ONU analisa plano para combater o tráfico de seres humanos

Vários negócios e empresas lucram com o tráfico

  • Foto do(a) author(a) Agência Brasil
  • Agência Brasil

Publicado em 27 de setembro de 2017 às 17:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Beto Barata/PR

A Assembleia Geral das Nações Unidas realiza nesta quarta-feira (27) uma reunião de alto nível para analisar o Plano de Ação Global sobre o combate ao tráfico de seres humanos e deve emitir, ainda hoje, uma Declaração Política sobre o tema. A informação é da ONU News.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou na abertura do evento e lembrou que existem em todo o mundo dezenas de milhões de vítimas de trabalho forçado, escravidão sexual e  outras formas de abuso e exploração humana, como o recrutamento de crianças como soldados.

Guterres afirmou que o tráfico humano ocorre globalmente, vitimando mulheres vulneráveis, crianças, meninas e meninos. E segundo ele, vários negócios e empresas lucram com esta situação. O chefe das Nações Unidas disse que as recentes situações de violência e insegurança agravam e aumentam casos de tráfico humano. Como os milhares de pessoas refugiadas que morrem em alto mar, em centros de detenção ou no deserto nas mãos de criminosos e  atravessadores.

Terroristas

Guterres mencionou grupos terroristas como o Boko Haram, na Nigéria, e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que continuam mantendo cativos, meninas, meninos e mulheres. Ele chamou a atenção para a organização deste tipo de crimes e o uso da tecnologia por parte dos bandidos espalhados pelo globo, que segundo ele se aproveitam de falhas na governança e da fraqueza das instituições.

Para a as Nações Unidas, existe mais atenção para a punição ao tráfico de drogas do que ao tráfico de pessoas, e isso precisa mudar. António Guterres disse que é responsabilidade dos líderes internacionais fazer do combate ao tráfico humano uma prioridade de cooperação internacional.

O chefe da ONU explicou que o combate ao tráfico humano requer um maior uso da Convenção contra o Crime Organizado Transnacional e outras convenções e protocolos das Nações Unidas. Para ele, “não há mais tempo a perder. É hora de se levantar, reagir e eliminar a prática do tráfico de seres humanos de uma vez por todas”.