Guedes defende nova CPMF para transação digital: 'É feio, mas não é tão cruel'

Questionado, Rodrigo Maia diz que projeto não passaria na Câmara

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2020 às 14:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar da ideia de implementar um imposto sobre transações digitais similar à antiga CPMF. "É feio, não é muito bonito, mas não é tão cruel", disse Guedes em entrevista à Jovem Pan na noite da quarta-feira (15).

A proposta é taxar transações digitais em cerca de 0,2%, por conta do aumento crescente desse tipo de movimentação financeira. Segundo Guedes, isso permitiria que o governo reduzisse outros impostos, considerando um cenário de regime de trabalho mais flexível.

"O imposto sobre transações financeiras é feio, mas não é tão cruel. E vai ter que escolher entre algo que seja feio, mas não tão cruel, porque a pandemia revelou que, entre o mundo da CLT e o mundo da assistência social, existem 38 milhões de invisíveis, que são vítimas dos encargos trabalhistas, do excesso de impostos sobre a folha, que perderam a oportunidade de integrar à economia formal por causa disso", defendeu.

Questinado pelo Uol, o presidênte da Câmara, Rodrigo Maia, foi categórico. "Não passa", afirmou, falando de um projeto sobre a volta do imposto. Maia já falou contra essa nova CPMF em outras ocasiões, garantindo que não irá a votação enquanto ele comandar a Câmara.

Extinta em 2007, a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) existia na época em que a maioria das transações era feita em cheque ou papel moeda. Como hoje os meio digitais dominam as movimentações financeiras, o conceito seria igual ao do antigo imposto.