População ocupada com mais de 60 anos cresceu 8% no primeiro trimestre, diz Ipea

Dados foram divulgados nesta segunda-feira (25)

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  • Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2018 às 10:41

- Atualizado há um ano

O índice de ocupação entre os maiores de 60 anos teve um crescimento maior que a taxa de trabalhadores entre 25 e 39 anos, no primeiro trimestre de 2018. A população ocupada com mais de 60 anos cresceu 8%, enquanto que para o segundo grupo, o aumento foi de 0,9%. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Ipea,população ocupada com mais de 60 anos cresceu 8% nesta segunda-feira (25).

De acordo com o instituto, "o crescimento dos mais idosos na força de trabalho não ocorre pelo aumento do número desses trabalhadores que estão saindo da inatividade e retornando ao mercado de trabalho, mas porque vem recuando a parcela de idosos que decidem deixar a força de trabalho e ir para a inatividade, independentemente de estarem ocupados ou não".

Segundo a pesquisadora do Ipea e uma das autoras da pesquisa Maria Andréia Lameiras, dois fatores ajudam a entender essa permanência dos mais velhos do mercado de trabalho. O primeiro tem a ver com a renda: ao ficarem no mercado de trabalho, conseguem uma renda maior. O segundo envolve o aumento de expectativa de vida do brasileiro. “Essas pessoas querem se manter ativas, pois têm uma maior expectativa de vida maior. Em sua grande maioria, ainda são chefes de família, aqueles que garantem o sustento da casa.”

Para o estudo, foram analisados o mercado de trabalho a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, e dos dados de emprego formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. 

De acordo com o Ipea, os últimos trimestres foram de melhora na economia, com uma estabilidade.  A taxa de desocupação vem se mantendo em torno de 12,5%, reflexo de uma desaceleração do crescimento da população ocupada. 

“Viemos de um período de retração muito grande. Nossa recuperação apresenta bases ainda frágeis, com muita informalidade, o que traz alta volatilidade para o setor, tanto em termos de ocupação, quanto de rendimento.”, explica Maria Andréia Lameiras.

Desemprego Os números da PNADC mostram que o desemprego voltou a cair em abril, após apresentar um aumento no primeiro trimestre de 2018, em relação ao observado no último trimestre de 2017. Na comparação com abril de 2017, o recuo do desemprego foi de 0,7 p.p.. Em que pese os dados da PNADC não apresentarem um cenário tão favorável, os dados do Caged indicam uma reação um pouco mais forte do emprego formal. No primeiro trimestre de 2018, os formais ultrapassaram o conjunto dos conta-própria e tornaram-se o segundo segmento que mais retirou trabalhadores do desemprego, atrás dos informais.

Em relação aos desalentados, a evolução desse grupo ao longo de 2017 apontava para um crescimento menos acentuado do que o que vinha ocorrendo até então, chegando, inclusive, a reportar certa estabilidade. No entanto, no primeiro trimestre de 2018, esse grupo voltou a avançar de forma mais significativa, correspondendo a quase 3,0% do total da população em idade ativa. Nota-se que, ao contrário do esperado, esse aumento do desalento não foi proveniente das pessoas que estavam há muito tempo sem emprego e que desistiram de procurar emprego. O aumento do desalento ocorreu por conta da migração de trabalhadores que até então estavam ocupados, mas ao perderem seus postos de trabalho transitaram diretamente para o desalento, ao invés de permanecerem na desocupação.