Livro sobre A Pedra de Xangô é lançado no Espaço Cultural da Barroquinha

Obra de Maria Alice Pereira Silva serviu de ajuda no processo de tombamento do monumento baiano

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  • Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 11:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

O livro Pedra de Xangô: um Lugar Sagrado Afro-brasileiro na Cidade de Salvador, de Maria Alice Pereira da Silva será lançado nesta quarta (18), no Espaço Cultural da Barroquinha, a partir das 14h. O trabalho é resultado de uma longa pesquisa da arquiteta, que serviu de subsidio para  o tombamento do monumento natural junto à Fundação Gregório de Mattos (FGM). 

O evento, realizado pela FGM, contará com debates, seminário e sessão de autógrafos, reunindo pesquisadores, religiosos e gestores municipais. Entre eles, o arquiteto Fabio Velame (UFBA), Tata Muitá Imê do Mutalombo Yê Kaiong, o presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro e o prefeito ACM Neto. A atividade integra a programação do Festival da Primavera 

Advogada, mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, Maria Alice atua na área de direitos humanos, inclusão social e políticas públicas. Em seu estudo, ela  traz detalhes sobre a formação rochosa de 8 m de altura e aproximadamente 30 m de diâmetro, localizada na Avenida Assis Valente, em Cajazeiras. E também analisa a importância da Pedra para os terreiros da região, bem como para cultura afro-brasileira.

O livro mostra, por exemplo, a utilização da Pedra de Xangô em festas públicas, dentro do calendário litúrgico dos terreiros e no cotidiano das religiões de matriz africana. A pesquisa utilizou como base teórica as comunidades de seis terreiros: Ilê Axé Tumbi Odé Oji, Mutalombo Yê Kaiongo, Ilê Axé Odé Toke Ji Lodem, Ilê Axé Odé Oxalufã, Ilê Axé Obá Baba Séré, e o Ilê Tomim Kiosise e Ayo. 

A dissertação também foi usada para referendar a criação da Apa Municipal Assis Valente e o Parque em Rede Pedra de Xangô, no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de 2016. “Não existia literatura sobre o assunto e era preciso salvaguardar esse patrimônio - tão importante para a cidade de Salvador e que se encontrava ameaçado. Era necessário proteger a Pedra de Xangô”, afirma Maria Alice.

Ela acrescenta que o livro é  uma “construção coletiva que teve a participação de muitas mãos, principalmente, as mãos do povo de terreiro desta cidade”, diz. Já Fernando Guerreiro destaca que o livro é um “legado para o povo do axé e o registro desse conhecimento que precisa ser acessado por todos!”

Serviço O quê: Lançamento do livro Pedra de Xangô: um Lugar Sagrado Afro-brasileiro na Cidade de SalvadorOnde: Espaço Cultural da Barroquinha (Praça Castro Alves)Quando: Quarta, dia 18 de setembro. Às 14h Entrada gratuita