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A forte incidência de salitre sobre imóveis de região litorânea exige uma série de cuidados
Victor Lahiri
Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 07:51
- Atualizado há um ano
Para quem gosta de praia, morar à beira-mar é a realização de um sonho, contudo, as características da morada praiana vão muito além do mar a dois passos de casa. A forte incidência de salitre sobre imóveis de região litorânea exige uma série de cuidados e, se o morador não estiver atento, o sonho pode acabar virando pesadelo. Em Salvador, a atenção deve ser redobrada, já que a cidade está entre os trechos de exposição ‘severa’ ao salitre, de acordo com o mapa de corrosão atmosférica no Brasil.
“Desde que nos mudamos, encontramos uma série de desafios. Nós optamos pelo porcelanato e hoje isso é um problema pois temos que passar o pano na casa duas vezes por dia”, relata a designer de interiores Cynthia Pitangueira, que vive em frente à Praia de Armação, na Orla Atlântica de Salvador. “Isso sem contar o problema com eletros. Recentemente, fiquei internada e, como meu marido não estava utilizando a TV, ao voltar, estava com problema”, completa.
Os principais exemplos de problemas com o banho de sal diário no imóvel são os prejuízos a fechaduras, esquadrias e peças metálicas em áreas externas, além da redução da vida útil de eletrodomésticos. O salitre também é responsável pelo aumento da umidade, podendo causar manchas em paredes, pisos e móveis, por isso especialistas indicam que o morador deve investir em uma composição adequada para o lar.
De acordo com o arquiteto Wesley Lemos, evitar metais oxidáveis é fundamental. Em áreas externas, uma boa opção é o fechamento da varanda com vidro, porém, se o orçamento estiver apertado, investir em esquadrias de PVC pode ser uma uma alternativa viável. “O PVC não é tão perecível ao sal quanto o metal e é mais barato que a cortina de vidro. Sempre recomendo aos meus clientes priorizarem a vedação com borrachas e silicones”, aponta.
O especialista ainda sinaliza que móveis com madeira e capas com tecidos naturais são alternativas inteligentes para casas em locais litorâneos. “Madeira e tecidos naturais são materiais que se adaptam bem a diferentes temperaturas e à umidade. “Os móveis de madeira não sofrem com as mesmas manchas e o aspecto ‘gorduroso’ que o salitre causa em peças de vidro”, afirma Wesley. “O couro natural e tecidos como algodão e linho também são muito mais adaptáveis ao sal do que os sintéticos”.
Para curtir a vista sem preocupação
Área eterna
Substitua esquadrias metálicas por PVC com vedações de borracha e silicone. Outra opção é o fechamento da varanda com painéis ou placas de vidro.
Mobília
Priorize móveis em madeira natural, pois o material é mais adaptável ao sal e à umidade, evitando manchas e sujeira.
Tecidos
Use sempre cortinas, tapetes e forros naturais. Com o tempo, as tramas sintéticas podem adquirir manchas provocadas pelo salitre, priorize couro natural, algodão, linho, sisal ou junco.
Piso
Evite porcelanato, a umidade provocada pelo sal pode tornar o chão da casa escorregadio. A melhor alternativa é o uso de madeira, parquete ou taco. Uma opção mais em conta é o piso vinílico, cuja higiene é mais fácil.
Decoração
Fique atento a peças pintadas, a ação do sal pode causar desgaste, descascando o acabamento. Priorize o inox.
Iluminação
Deve ser embutida em sancas, pois hastes com desgaste podem romper, provocando acidentes.