PIB cresce apenas 0,2% no segundo trimestre

Das Agências

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. por Imagem: CORREIO Gráficos

A economia brasileira fechou o segundo trimestre deste  ano com um crescimento de apenas 0,2% em  relação aos três meses anteriores. O resultado  inclui o período em que o país foi afetado pela greve dos caminhoneiros, em maio, com forte impacto no resultado do PIB - a soma de todas as riquezas produzidas pelo país. 

De acordo com os números,  divulgados ontem  pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os  destaques desse fraco desempenho foram o recuo da indústria de transformação e da construção - principalmente nas obras de infraestrutura - e a queda na Formação Bruta de Capital Fixo, indicador de investimento.

Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, o PIB registrou alta de 1%. Já no acumulado em quatro trimestres, a alta é de 1,4%. Ou seja, se o ano tivesse terminado no segundo trimestre, seria esse o crescimento da economia. 

Segundo o IBGE, o PIB registrou crescimento de 1,4% no acumulado em 12 meses. Esse tipo de comparação é útil para explicar o ritmo de recuperação. Quando a economia começou a dar sinais de recuperação, no segundo trimestre de 2016, o avanço vinha sendo mais rápido: naquele ano, o PIB chegou a registrar queda acumulada de 4,6%. Cinco trimestres depois, voltou ao patamar positivo.

Os dados do IBGE mostram que o tímido crescimento do PIB no segundo trimestre do ano em relação a igual período de 2017 foi sustentado pelo setor de serviços - que responde por cerca de 70% da economia do país.  Destaque positivo para as  atividades de informação e comunicação e imobiliária, ambas com expansão de 1,2%; seguidas das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%) e de outras atividades de serviços (0,7%).

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Principais quedas Por outro lado, as principais quedas foram verificadas nas atividades de transporte, armazenagem e correio, com -1,4%, comércio (-0,3%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,2%). 

Já a indústria, ao cair  0,6%, teve as áreas de transformação e de construção em destaque, ambas com queda de 0,8% do primeiro para o segundo trimestre do ano. O comportamento do setor industrial foi seriamente comprometido pela greve dos caminhoneiros, em maio.

A despesa de consumo das famílias e a despesa de consumo do governo tiveram variações positivas de, respectivamente, 0,1% e 0,5%. Já a formação bruta de capital fixo recuou 1,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior. No setor externo, as exportações de bens e serviços reduziram-se 5,5%, enquanto as importações de bens e serviços recuaram 2,1% em relação ao primeiro trimestre de 2018. Já o  PIB da agropecuária ficou estável (0,0%) no segundo trimestre contra o primeiro trimestre  deste ano.

Repercussão “É uma cesta de problemas. A gente sabe que o impacto da greve dos caminhoneiros sobre o PIB foi negativo. Em maio, a atividade foi afetada. Em junho houve recuperação, mas o resultado líquido foi negativo. Houve um repique da inflação, e isso prejudicou o consumo das famílias, que ficou praticamente no mesmo patamar do trimestre anterior. Tem a ver tanto com a falta de produtos quanto com o aumento de preços. Além disso, claro que a incerteza do período eleitoral também contribuiu”,  explica Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Para o técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Ampliada (Ipea), o economista  Leonardo de Carvalho, o  valor  do PIB, em si, não representa uma grande surpresa. “A greve dos caminhoneiros afetou quantitativamente o resultado, de forma pontual. Embora a atividade tenha recuperado em junho, você acaba afetando a média do trimestre”, acrescentou.

Segundo Carvalho, o Ipea já vinha notando também uma desaceleração da atividade em função de outros fatores. Entre eles, Leonardo Carvalho destacou o mercado de trabalho, que apesar de continuar apresentando melhora, ocorre em um ritmo ainda bastante lento.  “Olhando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, você não vê muito emprego formal. A recuperação ainda é   lenta no mercado do trabalho e isso acaba atrasando uma recuperação mais forte da demanda”. 

Greve afetou indústria, transportes e comércio A greve de caminhoneiros afetou atividades como a indústria de transformação, os transportes e o comércio, mas foi um conjunto de fatores macroeconômicos que impediu um crescimento maior da economia no segundo trimestre, apontou Claudia Dionísio, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Claudia, a alta de apenas 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre do ano, ante o primeiro trimestre, significa que a economia ficou estável, manteve-se praticamente no mesmo patamar. Para Claudia, embora os dados de junho tenham compensado parte da perda causada pela crise de desabastecimento em maio, o saldo líquido no trimestre foi negativo.

“De fato, a greve impactou o PIB, porque os demais fatores conjunturais continuaram, só que, além disso, no trimestre, a gente teve a greve dos caminhoneiros que, de certa forma, impactou várias atividades. Afetou consumo das famílias, afetou indústria. Mas não podemos deixar de olhar também para o mercado de trabalho, para a inflação, para a taxa de juros, para todos os demais. A desvalorização cambial também impacta investimentos, na medida que boa parte dos produtos são importados”, enumerou a gerente do IBGE. 

