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Portal Edicase
Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 11:25
O zumbido no ouvido, também conhecido como acufeno, causa sons semelhantes aos de insetos mesmo sem barulho no ambiente. E, apesar de estar frequentemente relacionado a problemas de audição, também tem ligação com o cérebro, como explica o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em neurociênciase membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos. >
“O som chamado de zumbido no ouvido pode variar como sibilos, assobios, crepitações, tinidos, entre outros. Como é um fenômeno bastante complexo, ele pode ser não apenas sons gerados por estruturas próximas ao ouvido, mas também pela ação do cérebro, em especial do córtex auditivo”, afirma. >
O zumbido no ouvido consiste na percepção de um som sem uma fonte sonora externa e, apesar da sua simples definição, pode estar relacionado a uma série de fatores, incluindo alterações nos núcleos cerebrais. >
“Dentre as teorias sobre as causas do zumbido no ouvido está a de alterações na atividade dos núcleos cerebrais da audição que desencadeiam estímulos interpretados erroneamente pelo cérebro como sons”, explica o Dr. Fabiano de Abreu. >
Há dois tipos comuns de zumbido no ouvido: >
Segundo o Dr. Fabiano de Abreu, os estudos sobre o zumbido no ouvido, apesar de precisarem de mais avanços, já indicam algumas regiões cerebrais envolvidas no processo. “A região do cérebro responsável por processar os sons, o córtex auditivo, também está ligada à percepção auditiva fantasma, assim como a amígdala, o córtex insular e o córtex cingulado anterior”, afirma. >
Ainda segundo o neurocientista, “traumatismos cranianos, transtornos e tumores, assim como algumas doenças, como a esclerose múltipla, também têm fortes indicações de ligação com o acufeno”. >
Por ser uma condição complexa e multifatorial, os tratamentos disponíveis são atualmente limitados, mas existem opções como a terapia sonora , que permite “mascarar” os zumbidos, uso de aparelhos auditivos em alguns casos e a terapia comportamental. Para melhorar a qualidade de vida e aliviar alguns sintomas e efeitos do acufeno, como a dificuldade para dormir, podem ser utilizados alguns medicamentos, mas não específicos para tratar a doença. Em todo caso, é recomendado procurar um médico para o diagnóstico e o tratamento correto para o problema. >
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues >
Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA – American Philosophical Association, também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Autor de mais de 220 artigos científicos e 17 livros. >