Mamadou Gaye de despede da gestão como Cônsul Honorário da França na Bahia

Apaixonado pelo estado, pesquisador segue em Salvador com intenção de colaborar com projetos culturais sobre diáspora africana e ancestralidade

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Publicado em 4 de junho de 2024 às 21:13

Mamadou Gaye
Mamadou Gaye Crédito: divulgação

Mamadou Gaye encerrou em maio sua gestão como Cônsul Honorário da França na Bahia, depois de cinco anos dedicados à função. Nesse período, Gaye esteve a serviço tanto dos franceses que moram na Bahia como de brasileiros que têm vínculo com a França. Foi em fevereiro de 2019 que ele assumiu a função quando já ocupava o cargo de diretor da Aliança Francesa de Salvador.

“Sem dúvida, organizar o repatriamento dos franceses durante a pandemia foi a experiência mais desafiadora na minha gestão”, avalia Gaye que deixa como marco da sua passagem pelo Consulado uma escuta atenta com foco na resolutividade das questões. “Escutar, com intenção, a necessidade do usuário já é a metade do caminho na resolução do problema”, define.

Na gestão da representação da França na Bahia, ele contou com a parceria de Lucia Queiroz, que o auxiliava como secretária da agência consular prestando em média mil atendimentos por ano, sendo metade do púbico atendido de franceses e metade de brasileiros. Mamadou Gaye atuou nessa função mobilizando a competência de comunicador e apresentou soluções para os usuários dos serviços da agência consular. Além das questões administrativas em relação com os documentos de identidade e os títulos de viagem, prestou assistência aos turistas franceses e às famílias francesas instaladas na Bahia. A assistência aos franceses em grande vulnerabilidade também estava entre suas atribuições.

Mamadou Gaye pretende, com o tempo livre que vai ter a partir dos próximos dias, focar no seu doutorado que está realizando no Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA), cuja pesquisa é sobre discurso político e identidade. Com o propósito de continuar colaborando com projetos culturais  em torno da diáspora africana e da ancestralidade, tem o desejo de participar mais fortemente do debate sobre o racismo e contra as desigualdades.

"Quando cheguei, senti a necessidade de escutar para entender. Hoje, depois de quase sete anos de vida na Bahia, quero falar para contribuir a partir da minha perspectiva feita na vivência entre o continente africano, europeu e agora sul-americano", anuncia.

O "senegalo-franco-baiano", como se intitula, continua pesquisando em paralelo questões relativas à cultura organizacional.  Concluiu recentemente uma especialização na UFBA com uma monografia intitulada Atos de fala e comunicação organizacional performativa.

A nomeação do sucessor para o Consulado da França na Bahia ainda está sendo finalizada. O nome do próximo Consul Honorário deve ser anunciado em breve.