Enem: tudo o que rolou em Salvador no primeiro dia de prova

Salvador é o município que concentra o maior número de candidatos

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  • Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 09:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Vanessa Brunt/CORREIO

18:11 Um dos últimos candidatos a sair da Católica, na Federação, foi Paulo Ricardo Santos Bastos, 30 anos. Em conversa com o CORREIO, ele revelou que estava esgotado. Além do tema inesperado da redação, ele comentopu que achou a prova longa, com muitos textos.

18h Prova termina na capital baiana

17h55 Faltando cinco minutos para o fim da prova, muita gente ainda deixa a Católica (Foto: Alexandre Lyrio/CORREIO) Assim como Thiago Hage, Luanda Oliveira Rodrigues, 32 anos, disse que gostou do tema da redação. Ela é formada em Direito e contou ao CORREIO que conhecia bastante sobre as leis relacionadas à inclusão social e foi pelo lado delas em seu texto.  A fonoaudióloga Maria Vilas Boas, 29, também acredita que se deu bem na redação também por conta da profissão e acha que vai ter uma boa pontuação. 

17h53 Ao contrário de muita gente, Thiago Hage gostou do tema da redação e foi pelo lado da inclusão social. Ao CORREIO, ele disse que a sociedade vê os surdos como deficientes, mas que "são pessoas iguais e que têm só uma certa limitação". "Eu falei, na minha redação, sobre igualdade, sobre inclusão social. Acho que me dei bem", contou. Hage não gostou do tempo de realização da prova. Segundo ele, a avaliação foi muito extensa e contou com muitos textos para ler, o que atrasou a produção dele. "As questões não eram objetivas", afirmou.  Thiago Hage é formado em Direito e vai tentar Medicina (Foto: Alexandre Lyrio/CORREIO) 17h41 Movimentação é intensa na saída da Universidade Católica, na Federação (Foto: Alexandre Lyrio/CORREIO) 17h33 O tema da redação do Enem não surpreendeu apenas candidatos de outros estados e professores. Os estudantes baianos também não esperavam uma temática tão específica. "O tema nos surpreendeu muito. Estávamos esperando coisas climáticas, a crise hídrica, algo de política - temas que são abordados diariamente nos jornais. Quem tem deficiência auditiva realmente precisa ter mais atenção nas escolas, em locais de trabalho, etc. Foi muito importante para o conhecimento da população", avaliou o estudante Leonardo Augusto, 22 anos. Ele e Evelin Teixeira, 21, fizeram a prova no Colégio Estadual Manoel Devoto, em Salvador. Além de usar os textos-base, a candidata baseu seu texto em experiências pessoais.

17h20 Estudante Maria Izabel Zacarias, 17 anos, fala sobre o primeiro dia de prova do Enem. "Achei mais fácil do que a do ano passado, mas a redação foi difícil. É um tema que não estava presente no nosso cotidiano", disse.   

16h57 Estudantes começam a sair do primeiro dia de prova em Salvador. No Colégio Estadual Manoel Devoto, que fica no Rio Vermelho, muitos esperam a chegada dos pais.  (Foto: Alexandre Lyrio/CORREIO) 14h46 Uma estudante de 15 anos, moradora de Lauro de Freitas, não conseguiu fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O motivo, segundo a jovem, foi o uso de uma bomba eletrônica de insulina. O uso de qualquer dispositivo eletrônico durante a prova é proibido.  "Nunca imaginei que uma bombinha era necessidade especial", disse (Foto: Acervo Pessoal) A garota é portadora da Diabetes tipo 1 desde os 8 anos idade. Neste ano, por orientação médica, ela passou a usar o aparelho que injeta e regula a medicação em seu corpo. A menina conta que chegou ao seu local de prova acompanhada da irmã, no Colégio Perfil, em Vilas do Atlântico por volta das 11h. "Meu pai disse que assim que eu chegasse no colégio para procurar a coordenação e informar sobre o meu aparelho. Me levaram para uma sala isolada e disseram que a bomba teria de ficar sobre a mesa", disse ao CORREIO.

Ainda de acordo com a estudante, minutos depois uma pessoa entrou na sala e questionou se ela não poderia guardar o aparelho durante o exame. "Ela me perguntou se eu tomava banho com a bombinha, e eu disse que não. Perguntaram se eu não podia retirar para fazer a prova. Expliquei que a prova era um tempo maior que um banho", lembra a garota, que só pode ficar até 1 hora sem o aparelho.

Em seguida, a coordenação do exame informou a ela que não poderia fazer a prova. "Ela disse que não havia espaço na prova para informar que uso aquele aparelho. O máximo de tempo que posso ficar sem é de uma hora e mesmo assim posso passar mal", disse a garota que voltou para casa andando. "Nesse momento minha irmã está lá fazendo a prova achando que eu também estou, só que em outra sala. Meu celular ficou com ela. Não tive nem como avisar", lembra.  

