Apesar de Banco Central dos EUA manter taxas de juros, dólar fecha em maior valor desde 2002

Moeda já acumula valorização de 46% em 2015

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  • Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 18:27

- Atualizado há um ano

Após bater os R$ 3,90 no início do dia, o dólar reduziu a alta sobre o real e fechou esta quinta-feira (17) sendo cotado a R$ 3,8822. Com isso, a moeda norte-americana renovou a máxima desde outubro de 2002, quando a moeda atingiu seu recorde de fechamento a R$ 3,99.Assim, a moeda norte-americana subiu 1,25% e já acumula alta de 7% no mês e de 46% em 2015. O resultado da sessão desta quinta-feira manteve os investidores ainda sob a pressão dos temores com a cena política e econômica conturbada no Brasil.(Foto: AFP)O dólar começou o dia operando em alta, após o jornal 'Valor Econômico' publicar uma notícia afirmando que o Instituto Lula e o PT estariam defendendo a flexibilização das políticas fiscais e monetárias. Caso essas políticas fossem flexibilizadas, poderia haver redução de taxa de juros "na marra" e afrouxamento do gasto público. Para os investidores, esse cenário poderia resultar na perda do Brasil do título de bom pagador para outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's, o que poderia resultar em uma fuga de capital do país. Decisão do Banco Central norte-americanoO Banco Central dos Estados Unidos (Fed) decidiu nesta quinta-feira (17) deixar as taxas de juros inalteradas, optando pela prudência face ao impacto “das recentes mudanças da economia mundial e financeira”.No final de uma reunião em Washington, muito esperada pelos mercados financeiros, o Comitê de Política Monetária manteve as taxas entre 0% e 0,25%, tal como estão desde dezembro de 2008.No comunicado da Fed, os membros do comitê registraram as turbulências nos mercados financeiros, a queda dos preços da energia e das matérias-primas, bem como o menor crescimento da economia chinesa, fatores que podem influenciar os preços em queda.

[[saiba_mais]]O objetivo do banco central norte-americano é que a inflação nos Estados Unidos fique em torno dos 2% no médio prazo, um nível que considera ser saudável para a economia. A taxa de inflação está em 0,3%.A Fed considera que a economia norte-americana prossegue a um ritmo moderado e  destaca o modesto crescimento da despesa das famílias e dos investimentos das empresas. Diz ainda que o mercado de trabalho “continua a melhorar, com sólida criação de emprego e declínio do desemprego”.