Renato Paiva explica Jacaré na lateral direita em goleada do Bahia

Técnico analisou classificação à final do Baiano contra o Itabuna

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  • Da Redação

Publicado em 18 de março de 2023 às 20:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: ARISSON MARINHO / CORREIO

A goleada por 4x1 contra o Itabuna não apenas garantiu a classificação às finais do Campeonato Baiano, como apresentou um Bahia com formação tática diferente. Entre as novidades, a utilização do atacante Jacaré como lateral direito. Após a partida, o técnico Renato Paiva explicou a utilização do jogador na posição. 

"André não foi utilizado porque estava com dor no adutor, descansou esses dias e, em conjunto com a parte médica, pensamos em Jacaré para esta posição em função do sistema que colocamos. Preferi não arriscar com o André. Prefiro poupar o André. Esse sistema está sendo preparado há pouco tempo. Questão física. André e Jacaré têm características para fazer isso. Fazer todo o corredor. É um jogador que tem que ser trabalhado em questões posicionais, quando baixar as linhas para uma linha de cinco", disse Renato Paiva.

Jacaré foi um dos destaques do jogo contra o Itabuna, que teve o meia Cauly e o centroavante Everaldo como goleadores. Cada um marcou duas vezes. Cesinha fez o gol da equipe do interior. 

Renato Paiva também comentou sobre a atuação do meio-campo tricolor. Diante do Itabuna, a segunda linha foi formada por Acevedo, Daniel, Cauly e Biel. 

"Coração da equipe. Velha teoria diz que é no meio que se ganha os jogos. Aquilo que eu entendo é que trabalhou bem, dinâmicas trabalharam bem. Daniel e Acevedo, mais atrás, de ver o jogo de frente, depois o Cauly e o Biel, criativos e verticais quando recebem a bola. Desempenho foi importante, desempenho da minha defesa não possibilitou ataques, o Marcos não fez uma defesa. Depois o Chávez, já é comum, fez isto conosco desde sempre. Do outro lado, Jacaré é uma novidade, mas tem muita vontade e pode fazer aquele lado. Depois o Everaldo, que umas vezes abre espaços para que os outros façam gols e hoje, que fez os gols. Acho que hoje foi o todo, a vontade, orgulho, a personalidade dele, vontade de ganhar, tudo isto em campo hoje", disse o técnico.

Outra mudança foi o recuo de Rezende, que atuou como zagueiro fortalecendo Marcos Victor e Gabriel Xavier. A primeira linha tricolor foi formada por Jacaré, Marcos Victor, Gabriel Xavier, Rezende e Chávez. Quando questionado se vai manter a nova formação para os próximos jogos, Renato Paiva sinalizou que vai depender também do adversário. 

"Primeiro, termos um elenco fechado e trabalhar para isso. É óbvio que é preocupação geral nossa, ainda mais com esta aplicação de um novo sistema, temos que trabalhá-lo, fixá-lo, sedimentá-lo. Mas é óbvio que não jogamos sozinho. Se jogamos com o Palmeiras, uma estratégia, Bragantino, outra estratégia, posicionamento. Avaliar quem está do outro lado, mas nunca 30% e 70% daquilo que nós podemos fazer dentro da nossa ideia em relação a quem está do outro lado. Basicamente a vida do treinador é esta, mas com reforço constante daquilo que somos nós, isto para mim é fundamental".

O Bahia agora aguarda o jogo entre Jacuipense e Juazeirense para saber contra quem vai decidir a taça do Baiano. Os rivais do interior se enfrentam no domingo (19), às 16h, no estádio Valfredão. A equipe de Riachão do Jacuípe venceu o primeiro duelo por 1x0. 

Antes, o Bahia entra em campo pela Copa do Nordeste, quarta-feira (22), às 21h30, contra o CRB, na Fonte Nova. Como já está eliminado do torneio regional, a partida será apenas para cumprir tabela. Renato Paiva não revelou se vai poupar seus principais jogadores. 

