova você brocou. Bahia venceu por 2x1, com o segundo gol seu... Qual a expectativa para esse clássico?>
A gente sabe que a equipe deles está bem confiante, bem qualificada, mas clássico é diferente. Lá dentro de campo, quem se doar mais, quem brigar mais, eu acredito que tem sucesso. A gente está bem confiante. Acredito que aquele jogo que passou íamos ter uma superioridade, mas isso aí não dá para afirmar porque acabou o jogo. Estamos com sede, com gana e vamos buscar o título. E, se Deus quiser, vamos comemorar lá na casa deles.>
No ano passado, os jogadores do Bahia chegaram ao estádio passando no meio da torcida, na Ladeira da Fonte das Pedras. Isso realmente faz diferença?>
Isso é válido. A gente vê a grandeza, o amor da torcida por nós quando tem esse corredor aí. Tem jogadores que não conhecem e, quando virem a massa, como eles fazem, aí sim entendem o que é o Bahia. Espero que mais uma vez o time e a torcida estejam juntos para a gente conquistar o título juntos.>
O quão baiano você é hoje?>
Eu vivi muito tempo no Sul, mas agora estou aqui no Nordeste, me sinto adaptado. Sempre gostei de praia, de calor, e a Bahia tem toda essa beleza na praia, o povo também é muito receptivo e isso ajudou bastante. Já posso dizer que sou baiano, sim. Espero que a gente continue tendo mais desse baianês.>
Quais as gírias que mais usa?>
Baba, barril.... Já ouvi dizer que tem até um livro de baianês. Ainda não comprei, mas é interessante. Aqui tem muita gíria legal.>
Você é o segundo do atual elenco com mais jogos pelo clube, só atrás de Lucas Fonseca, que tem 164. O que isso significa para você? >
Eu tenho orgulho de alcançar essa marca, pois mudou diretoria desde que eu cheguei, e todos me deram respaldo, segurança. A torcida também me acolheu bem. Isso é muito gratificante. O elenco também acredito que me tem como um líder. Para mim isso é muito importante.>
Você é um centroavante que pode jogar pelo lado ou um jogador de lado que pode atuar como centroavante?>
Esses dias estava conversando com Vitor [Gonçalves, auxiliar de preparação física] na academia, e a gente estava falando sobre isso. Ele veio me elogiar nessa parte que eu sou um jogador de ponta diferente, que consigo segurar a bola, e um centroavante diferente também porque eu tenho mobilidade. E aí a gente chegou numa conclusão de que o jogador precisa ter essa versatilidade, pois o treinador que estiver no comando pode usufruir. E eu também acredito que tenho mais chance de estar no time titular. Dependendo do jogo, posso ir pelas pontas ou jogar por dentro. Na minha carreira, joguei a maioria das vezes de ponta. Ano passado fui muito bem no Bahia como centroavante, então me sinto adaptado nas duas.>
E na base, em qual posição atuava?>
Era desse jeito. Tinha treinador que me colocava de centroavante e treinador que me colocava de ponta, mas acho que a maioria de meus jogos como profissional foi jogando de ponta. Mas tive sucesso também como centroavante.>
Qual foi o melhor treinador da carreira?>
Difícil descrever assim, porque eu já passei por tantos que me ajudaram... Se eu for pegar desde o começo, tem Leandro Niehues, que me colocou no profissional; Renato Gaúcho, que me deu sequência lá no Atlético Paranaense. No Joinville, Hemerson Maria, fomos campeões da Série B e aprendi muito com ele também. Foi um treinador que conduziu o time de um por um, peça por peça, e a gente evoluía e aprendia. Aqui no Bahia todos que passaram me dei bem: Doriva, quando eu cheguei, me deu atenção; depois Guto, fomos campeões; e o professor Carpegiani, que também aprendi muito com toda experiência que ele tem. Fica difícil escolher um.>
Falta dois então. Guto e Carpegiani.>
Seu melhor momento no Bahia foi com Carpegiani?>
Com Carpegiani eu consegui ter uma sequência melhor, mais confiança dentro da posição que ele me colocou, tive mais sucesso no Campeonato Brasileiro, que é o ápice para o jogador. Com ele eu tive um grande aprendizado.>
Será decisivo em 2018 como foi em 2017?>
Espero que sim. A gente sempre busca fazer gols decisivos. Não só os decisivos, todo jogo a gente quer marcar. Mas não é só quando a gente quer, às vezes não vai. Espero que este ano seja melhor que o passado. Acredito que a gente vem mais forte ainda.>