Do sonho de infância à realização profissional

Ser piloto de aeronave exige grande investimento, mas é uma das profissões mais promissoras

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  • Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2018 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jô Lima/Divulgação

Quase toda criança já sonhou em ser piloto de avião, usar suas habilidades para voar e dominar o painel de controle de uma aeronave. Para a universitária Juliana Amoedo, 25 anos, isso está bem perto de se tornar realidade. Desde a infância, ela imaginava como seria fazer pousos e decolagens. Hoje, é uma das poucas alunas no seu curso de pilotagem. “Eu fazia fisioterapia, mas sempre tive esse despertar pela aviação. Ia fazer um curso de comissária, porém, quando vi um outdoor com o anúncio de um curso universitário pelo Fies, mudei e me matriculei, porque antes eu não tinha condições financeiras de fazer. Quando eu falo que estudo para ser piloto, as pessoas ficam curiosas”, conta.  

A ideia de ver uma mulher no comando de aeronaves ainda é novidade, tanto que mesmo estando na metade do curso, Juliana não contou para os pais sobre sua escolha. “Vou elaborar uma surpresa para eles. Tenho certeza que ficarão felizes”, aposta. Nesse semestre, Juliana começará as aulas práticas, que lhe possibilitarão fazer o teste da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e, enfim, obter o tão sonhado brevê - licença para pilotar profissionalmente. Planeja iniciar a carreira como piloto comercial em linhas aéreas e depois atuar na aviação executiva. Antes disso, porém, imagina seu primeiro voo solo. “O coração já está a mil, mas precisamos passar pelo primeiro voo solo para fazermos a checagem”, comenta.  

.diviframe {width:100%; height:290px; background-color: #f5f5f5;; margin-bottom: 20px;} .content {width:300px !important; height:250px; margin: 0 auto;} .banner {width:300px !important; height:250px; border:0;margin-top:20px;} Dedicação total Muitos optam por um curso de pilotagem motivados pelo sonho da infância, mas a prática requer alto investimento não só financeiro, como também de estudo, tempo, disciplina e responsabilidade. Além de serenidade para lidar com o estresse, já que a profissão envolve grande carga de tensão. Com mais de 40 anos de experiência, Ronaldo Costa Pinto, coronel da reserva da Força Aérea Brasileira, diz que para ser um bom piloto, “a pessoa deve ser tranquila e manter a calma para saber como lidar com o estresse”.  

E mais: um piloto não pode abrir mão do senso de perfeição. Para tanto, é preciso estudo diário, afinal de contas, o profissional passa por avaliações da Anac a cada dois anos. O zelo é o que vai levar o piloto a executar com maestria um dos pontos altos do seu exercício. “O pouso é a cereja do bolo. Eu sempre digo que decolar é opcional, mas pousar é obrigatório, e é a perfeição na execução que vai determinar se é um pouso é profissional ou não”, afirma o piloto, que hoje coordena o curso tecnológico de Pilotagem de Aeronaves do Centro Universitário Unirb.  

“Oferecemos o curso para preencher a lacuna de profissionais no Nordeste. Somente com a aquisição das duas aeronaves, investimos aproximadamente R$ 3 milhões”

Carlos Joel, reitor da UnirbHoras de voo De acordo com Ronaldo Costa Pinto, dois tipos de candidatos procuram o curso de pilotagem: aquele que é atraído pelo salário, que varia de R$ 16 mil a R$ 20 mil, dependendo do momento em que o profissional estiver na carreira. E aquele que é fascinado pelo ofício e começa a estudar aviação antes mesmo de se matricular nas aulas. Nos dois casos, é preciso saber que ser piloto é mais sobre responsabilidade do que o glamour.

No Brasil, as empresas exigem 300 horas de voo para pilotos comerciais e 150 horas para pilotos de táxi aéreo. Essa diferença é definida por parâmetros como o porte das aeronaves, a velocidade usada por cada uma, pelo número de passageiros que transportam.  

“O pouso é a cereja do bolo. Eu sempre digo que decolar é opcional, mas pousar é obrigatório, e é a perfeição na execução que vai determinar se é um pouso é profissional ou não”

Ronaldo Costa Pinto, coronel da reserva da Força Aérea Brasileira e coordenador do curso tecnológico de Pilotagem de Aeronaves da UnirbCurso universitário  Há dois anos, o Centro Universitário Unirb, em Patamares, passou a oferecer o único curso tecnológico de Pilotagem de Aeronaves do Norte-Nordeste. Já são 100 alunos em sala aula, mas ainda 93% são homens e apenas 7%, mulheres. A formação conta com cinco semestres teóricos e dois práticos. Ao final dos quais, o aluno estará pronto para fazer o exame da Anac, tendo cumprido 40 horas de voo como piloto privado (apto para pilotar aviões particulares) e 110 horas de voo como piloto comercial. 

Como o curso é novo, a primeira turma ainda vai iniciar as aulas práticas. Para tanto, a instituição adquiriu duas aeronaves de pequeno porte para treinamento. “Oferecemos o curso para preencher a lacuna de profissionais no Nordeste. Somente com a aquisição das aeronaves, investimos aproximadamente R$ 3 milhões”, comenta o reitor professor Carlos Joel.   O Centro Universitário Unirb, em Patamares, oferece o único curso tecnológico de Pilotagem de Aeronaves do Norte-Nordeste (Foto: Jô Lima/Divulgação) O curso tem três modalidades de formação: teórica; teórica e piloto privado; e teórica e piloto comercial. A opção somente de teoria é para quem já fez curso prático e possui o número de horas de voo, mas deseja obter a graduação. O curso completo dura três anos e meio e o ingresso é  através de vestibular agendado. Mais informações no site www.unirb.edu.br ou pelo telefone: (71) 3368-8300.

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