Padre é baleado em atentado na França

É o terceiro ataque ao país em duas semanas

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  • Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2020 às 15:59

- Atualizado há um ano

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Um padre ortodoxo de nacionalidade grega foi baleado neste sábado (31) enquanto fechava uma igreja no centro de Lyon, cidade ao sul da França. Segundo uma fonte da polícia, o autor dos disparos fugiu na sequência.

A vítima foi baleada duas vezes, por volta das 16h (11h, horário de Brasília), e foi atendida no local. A polícia isolou imediatamente a região. De acordo com fontes próximas da investigação, o estado de saúde do padre que tem 52 anos é grave. O tiro teria sido dado dentro do templo, mas não havia culto no momento do ataque. A arma não foi encontrada.

O fato acontece dois dias depois de um atentado que matou a baiana Simone Barreto, o sacristão da basílica de Notre-Dame de Nice e uma mulher decapitada. O ataque ao padre também acontece duas semanas depois que um professor de uma escola em um subúrbio de Paris foi decapitado por um checheno de 18 anos, por ter exibido um cartoon do profeta Maomé em sala de aula.

Após os atentados, o presidente Emmanuel Macron enviou soldados para proteger locais de culto e escolas. Além disso, ministros do governo alertaram que outros ataques de militantes islâmicos podem acontecer.

O ataque de Nice, no dia em que os muçulmanos comemoram o aniversário do profeta Maomé, ocorreu em meio à crescente irritação muçulmana em todo o mundo pela defesa da França do direito de publicar caricaturas retratando o profeta.

Baiana morta em ataque na França salvou pessoas em atentado de 2016

Ataque a Nice A cozinheira e cuidadora de idosos baiana Simone Barreto Silva, 44 anos, natural de Salvador, é uma das vítimas do ataque terrorista que aconteceu na manhã de quinta-feira (29), em Nice, Sul da França, e deixou três mortos. Segundo informações de Osmar Marrom Martins, colunista do CORREIO, ela ficou gravemente ferida e morreu no local. Simone deixa três filhos.

Além de Simone, também morreu o sacristão da basílica de Notre-Dame de Nice, um templo neogótico situado no coração da cidade. A outra vítima ainda não foi identificada. De acordo com a polícia local, o atentado ocorreu por volta das 9h (horário local); o agressor foi ferido a tiros e levado a um hospital.

O governo da França elevou o nível de alerta terrorista em todo o país após o atentado, segundo anunciou o primeiro-ministro Jean Castex, que prometeu uma resposta “firme, implacável e imediata”, diante dos parlamentares da Assembleia Nacional.

Conforme apurado pelo CORREIO, Simone tinha saído para o trabalho e resolveu dar uma passada na basílica para orar, momento em que foi atacada. Ela conseguiu sair da igreja e, mesmo ferida, gritou e acionou a polícia, que atirou no criminoso.  Na foto, ela participa da Lavagem de la Madeleine, em Paris, em 2019 (Foto: Divulgação/ Lavage de la Madeleine) Nascida no Lobato, na Cidade Baixa, no subúrbio de Salvador, Simone morava na França há pelo menos 30 anos. Simone tinha formação de cozinheira e atualmente trabalhava como cuidadora de idosos. Ela tinha nacionalidade francesa. 

Simone era irmã de Solange Barreto, outra baiana que organiza a Festa de Iemanjá em Nice, reproduzindo a festa do Rio Vermelho na França. Completamente abalada, Solange Barreto, em conversa com o Blog do Marrom, relatou que Simone morreu lutando: "Ela saiu pela manhã para trabalhar e passou na igreja para fazer suas orações. Aí foi vitima desse atentado bárbaro. Ela lutou contra o assassino e, mesmo ferida, conseguiu sair da igreja pedindo socorro e alertando sobre o que estava acontecendo, até que a polícia veio e evitou que a tragédia fosse ainda maior", contou a irmã.