14h18 A temática da redação do Enem 2017 surpreendeu os professores de todo o país. Apesar do tema deste ano seguir a tendência das últimas edições do Enem, que costuma abordar temas sociais, os professores acreditam que foi pedido dos alunos uma questão bastante específica. “Seria esperado se estivéssemos falando sobre um concurso para selecionar professores. O aluno deverá realizar uma leitura minuciosa dos textos motivadores e fazer associações com o seu conhecimento de mundo para construir uma argumentação sólida e uma proposta de intervenção coerente”, avalia Vinícius Beltrão, professor do SAS Plataforma de Educação.

12h30: Tema da redação

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano é Desafios para Formação Educacional de Surdos no Brasil. A informação foi divulgada agora há pouco pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em sua conta no Twitter. Pela primeira vez, o Enem terá videoprovas em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Hoje (5) é o primeiro dia de prova do exame, e também terá provas de linguagens e ciências humanas.  Antes da avaliação ser iniciada, estudantes pensavam em temas como Identidade de Gênero, Homofobia e Suicídios no Brasil. Ao falar do tema, os estudantes também discutiram sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que os alunos que desrespeitarem os direitos humanos, não terão as redações anuladas. Confira declarações sobre o assunto mais abaixo.

12h00 A diversão do domingo: ver os atrasados. Um grupo se reuniu em um barzinho para tomar cerveja e assistir ao fechamento do portão. "Viemos ver os atrasados do Enem, mas ainda não chegou nenhum", disseram aos risos (Foto: Vanessa Brunt/CORREIO) 11h53 Por pouco Bruno Wesley, 19 anos, ficou de fora do Enem. Ele chegou no Colégio Central, em Nazaré, às 11h53. "Meu ônibus atrasou", disse. Os portões fecham às 12h, horário da Bahia (Foto: Vanessa Brunt/CORREIO) 11h30

Redação e direitos humanos

O tema da redação e a polêmica envolvendo os direitos humanos são os assuntos mais comentados entre os estudantes que aguardavam a abertura dos portões na manhã de hoje, em Salvador. Rebeca Maciel, 18 anos, acredita que o tema da redação será relacionado a saúde mental e descartou a possibilidade da proposta ser sobre violência doméstica. "Em 2015 o tema que caiu foi feminicído e reflete muito com a violência contra mulher e a violência psicológica. O Cyberbulling é uma a questão que está super apegada à mídia social, que vem influenciando a vida dos jovens. Tem essa questão do suicídio que aumentou 10% de 2002 pra cá justamente por conta da saúde mental que está abalada", pontuou. Rebeca ainda comentou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que os alunos que desrespeitarem os direitos humanos, não terão as redações anuladas. "É uma problemática grave. Para a situação dos direitos humanos ser válida aqui no Brasil foi necessário que a Magna Carta assegurasse isso, foi uma luta. E quando aceitam que uma prova negligencie a legitimidade dos direitos humanos, abrem espaço para que isso também ocorram na vida real"."O que escrevemos em uma prova é o que temos em mente, e se alguém escreve sobre algo que os direitos humanos, de alguma forma, é o que aquela pessoa pratica. É preocupante para a vida enquanto formação social, porque o Enem está aqui para analisar como os estudantes saíram após o ensino médio, e se elas saem indo contra o que assegura a condição de vida das pessoas, é porque elas estão tendo uma má formação. É um declive para a convivência social", conclui a estudante Rebeca.Jamime Souza, também estudante, dá voz a quem discorda de Receba. "Para mim, é liberdade de expressão, cada um tem o direito de colocar ali o que pensa. Acho ótimo que as provas não sejam zeradas por isso", exclama. 

11h20 O estagiário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Matheus da Silva, 17 anos, vai fazer o Enem pela 3ª vez e pretende cursar engenharia. "As outras vezes foram treinamento. Essa agora é o oficial. Vou continuar trabalhando, mas também estudando. Pode ser federal ou particular, o Enem é para tudo", explicou (Foto: Vanessa Brunt/CORREIO) 11h10 Caroline e Ester dividiram a corrida de táxi para chegar cedo no local de prova (Foto: Vanessa Brunt/CORREIO) Ester da Silva, 16 anos, chegou 8h30 no Colégio Central, em Nazeré. Ansiosa, por volta das 10h ela foi pra perto do portão para entrar assim que o acesso fosse liberado. "Não quero correr o risco de virar meme", brincou a adolescente. Ela mora no Rio Vermelho e acordou às 6h30 para se preparar para o dia da prova. "Estou no 3º ano e estou me preparando desde o começo do ensino médio", comentou a adolescente. Ela está mirando os cursos de enfermagem e fisioterapia em faculdades públicas ou privadas com bolsa."Não quero correr o risco de virar meme"Ester foi para o local de prova de táxi. Ela rachou a corrida com a amiga Caroline Araújo, 18 anos. "Eu já iniciei meu curso superior, mas agora quero tentar a Federal. Estou estudando há uns três anos para conseguir ingressar em Farmácia. Já tenho bolsa, mas quero estudar na Ufba tanto pelo nome, quanto por não pagar também", explicou.

