Glaucoma: especialista alerta para doença silenciosa e perversa

1,5 milhão de pessoas tem o problema no Brasil

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  • Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Acervo Pessoal / Mônica Mayoral

Não dói, não arde, não coça, mas aos poucos causa a perda da visão periférica até o centro da visão. Assim é o glaucoma, assintomático e perverso, identificado como a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo. Estima-se que cerca de 1,5 milhão de brasileiros convivem hoje com o problema e muitos não sabem.

Por desta estimativa, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) lançaram recentemente a campanha nacional “24 Horas pelo Glaucoma”. O objetivo é usar as redes sociais para alertar a população sobre a importância da prevenção e incentivar uma visita ao oftalmologista, com a finalidade de diagnosticar e iniciar o devido tratamento precocemente para controlar a doença, que ainda não tem cura.

Campanha No próximo dia 26 será celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma e, como mais uma forma de alerta, o assunto ganhou o Maio Verde. A oftalmologista e especialista em glaucoma, Mônica Mayoral, do DayHORC, destaca a importância da prevenção. A recomendação é o acompanhamento oftalmológico pelo menos uma vez ao ano, buscando por profissionais confiáveis e especialistas que possam assegurar um diagnóstico correto. Em muitos casos, em uma consulta rápida não é possível identificar alterações que indicam a presença do glaucoma. “É importante fazer exames da pressão e do fundo de olho, sobretudo, se a pessoa tem casos na família. Muitas vezes só se detecta o glaucoma com o acompanhamento visual”, frisa.  Mônica Mayoral, oftalmologia e especialista em glaucoma do DayHORC. É necessário lembrar que o glaucoma não escolhe idade. Atualmente, uma grande quantidade de jovens pode ter a doença, em diferentes estágios. Como não têm sintomas, eles não procuram um médico e o problema se agrava de maneira irreversível. No silêncio, a escavação no nervo óptico aumenta e a célula nervosa daquela estrutura é danificada, gerando a cegueira. 

Além de não apresentar sintomas, não ter cura e de ainda não se conhecer suas causas, o glaucoma é uma doença multifatorial. Na maioria dos casos, é um problema hereditário, porém, pode ser classificado também como: glaucoma de ângulo fechado (frequente em mulheres acima de 50 anos com olhos pequenos); congênito (quando o bebê já nasce com a alteração. Por isso, é importante sempre fazer o “teste do olhinho” e observar os sinais de perda de brilho nos olhos, sensibilidade à luz e choro da criança); também pode ser desenvolvido por doenças inflamatórias e uso de corticoides. 

Tratamentos Há diferentes protocolos de tratamentos para o glaucoma, segundo a especialista Mônica Mayoral. Uso de colírios, aplicação de laser ou cirurgias e até a combinação de mais de um desses recursos são indicados, a depender do estágio da doença e do histórico do paciente.  Há diferentes protocolos de tratamentos para o glaucoma, a depender do estágio da doença e do histórico do paciente. O objetivo de todos os procedimentos é promover a drenagem do líquido intraocular que se acumula e leva ao aumento da pressão do olho. E mesmo garantindo o controle, todos são recursos temporários. Ou seja, a pessoa pode ser submetida à cirurgia e depois precisar de um complemento para controlar os efeitos da doença, retardar seu avanço e evitar a cegueira. “Os procedimentos são diferentes, por exemplo, da cirurgia da catarata, na qual substitui-se o cristalino e o problema estará resolvido para a vida toda. No glaucoma nem todos os tratamentos são para sempre!”, ressalta a médica. 

Não apenas no mês Maio Verde, mas durante todo o ano, a especialista recomenda: manter a visita ao oftalmologista uma vez ao ano, mesmo sem sintomas; evitar usar corticoides, principalmente por conta própria; fazer o acompanhamento de doenças sistêmicas, como diabetes e colesterol alto, e não procrastinar a ida ao médico se sentir alterações na visão. 

Uma projeção da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira sinaliza que o total de pacientes com glaucoma em todo o mundo poderá chegar a 111,8 milhões no ano de 2040. Para que isso não se concretize como estatística, procure um oftalmologista e cuide da saúde dos seus olhos!

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