Mais frango e leite na mesa baiana

Pesquisa do IBGE aponta crescimento do abate de frangos e da produção leiteira na Bahia

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  • Georgina Maynart

Publicado em 14 de março de 2019 às 20:55

- Atualizado há um ano

Os frigoríficos baianos nunca produziram tanto frango como no ano passado. Cerca de 114,2 milhões de aves foram abatidas em 2018 no estado, um volume 6% maior do que no ano anterior. Foram 6,5 milhões de aves a mais, um recorde.

Além disso, este foi o quarto ano consecutivo de crescimento no abate de frangos na Bahia.“Acreditamos que vários fatores podem ter influenciado. Um dos principais foi o aumento do consumo. Tem mais gente procurando o frango, como fonte de proteína saudável. Em seguida, também tem mais consumo no último trimestre, por causa das festas de fim de ano. Muita gente chegou a trocar o peru pelo frango, por causa do preço mais em conta”, aponta Patrícia Nascimento, diretora da Associação Baiana de Avicultura.Os dados fazem parte da Pesquisa Trimestral da Pecuária divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (14/3). Na Bahia, os resultados seguiram uma tendência contrária à registrada no Brasil, onde o abate de frangos caiu 2,5%. A Bahia responde por 1,8% do abate nacional de aves.

Leite

A produção de leite também registrou recorde nos laticínios do estado. Cresceu 18,6% em relação a 2017 e atingiu 427,7 milhões de litros, segundo o IBGE. Foram cerca de 67 milhões de litros a mais do que no ano anterior. Um resultado positivo para o segmento que nos útlimos anos registrou queda do rebanho, e ainda se recupera das secas que atingiram o estado.

“A seca que atingiu o Nordeste nos últimos anos tâm feito o produtor se profissionalizar, para enfrentar exatamente as variações do mercado. Os produtores sabem também que precisam produzir em escala para ter volume e lucro. Além disso, a Associação Brasileira do Leite tem feito um trabalho de valorização da produção interna, para diminuir a entrada do leite subsidiado que vem de outros países. Isso tem incentivado o pecuarista a investir mais na produção”, analisa Chico Peltier, presidente da Comissão Produtiva da Cadeia do Leite na Bahia.

Mas os pecuaristas ainda precisam de apoio para aumentar a quantidade de leite. A Bahia atende apenas 1,5% dos consumidores de leite do país, e costuma comprar leite de fora, inclusive de outros países, para abastecer o mercado.

“Este ano vamos implantar projetos para incentivar a criação de cooperativas, só assim o produtor tem mais chances de sobreviver no mercado. Apenas desta forma ele pode, por exemplo, comprar insumos em quantidade e vender o leite por um preço melhor”, acrescenta Peltier.

Bovinos e suínos em crescimento

De acordo com o IBGE, o abate de bovinos e suínos também foi maior no ano passado. Na Bahia foram abatidas cerca de 1,2 milhão de cabeças de bovinos, um aumento de 1,3%. Já os suinocultores forneceram 3,9% a mais de suínos no ano passado, alcançando cerca de 133,3 mil animais.

Segundo os dados do IBGE, apenas a produção de ovos de galinha registrou queda. Foi 1,4% menor do que em 2018. Apesar da redução, a produção total alcançou 45,9 milhões de dúzias no ano passado. Um volume insuficiente para atender o mercado interno, que ainda compra ovos de outros estados, principalmente do Espírito Santo e São Paulo.