Johnson & Johnson é condenada por talco com amianto nos EUA

A fabricante afirmou estar “profundamente desapontada” com o veredito

Publicado em 14 de julho de 2018 às 02:54

- Atualizado há 10 meses

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O gigante farmacêutico Johnson & Johnson foi condenado a pagar US$ 4,7 bilhões a 22 mulheres e suas famílias sob a acusação de que o talco fabricado pela companhia contém amianto e levou as usuárias a desenvolver câncer de ovário. O processo correu por seis semanas em júri popular nos Estados Unidos, mas ainda cabe recurso. Um júri do estado de Missouri aplicou multa de US$ 4,14 bilhões à companhia e determinou o pagamento de US$ 550 milhões para compensar os danos causados às vítimas. As mulheres que abriram a ação conjunta afirmaram que a companhia não informava sobre os riscos de câncer associados ao seu talco de bebê e de corpo. A fabricante afirmou estar “profundamente desapontada” com o veredito e informou que pretende recorrer da decisão. A empresa está enfrentando processos de mais de 9 mil pessoas relativos ao seu talco, de acordo com documentos regulatórios revelados no mês de abril. Após um julgamento que durou seis semanas, o júri deliberou sobre as multas para a companhia. No entanto, a decisão sobre a compensação de danos às mulheres foi determinada em apenas 45 minutos, disse Mark Lanier, um dos advogados das requerentes. Seis das mulheres que entraram com o processo morreram - quase todas as demais estiveram no fórum na última quinta-feira, ao lado de  parentes e amigos, para ouvir a sentença. Segundo Lanier, uma das autoras da ação está passando por quimioterapia e estava doente demais para comparecer. De acordo com o advogado, a J&J vem tentando esconder evidência de presença de amianto em seus produtos à base de talco por mais de 40 anos. Ele defende que a companhia passe a informar esse problema no rótulo ou passe a fabricar seus produtos à base de amido de milho. A multa à companhia está entre as maiores já aplicadas por um júri dos EUA.