"Vai ter que esperar, não vou dizer. Tem dois dias para o jogo. O CRB é uma equipe muito perigoso. O que não queremos é que haja oscilação. Vamos ver amanhã o relatório do desgaste dos jogadores e manter a estratégia adequada para ter time competitivo".

Confira outros trechos da entrevista coletiva do técnico do Bahia:

Contratações para o Brasileirão "É normal a preocupação. Não gosto de focar essa preocupação na questão dos reforços, também no tempo de treino. Estamos à espera de quatro, cinco posições que vão chegar. Chegar alguém não significa que saia. É um reforço. Precisamos de experiência de Série A, equipe jovem. Carlos está fazendo trabalho de excelência, juntamente com o Grupo, com o presidente. Eu gostaria de os ter desde o primeiro dia, mas percebo que quanto mais se aproxima o fim da janela (...). Brasileirão estou de acordo, campeonato mais difícil do mundo. Número de jogos e distância que percorremos, logística. Sempre cinco, seis equipes lutando por título. Algumas com muito nome e história, que não atravessam bom momento, mas podem chegar. Quero reforços. Torcida tem que estar paciente sobre reforços. Recebo as mesmas mensagens. Cometi erros, estamos trabalhando, encontrando soluções. Senti ambiente diferente hoje, uma torcida que nos empurrou muito para a vitória. Teve praticamente 90 minutos apoiando, nos ajuda bastante. Se a equipe não corresponder é normal que a torcida se canse, é normal, mas hoje ocorreu tudo bem".

Semana com mais tempo para treinos "Quando diz que os jogadores não correram, acho injusto. A equipe não fazer bons resultados não quer dizer que não correram. Treino, aquilo que eu disse. Tivemos capacidade de descansar e treinar quatro treinos. Tivemos essa semana para trabalhar. E depois, um grupo que também não gosta de perder, assim como nós não gostamos. Consciente que o jogador de futebol precisa treinar, receber informação e comportamentos, e quando não temos isso é normal. Quando não se rega a planta, ela vai murchando. Desta forma, ganhamos resistência e intensidade. Portanto, foi uma associação de jogos que não nos permitiu treinar. Contra o Fortaleza treinamos e perdemos, eles são mais equipe que nós. Questão de treino. Quando está capacitado no treino, dá mais resposta".

Preparação para partida contra o Itabuna  "Nosso trabalho era viajar com a equipe toda para fazer o jogo do Fluminense, e fizemos com uma equipe, que treinou do início, quatro treinos. Fomos ao estádio, contra o Fluminense, trabalhar. Alteração no sistema tático, mas se vinha trabalhando, tivemos que encontrar soluções, sabemos os riscos que corríamos. Fizemos este trabalho de quatro treinos, e a equipe que jogou contra o Fluminense se juntou a esse grupo para fazer essas dinâmicas em dois treinos, e fizemos o jogo".

Tempo para realizar treinamentos "Bater na lógica de trabalho que tem a ver com treino. Não pode fechar uma equipe a um só sistema. Mas também é verdade que falta de tempo para treinar e jogadores chegando aos poucos não nos permite sedimentar o sistema. Hoje foi uma questão mais posicional. Não houve saída a três. Rezende jogou como zagueiro. Já estava muita coisa absorvida pelos jogadores. Nos primeiros jogos, sofríamos gols, e os adversários chegavam pouco. Temos que pensar em equilibrar a equipe. E com a questão posicional dos três zagueiros. Tem que pense que é um sistema defensivo. Para mim, depende da dinâmica. O Jacaré entrando na linha de cinco tem pouca noção de linha defensiva. É risco. Hoje, claramente, sentimos com os quatro treinos que fizemos, que tentamos sedimentar. E ir para esse jogo dentro do sistema. Também tem a ver com os jogadores que você tem. Vão se chegando os jogadores. E a gente pensa no melhor sistema. Nós vamos percebendo as características".