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Moyses Suzart
Publicado em 12 de novembro de 2025 às 11:37
Bloquinhos que caiam sem parar e você tinha que encaixar certinho, formando linhas perfeitas para liberar espaço na tela de um minigame vendido no camelô que prometia ter 9.999 jogos, mas que apenas variações do game que foi um vício dos brasileiros no início dos anos 90/2000: Tetris. E não é coisa do passado. Tem muita gente que ainda joga e a coisa está mais séria do que nunca. O melhor jogador brasileiro do jogo inventado por agentes secretos em Moscou vai ganhar uma passagem para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Será que você tinha chances de ganhar? >
O Brasil está prestes a se tornar o palco de um dos torneios mais nostálgicos e, ao mesmo tempo, futuristas do cenário gamer mundial. Pela primeira vez, o país recebe a etapa nacional do Red Bull Tetris World Championship, competição global que reúne jogadores de mais de 50 países em busca do título de melhor do mundo no clássico dos blocos coloridos. A final brasileira acontece no dia 13 de novembro, no escadão da Faculdade Cásper Líbero, na Avenida Paulista, em São Paulo, e promete transformar o coração da cidade em uma verdadeira arena gamer ao ar livre, com música, telões e muito ritmo digital.>
Oito finalistas brasileiros disputarão a vaga para representar o país na grande final mundial, marcada para dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Não temos representantes baianos, mas um nordestino de Pernambuco está na disputa. Lá, o evento promete uma experiência inédita: uma partida de Tetris será projetada no céu com 2 mil drones formando o tabuleiro e as peças luminosas, em um espetáculo que mistura tecnologia, arte e competição. A transmissão global deve alcançar milhões de espectadores. O valor do prêmio para o melhor jogador de Tetris no mundo não foi revelado. Mas ganhar uma passagem com tudo pago já vale o vício. >
A competição é organizada pela Red Bull, com a missão de resgatar a essência do Tetris e ao mesmo tempo reinventá-lo para o público atual. As qualificatórias online já reuniram mais de 50 mil jogadores brasileiros, responsáveis por mais de 400 mil partidas e um bilhão de pontos no ranking. O formato mistura a clássica lógica de encaixar peças com desafios dinâmicos e power-ups que testam a velocidade, o raciocínio e a capacidade de adaptação dos competidores.>
Para a Red Bull, a escolha do Brasil como sede da final nacional não foi aleatória. O país tem uma das comunidades gamers mais engajadas do mundo e uma relação especial com o jogo, que marcou gerações de brasileiros desde os anos 90/2000. “Tetris é um jogo que atravessa gerações. É sobre estratégia, concentração e memória afetiva. Transformar a Paulista nesse tabuleiro vivo é unir nostalgia e inovação num só evento”, explicou a organização em comunicado.>
A grande final brasileira será gratuita e aberta ao público, com trilha sonora ao vivo e transmissões em telões, para quem quiser acompanhar cada movimento dos blocos. O vencedor leva não só a chance de disputar o título mundial, mas também o prestígio de representar o Brasil em um dos jogos mais icônicos da história dos videogames. Vale resgatar aquele minigame antigo e voltar a treinar. >
A história por trás dos blocos>
Lançado em 1984, na antiga União Soviética, o Tetris nasceu da mente do agente secreto e engenheiro russo Alexey Pajitnov, que se inspirou em um quebra-cabeça de encaixe chamado pentaminós. O nome combina a palavra grega tetra (quatro, referência às peças formadas por quatro blocos) com “tênis”, esporte favorito do criador. O jogo ganhou o mundo ao ser distribuído junto com o Game Boy, da Nintendo, em 1989, tornando-se um fenômeno mundial de popularidade e um dos títulos mais vendidos da história.>
No Brasil, o Tetris também tem uma história afetiva. Nos anos 1990, ele se tornou febre entre crianças e adultos com os famosos minigames portáteis “3 em 1” ou “9999 em 1”, vendidos em camelôs e lojinhas populares. Aqueles aparelhos simples, de tela monocromática e som repetitivo, eram onipresentes em filas, ônibus e intervalos escolares bem antes dos jogos de cobrinha dos celulares e apresentavam o jogo para uma geração inteira de brasileiros.>
Hoje, quase 40 anos depois de seu nascimento, o Tetris retorna às luzes da ribalta, desta vez em arenas high-tech e sob o céu de Dubai. Do joguinho de camelô aos drones luminosos, o jogo prova que continua imbatível na arte de fazer o tempo desaparecer. Um bloco de cada vez…>
De Moscou a Dubai: Tetris ganha campeonato mundial e o Brasil entra no jogo