Para Luana Génot, empresas precisam adotar políticas afirmativas

Carioca de 31 anos é fundadora e diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil

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  • Roberto Midlej

Publicado em 5 de abril de 2021 às 22:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: reprodução Instagram

 A jornalista e ativista pela igualdade racial Luana Génot, 31 anos, foi a convidada de Joca Guanaes no Segundou ontem, no Instagram do CORREIO. Ela destacou que as empresas precisam se empenhar mais no combate à desigualdade racial no ambiente de trabalho: “A gente se diz um país misturado, mas quando a gente faz o 'teste do pescoço' nas empresas e olha pro lado, vê, por exemplo que, numa agência de publicidade não há diretores criativos negros”. 

Luana é carioca e fundou o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), do qual é diretora executiva. É também idealizadora da Campanha Sim à Igualdade Racial. Para Luana, é importante uma campanha com um tom positivo, pois o efeito, segundo ela, é melhor que um tema como “Diga Não ao Racismo”: “Quando alguém diz 'não faça isso', me pergunto o que preciso fazer então. Por exemplo, 'diga não ao racismo' quer dizer o que? Quando você vai para a negação, você não direciona a pessoa a fazer alguma coisa. Quando se diz 'diga não ao racismo', não quer dizer nada e vai para o âmbito da negação”.

As cotas raciais também foram tema da conversa. “As pessoas acham que algumas pessoas negras que ocupam cargos de liderança surgem do nada. Não: elas são filhas de cotas e de ações afirmativas. Estive ao lado de Barack Obama e ele disse: sou filho de cotas. Ele teve uma série de oportunidades para conseguir estudar direito, pra conseguir fazer cursos”. Luana foi voluntária na campanha de Obama à presidência dos EUA. Ela destacou ser a primeira mulher negra de sua família a ter acesso ao ensino superior, graças às cotas.

A ativista disse que o Afro Fashion Day (AFD) - festival de Moda que dá destaque à beleza negra e é realizado pelo CORREIO - é muito importante e que o mundo da moda precisa dar mais espaço aos negros: “O AFD é absolutamente importante, mas a gente precisa de outras tantas iniciativas. Precisamos também de estilistas negros e precisamos de estilistas não negros que queiram negros desfilando”.

Na próxima semana, na segunda-feria, às 19h, Joca conversa com o jornalista Guilherme Barros, que vai falar sobre a comunicação das empresas na pandemia e pós-pandemia.