Mbappé será o que Messi e Ronaldo foram para esta década

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Clara Albuquerque
  • Clara Albuquerque

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Já é comum, nas segundas-feiras, as manchetes francesas exaltarem os feitos de seu jogador mais querido e artilheiro entre as principais ligas europeias na temporada. Moleque, talentoso, bom de bola, carismático. Não, não estou falando de Neymar, mas de Kylian Mbappé, de 19 anos, autor de 12 gols em 10 jogos até o momento.

Não foi diferente nesta semana. O jovem francês foi o grande destaque na vitória do PSG, por 2x0, no clássico contra o Olympique de Marselha, no domingo. O atacante marcou um e participou diretamente do outro gol da partida, feito pelo alemão Draxler. Tudo isso depois de começar o jogo no banco de reservas como punição por ter chegado atrasado na preleção do técnico Thomas Tuchel. 

“Mbappé pune o Olympique”, destacou o L’Equipe. “Com Mbappé, tudo muda”, decretou o Le Parisien. Nesse caso específico, a última manchete se refere ao jogo, que era complicado para o time de Paris, e mudou completamente com a entrada de Mbappé. Mas ela pode ser usada no contexto mais geral de que a chegada do francês mudou as previsões para o futuro do futebol.

Faz parte do jogo imaginar e criar expectativas de um novo Messi, de outro Cristiano e, por aqui, até de um novo Pelé. Particularmente, acho que esses (e alguns outros) jogadores são únicos na história, mas é possível falar em eras. 

Messi e Cristiano Ronaldo, por exemplo, podem não ser melhores do que Pelé, mas foram eles que dominaram o mundo do futebol na última década. Neymar, durante muito tempo, foi considerado o futuro pós Messi e Cristiano. Hoje, não acredito que o posto, que um dia ficará vago, será ocupado pelo brasileiro. Mas existem vários defensores e uma grande chance de que Kylian Mbappé ocupará.

As previsões começaram no Mundial da Rússia. Na campanha do título francês, o atacante fez coisas que só Pelé havia atingido com tão pouca idade, como fazer dois gols em um jogo de Copa do Mundo e fazer gol em uma final.

No início da sua segunda temporada no PSG, já tendo liderado o Mônaco, aos 17 anos, a uma semifinal de Liga dos Campeões, na temporada 2016/2017, as atuações do atacante seguiram maravilhando torcedores e jornalistas de todo o mundo.

Na França, sendo francês e, neste momento, o melhor jogador do time da capital francesa, não demorou muito para se tornar mais querido que Neymar. No início do mês, o jornal Le Parisien publicou uma pesquisa feita por um instituto de estudos francês que comprovou a preferência: Mbappé foi eleito com 61% dos votos, enquanto o brasileiro teve apenas 9% - atrás também do uruguaio Cavani, com 11%.

No mundo, além de todo o talento, a qualidade técnica e as atuações, o perfil dentro e fora de campo de Mbappé pesa positivamente a favor das previsões. A maturidade, a seriedade e o compromisso que demonstra na sua breve carreira, apesar do deslize no fim de semana, são traços constantemente elogiados na personalidade do garoto.

Apesar de fazer parte do jogo, como já disse, é sempre arriscado fazer este tipo de previsão, mas lá vai: Mbappé será, para a próxima década, o que Messi e Ronaldo foram para esta última. E eu não estou sozinha nessa.

Clara Albuquerque é é jornalista e correspondente na Europa.