11h- Por conta do horário de Verão, os portões já abriram em Salvador. O estudantes que ainda estão a caminho têm até às 12h (13h no horário de Brasília) para chegar a tempo.

10h50 O técnico de segurança do trabalho Aidre Soares, 35 anos, também vai fazer o Enem para tentar ingressar em uma faculdade pública. "Eu cursava Engenharia Mecatrônica. Como fiquei um tempo sem trabalhar, tive dificuldade de pagar e precisei trancar. Agora a Federal é prioridade, mas as particulares quando chegar o Prouni posso tentar uma bolsa".  Ele  mora em Pau Miudo e chegou na Escola Politécnica da Ufba, onde irá fazer a prova, por volta das 9h. Para evitar transtornos, Aidre visitou o local da prova uma dia antes.

10h40 Participantes do Enem que farão a prova no Colégio Central, em Nazaré, aguardam do outro lado da rua. Lá os grupinhos vão se formando, pessoas se conhecendo e, embaixo de sol, conversam sobre temas possíveis da redação e outras questões da prova (Foto: Vanessa Brunt/CORREIO) 10h Camila Olviera, 37 anos, já está cursando fisioterapia, mas quer tentar outro curso ou ingressar na mesma área em uma faculdade pública. "Acordei cedo e vim de ônibus. Demorou um pouquinho para chegar aqui", comentou a estudante que está recebendo apoio da familía. "Tá todo mundo na expectativa, até porque meus sobrinhos todos também vão fazer". Ela contou ao CORREIO que precisou intercalar a faculdade com a preparação do Enem. No local de prova, na Faculdade Politécnica da Ufba, ela reencontrou a vizinha Edileuza, que também mora no bairro Uruguai.  "Não sabiamos que a outra ia fazer a prova", brincou. 9h50 Yasmin dos Santos, 18 anos, saiu do bairro Jardim Cruzeiro, acompanhada da mãe, para fazer a prova hoje no Rio Vermelho. "Seis horas eu já tava em pé. Ontem eu dei uma relaxada. Como eu não sabia onde era a escola saí cedo para não perder tempo. Cheguei aqui por volta das 9h". Ela está no último ano do Ensino Médio e está focada em fazer Psicologia na Ufba.

9h40 Lucicleide Oliveira da Silva, 20 anos, acordou às 5h para fazer a prova do Enem hoje. Ela mora em São Cristóvão e pegou dois ônibus para chegar até o Colégio Estadual Manoel Devoto, no Rio Vermelho. "Eu vim aqui antes para saber onde era o local. Aí pra me antecipar eu resolvi chegar cedo. Eram 7h25. Já fui ali ver qual o ônibus vou pegar para voltar pra casa", comentou a jovem. Lucicleide terminou o Ensino Médio no ano passado e está se preparando para o Enem há cerca de três meses. "Estou em busca do curso de gastronomia, que eu amo", disse. "Tô tensa, mas tô confiante. Trouxe duas canetas para não ter erro". Lucicleide chegou no local de prova por volta das 7h30 (Foto: Vanessa Brunt/CORREIO) 9h20Não esqueçam as canetasSegundo os ambulantes, muitos participantes estão chegando sem caneta e comprando na porta, antes de entrar nos colégios. Quem está aproveitando a oportunidade é Maria da Conceição Lima e Silva. Ela acordou cedo para trabalhar na porta do Colégio Estadual Manoel Devoto, no Rio Vermelho. "É um dinheirinho a mais. Sou do mercado informal de outro local e lá não tem colégios. Daí, todo ano venho aqui para vender caneta e balinhas. Há uns cinco anos que venho pra cá".

9h10 O estudante Israel Barbosa Cruz, 16 anos, ficou preocupado com trânsito e resolveu chegar cedo no Colégio Estadual Manoel Devoto, no Rio Vermelho. "Preferi prevenir. Fazer maratona não é comigo. Então..." brincou o garoto que mora no bairro de Cosme de Farias e foi até o seu local de prova de táxi e acompanhado da mãe, Rita Barbosa, que pretende ficar na porta do colégio até ele terminar a prova."Preferi prevenir. Fazer maratona não é comigo. Então..."Essa é a primera que Israel faz o Enem. Ele pretende fazer um curso técnico antes de tentar Medicina Veterinária na Ufba. Ele também não descarta tentar outros cursos como Engenharia Química e Arquitetura. "Estou estudando desde o ano passado. Alguns colegas meus fizeram o Enem e eu comecei a estudar também", conta o garoto que está cursando o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Darcy Ribeiro, em Matatu.

9h A capital baiana reúne o maior número de inscritos na Bahia. São 120.241 dos 490.233 mil inscritos no estado. Por conta do hoário de Verão, os portões abrirão às 11h e fecharão às 12h (13h no horário de Brasília).