A pesquisadora lembrou que qualquer fator que afeta as decisões dos agentes e gera incerteza tem impacto sobre as atividades e a economia. A equipe econômica reduziu para 2,5% a previsão de crescimento do PIB para o próximo ano. A estimativa consta da proposta de Orçamento Geral da União para 2019, encaminhada ontem ao Congresso Nacional. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que fixa os parâmetros para o Orçamento do ano seguinte, o governo previa crescimento de 3,03% para a economia em 2019.

Brasil é lanterna do crescimento mundial O Brasil ficou na lanterna no ranking do crescimento econômico do segundo trimestre, conforme compilação com dados de 47 países feita pela agência de classificação de risco Austin Rating. O  PIB brasileiro avançou 1% no segundo trimestre deste ano  em relação  a igual período do ano passado. O destaque na compilação foi o crescimento da Índia, cujo PIB do segundo trimestre ficou 8,2% acima do verificado em igual período de 2017. 

O desempenho do Brasil foi igual ao do Japão, em 46º lugar no ranking, e pouco abaixo do da Itália, com avanço de 1,1% ante o segundo trimestre de 2017. Bélgica e Reino Unido, com crescimento de 1,3%, também ficaram para trás.

No topo do ranking, a Índia cresceu acima da média das projeções de analistas, que apontavam para um avanço de 7,6% no PIB do segundo trimestre ante igual período de 2017. O resultado também mostra aceleração em relação aos 7,7% registrados entre janeiro e março, ante o primeiro trimestre de 2017. 

A China cresceu 6,7% e ficou em segundo na lista da Austin Rating. Em terceiro ficaram as Filipinas, com 6%, vindo em seguida Egito e Peru (ambos com 5,4%), Indonésia e Chile (ambos com 5,3%), Polônia e Letônia (ambos com 5,1%). Em décimo lugar no ranking ficou a Tailândia, com crescimento de 4,6%, empatada com a Hungria. Os Estados Unidos cresceram 2,9% em relação ao segundo trimestre de 2017. Entre os países comparáveis com o Brasil, Coreia do Sul (2,9%) e México (2,7%) tiveram desempenho superior ao brasileiro.

 Ao divulgar os resultados da economia brasileira para este segundo trimestre do ano, o IBGE revisou para baixo o resultado do PIB do primeiro trimestre. Segundo o instituto, a economia variou 0,1% de janeiro a março deste ano e não  0,4% inicialmente divulgado. Já a alta de 0,2% referente ao quarto trimestre do ano passado foi revisada para estagnação (0%).GMT Detectar idiomaAfricânerAlbanêsAlemãoAmáricoArabeArmênioAzerbaijanoBascoBengaliBielo-russoBirmanêsBósnioBúlgaroCanarêsCatalãoCazaqueCebuanoChicheuaChinês simpChinês tradChonaCingalêsCoreanoCorsoCrioulo haitianoCroataCurdoDinamarquêsEslovacoEslovenoEspanholEsperantoEstonianoFilipinoFinlandêsFrancêsFrísioGaélico escocêsGalegoGalêsGeorgianoGregoGuzerateHauçaHavaianoHebraicoHindiHmongHolandêsHúngaroIgboIídicheIndonésioInglêsIorubaIrlandêsIslandêsItalianoJaponêsJavanêsKhmerLaosianoLatimLetãoLituanoLuxemburguêsMacedônicoMalaialaMalaioMalgaxeMaltêsMaoriMarataMongolNepalêsNorueguêsPachtoPersaPolonêsPortuguêsPunjabiQuirguizRomenoRussoSamoanoSérvioSessotoSindiSomaliSuaíleSuecoSundanêsTadjiqueTailandêsTâmilTchecoTelugoTurcoUcranianoUrduUzbequeVietnamitaXhosaZulu AfricânerAlbanêsAlemãoAmáricoArabeArmênioAzerbaijanoBascoBengaliBielo-russoBirmanêsBósnioBúlgaroCanarêsCatalãoCazaqueCebuanoChicheuaChinês simpChinês tradChonaCingalêsCoreanoCorsoCrioulo haitianoCroataCurdoDinamarquêsEslovacoEslovenoEspanholEsperantoEstonianoFilipinoFinlandêsFrancêsFrísioGaélico escocêsGalegoGalêsGeorgianoGregoGuzerateHauçaHavaianoHebraicoHindiHmongHolandêsHúngaroIgboIídicheIndonésioInglêsIorubaIrlandêsIslandêsItalianoJaponêsJavanêsKhmerLaosianoLatimLetãoLituanoLuxemburguêsMacedônicoMalaialaMalaioMalgaxeMaltêsMaoriMarataMongolNepalêsNorueguêsPachtoPersaPolonêsPortuguêsPunjabiQuirguizRomenoRussoSamoanoSérvioSessotoSindiSomaliSuaíleSuecoSundanêsTadjiqueTailandêsTâmilTchecoTelugoTurcoUcranianoUrduUzbequeVietnamitaXhosaZulu A função de fala é limitada a 200 caracteres Opções : Histórico : Comentários : Donate Encerrar