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Ronaldo Jacobina
Publicado em 11 de outubro de 2025 às 05:00
Estive no Ayrá Gastrobar quando ele abriu as portas, em março deste ano, na Rua da Paciência, no Rio Vermelho e, desde então planejava voltar. Até fiz uma tentativa, mas estava lotado e acabei desistindo. Eis que na última quinta-feira (09) consegui enfim matar a saudade da gastronomia do chef Icaro Rosa que, por sorte – minha, é claro! – sentou-se à mesa comigo, tal e qual os tempos em que eu batia ponto no Jiló, seu maravilhoso restaurante que ele acabou fechando (temporariamente, eu espero) por questões internas. Acomodado numa das disputadas mesas da varanda com vista para o mar, pude apreciar o cardápio da casa que embora resgate um ou outro prato do Jiló, tem um menu criado especialmente para atender a proposta de um gastrobar. E atende muito bem. >
Chef de alto nível, Rosa coloca sua assinatura em tudo o que faz. E com propriedade. A começar pelo seu Steak Tartare que, ao contrário do clássico francês, é preparado com molho tártaro de sunomono, maionese de wasabi e vem acompanhado de torradinhas de espessura milimétrica. Diferente eu diria, mas pediria de novo não fosse a Gyoza com recheio de moela com chilli crunch de camarão seco que Elen Luz - a atenta mulher e sócia da casa que dá um show no salão e no palco, já que é uma cantora afinadíssima e vez por outra se apresenta na casa - me sugeriu. Mas voltando a experiência gastronômica, desta vez sem álcool, mas com uma deliciosa Soda de Tangerina, seguida de outra de Maça Verde com Gengibre, fiquei tão feliz com a minha escolha (sugestão de Elen mais uma vez) que não me faz falta. Até porque não dava tempo tão contente eu estava de usufruir do talento do chef. >
E como usufrui, inclusive relembrando uma das criações de Rosa para o Jiló que ele trouxe para o Ayrá: o Rosbife da Mãe do Chef, um prato que desenvolveu a partir de uma receita de sua mãe, como o nome do prato já diz. Servido com maionese de mostrada, demi glace, picles e pãozinho, é ideal para compartilhar, proposta que por sinal é do próprio chef. “Nossa ideia foi fazer pratos que pudessem ser compartilhados para que as pessoas pudessem experimentar o máximo das nossas criações”, explica Ícaro Rosa.>
Ao som de um bom grupo de jazz (sim, às quintas-feiras tem jazz ao vivo) segui o caminho da memória afetiva e pedi o Franguinho crocante que não por acaso é chamado de Frango Frito Viciante, uma outra das criações para o Jiló que logo virou o prato mais pedido da casa. Um clássico, eu diria. E seria imperdoável, para não dizer outra coisa, não tê-lo no cardápio do Ayrá. >
Ultra satisfeito encerrei a noite com um sundae de morango que aguçou não só as minhas papilas gustativas como minha memória afetiva. A proposta da casa surge do desejo do casal de criar um ambiente autêntico e despojado que une duas grandes paixões: gastronomia e música. E eles acertaram. Saí de lá já com vontade de voltar, o que farei num domingo desses, único dia em que a casa abre para o almoço e ganha um cardápio especial.>
Serviço:>
Ayrá Gastrobar - @ayrabarsalvador>
Rua da Paciência, nº 127, Rio Vermelho>
Funciona de terça a sábado, das 18h à 0h e aos domingos no almoço.>
Reservas: 71 99936-5925.>